TROCANDO EM ARTES: SELVA DE PEDRA


Trocando em artes fala hoje de uma novela histórica, um folhetim em sua mais completa essência que conseguiu a façanha de alcançar 100% de audiência.

Trocando em artes orgulhosamente apresenta:


Selva de Pedra
Selva de Pedra é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo no horário das 20 horas, entre 10 de abril de 1972 a 23 de janeiro de 1973, substituindo O Homem Que Deve Morrer e sendo substituída por Cavalo de Aço. Foi a 11ª "novela das oito" exibida pela emissora. Escrita por Janete Clair,com colaboração de Dias Gomes e dirigida por Daniel Filho, Reynaldo Boury e Walter Avancini, com supervisão de Daniel Filho, Selva de Pedra contou com 243 capítulos, exibidos em preto-e-branco.

Contou com Francisco Cuoco, Regina Duarte, Glória Pires, Carlos Eduardo Dolabella, Gilberto Martinho, Mário Lago, Ana Ariel, Edney Giovenazzi, Heloísa Helena, Dorinha Duval, Álvaro Aguiar, Arlete Salles, Carlos Vereza e Dina Sfat nos papéis principais.

Em janeiro de 2013 é lançada em DVD pela Globo Marcas


Produção e exibição




Janete Clair se inspirou no romance Uma Tragédia Americana, de Theodore Dreiser, que também serviu de referência anteriormente para a telenovela Seu Único Pecado, da RecordTV em 1969. Selva de Pedra foi a última de uma série de quatro novelas que a autora escreveu para o horário nobre da Rede Globo entre 1969 e 1973, ininterruptamente: Véu de Noiva, Irmãos Coragem (a segunda novela mais longa da emissora) e O Homem Que Deve Morrer, todas com grande sucesso, demonstrando o tamanho da capacidade da autora em desenvolver suas tramas e a sua dedicação ao trabalho.

Daniel Filho esteve à frente da produção até o capítulo 20, quando entregou a direção a Reynaldo Boury, que, por sua vez, foi substituída, a partir do capítulo 90, por Walter Avancini, que estreava na Rede Globo. Marcou a estreia de Glória Pires - com oito anos de idade, na época - e Kadu Moliterno na Rede Globo, sendo o primeiro de oito trabalhos na televisão em que atuam juntos. A novela teve um remake em 1986, com Tony Ramos, Fernanda Torres e Christiane Torloni nos papéis que foram de Francisco Cuoco, Regina Duarte e Dina Sfat, respectivamente.

Foi reapresentada pela primeira vez entre 25 de agosto e 22 de novembro de 1975, no lugar da então censurada Roque Santeiro, de Dias Gomes, e substituída por Pecado Capital, de Janete Clair. Foi novamente reapresentada em uma versão compacta de 1h30, em 1980, como atração do festival de 15 anos, apresentada por Francisco Cuoco. Os capítulos entre 150 a 157 foram exibido as 23 horas por causa da censura. Foi reexibida em pequenas partes pelo Vídeo Show, no quadro Novelão, entre 20 e 24 de agosto de 2012, em 5 capítulos.

Em 4 de outubro de 1972, durante o capítulo 152, em que a personagem de Regina Duarte é desmascarada, atingiu a marca de 100% dos televisores cujo tinham a aparelhagem de medição de audiência ligados na novela, um recorde histórico.


Enredo


Cristiano Vilhena (Francisco Cuoco) leva uma vida simples e pacata, sem grandes perspectivas, em Campos, uma cidade do interior do Rio de Janeiro, e é obrigado a tocar bumbo na praça da cidade durante os sermões do pai, Sebastião (Mário Lago), um pastor evangélico pobre. Sua família sobrevive do pouco dinheiro que ganha vendendo medalhas e flores artificiais durante os sermões, tornando Cristiano alvo de zombaria dos demais rapazes. Cristiano acaba brigando com um deles, Gastão Neves (Jorge Caldas), que puxa uma arma e, durante a briga, acaba sendo vítima de sua própria arma. A única testemunha do incidente é a jovem artista plástica Simone Marques (Regina Duarte). Sabendo que Cristiano é inocente, Simone acoberta o rapaz, abrigando-o em sua casa, e ele, receoso e com medo de ser acusado pela morte do rapaz, deixa a cidade para morar na cidade do Rio de Janeiro, na época, pertencente ao Estado da Guanabara, e Simone o acompanha, vislumbrando um futuro melhor para a sua carreira artística.

Cristiano e Simone apaixonam-se e se casam, indo morar na Pensão Palácio, de propriedade da alegre Fanny (Heloísa Helena), uma ex-vedete. Enquanto Simone investe na carreira de artista plástica, Cristiano se torna amigo do malandro Miro (Carlos Vereza), um aproveitador que, ao perceber em Cristiano a ambição de vencer na vida, estimula-o a entrar em contato com o tio rico, Aristides Vilhena, irmão do pai de Cristiano, Sebastião. Os dois irmãos receberam um estaleiro, Celmu, como herança do pai, e Sebastião, decidido a tornar-se um pregador evangélico, doou a sua parte para instituições de caridade, enquanto Aristides (Gilberto Martinho) prosperou como dono do estaleiro, embora tenha tentado ajudar o irmão, seu auxílio sempre foi recusado.

Graças a um plano de Miro, Cristiano consegue conhecer o tio. Os dois simulam um assalto na saída de uma festa, no qual o colar da mulher de Aristides, Laura (Arlete Salles), é roubado. Fingindo enfrentar os assaltantes, Cristiano e Miro recuperam a joia e a devolvem, ganhando a simpatia do empresário. Aristides, ao descobrir que Cristiano é seu sobrinho, filho de Sebastião, contrata-o para trabalhar no estaleiro. Cristiano começa a se destacar no trabalho e a frequentar a casa de Aristides, estreitando os laços com seu tio, seu primo, Caio, e a noiva dele, Fernanda.

Fernanda se interessa por Cristiano, e os dois se envolvem, já que Cristiano esconde de todos que é casado. Sabendo que o noivado de Fernanda e Caio vai mal e está prestes a chegar ao fim, Aristides vê com bons olhos a perspectiva de um casamento da moça com seu sobrinho, pois Fernanda detém 46% das ações do estaleiro, e seu marido seria o acionista majoritário da empresa. Cada vez mais confuso e seduzido pelo poder, Cristiano chega a colocar sua felicidade em risco ao romper seu casamento com Simone, sem saber que ela está grávida. Decepcionada, Simone o abandona na pensão, indo morar na casa que usa como estúdio, em Petrópolis.

Miro vê em Simone o principal obstáculo à ascensão de Cristiano e, por tabela, à sua própria, e sugere que Cristiano deva eliminá-la. Cristiano se revolta com a proposta, e os dois brigam. Enquanto Cristiano sai decidido a pedir perdão a Simone e disposto a abandonar o emprego no estaleiro, Miro envia, para o estúdio dela, uma carta endereçada ao amigo, na qual afirma que Cristiano pretende matar a própria esposa.

Depois de decidir falar pessoalmente com Cristiano, Simone lê a carta, e passa a acreditar que Cristiano está planejando seu assassinato. Desesperada, ela foge, junto com a empregada da casa, Madalena, que entra no carro preocupada com o estado de Simone. Neste exato momento, Miro surge de táxi, e acreditando que Cristiano está fugindo dele com Simone, inicia uma perseguição. Durante a fuga, o carro de Simone capota na estrada, se incendeia e explode. Madalena (Tamara Taxman) morre e Simone escapa com vida, mas perde a criança. Simone deixa que todos acreditem que está morta e vai embora do país.

Cristiano, se sentido responsável pela morte de sua mulher, abandona Fernanda no altar. Humilhada e naturalmente vingativa, ela perseguirá Cristiano obsessivamente, buscando vingança. Aristides morre e deixa a maior parte de suas ações para o sobrinho, que se torna o presidente do estaleiro, e Fernanda reata o noivado com Caio, a quem ela abandonou para se casar com Cristiano. E sua primeira providência é encomendar a Cristiano a entrega de um navio, tentando atrapalhar, durante o processo, o projeto de todas as formas, chegando a contar com a ajuda de Miro para roubar o estaleiro.

Após ganhar o desprezo de Cristiano, por ter participação na morte de Simone e ser investigado pelo envolvimento nos roubos do estaleiro, Miro decide se refugiar durante algum tempo em Teresópolis, no sítio de Maria Amélia (Lícia Magna), avó de Fernanda. No início, ele se aproveita da sua imagem de marginal para intimidá-la, mas acaba se afeiçoando à senhora e ao seu jeito doce, que preenche a enorme necessidade de carinho que carrega desde a infância, devido ao desprezo que recebia dos pais. Quando o convívio com Maria Amélia parecia estar começando a humanizar Miro, a polícia fica sabendo do seu paradeiro e aparece para prendê-lo. Avisado a tempo por Fernanda, Miro foge de carro, mas a gasolina do veículo acaba no meio da estrada, e ele começa a andar a pé, entre os carros, perturbado pelas lembranças dos pais, até ser atropelado por um caminhão e morrer.

Depois de se consagrar como artista plástica na França, Simone retorna ao Brasil sob a identidade de Rosana Reis, sua suposta irmã gêmea. Cristiano a reconhece, mas ela se recusa a revelar sua identidade. Simone é chamada para depor pelo delegado responsável por investigar o desaparecimento de Madalena, a empregada que estava no carro com ela no dia do acidente. Confrontada pelos pais da empregada e com uma testemunha ocular do desastre, ela admite ter-se aproveitado do ocorrido para forjar uma nova identidade, e paga uma fiança pelo crime de falsidade ideológica, respondendo ao processo pela morte de Madalena.

Cristiano tenta várias vezes provar sua inocência a Simone, mas ela o rejeita, fazendo questão de dizer que quer viver exclusivamente para sua arte. Embora ainda o ame, ela não consegue se convencer de que ele não planejou sua morte. Fernanda, que se aproximou de Simone quando ainda achava que ela era Rosana Reis, contribui para essa atitude, estimulando a escultora a desprezar o ex-marido. O pai de Simone, Francisco (Arnaldo Weiss), também não gosta de Cristiano.

Quando Cristiano e Simone finalmente se entendem e reafirmam seu amor um pelo outro, os pais do jovem que morreu durante a briga com ele reaparecem e dão queixa contra o empresário, que é preso e levado à corte para ser julgado. Instruídos pelo advogado de defesa e por Caio, Simone e Cristiano fingem continuar separados e se odiando. Assim, no dia do julgamento, o depoimento de Simone ganharia mais credibilidade para provar a inocência do marido. Francisco, pai de Simone, fica inconformado diante da perspectiva de que Cristiano e sua filha reatem, e revela para Fernanda a verdade sobre o estratagema.

Fernanda (Dina Sfat), cada vez mais obcecada em se vingar de Cristiano, e mostrando sinais claros de seu desequilíbrio mental, sequestra Simone e a aprisiona num casarão abandonado que pertenceu ao seu avô, cujo endereço todos desconhecem. Ela, imitando a voz de Simone, liga para o advogado de Cristiano e diz que desistiu de testemunhar a seu favor no julgamento. Cristiano entra em desespero, mas, apesar da ausência de Simone, os depoimentos a seu favor são bons o bastante para que o advogado consiga o relaxamento da prisão e Cristiano passe a aguardar o pronunciamento do juiz em liberdade. Profundamente decepcionado, ele acredita que a mulher o abandonou de vez e começa a entrar em franco estado de decadência, perdendo o rumo nos negócios e acumulando dívidas. O prazo para a entrega do navio de Fernanda se esgota, ele não consegue terminar as obras e Caio (Carlos Eduardo Dolabella) assume a presidência da empresa.

Simone fica prisioneira de Fernanda durante dois meses. E, no dia do julgamento de Cristiano, seu paradeiro é finalmente descoberto por Caio, que está indo para a casa acompanhado pela polícia e encontra Fernanda, completamente louca, vestida com um véu de noiva e pronunciando frases desconexas no jardim da casa. Simone é encontrada amordaçada e amarrada numa cama, muito pálida e quase sem forças, tendo de ser levada de cadeira de rodas até o tribunal a tempo de dar seu testemunho da inocência de Cristiano. Ao seu depoimento soma-se, na última hora, a voz do empresário José Neves (Francisco Dantas), pai do jovem morto, confirmando que a arma do crime pertencia ao filho, e Cristiano é declarado inocente. Depois do sequestro de Simone, Fernanda termina internada num hospital psiquiátrico, esperando para se casar com Caio e, como forma de o compensar pelos transtornos causados por Fernanda, Caio dá a Cristiano um dos navios do estaleiro para que ele recomece a vida. Na cena final, Cristiano e Simone se abraçam e se beijam no convés do navio.


Elenco




Ator Personagem

Francisco Cuoco Cristiano Vilhena
Regina Duarte Simone Marques / Rosana Reis
Dina Sfat Fernanda Arruda Campos
Carlos Vereza Miro (Argemiro Tavares)
Carlos Eduardo Dolabella Caio Vilhena
Gilberto Martinho Aristides Vilhena (Tide)
Arlete Salles Laura Vilhena
Sônia Braga Flávia Moreno
Ângela Leal Joana Magalhães (Jane)
Mário Lago Sebastião Vilhena (Sessé)
Ana Ariel Berenice
Edney Giovenazzi Jorge Moreno
Heloísa Helena Fanny Marlene
Dorinha Duval Diva
Álvaro Aguiar Mestre Pedro
Arnaldo Weiss Seu Chico (Francisco Marques, pai de Simone)
Célia Coutinho Cíntia Vilhena
Emiliano Queiroz Marcelo
Lídia Mattos Vivian Arruda (Vivi)
Neuza Amaral Walkíria Moreno
João Paulo Adour Guido
Ida Gomes Madame Heloise Katzuki
Maria Cláudia Kátia
Hildegard Angel Beatriz
Rogério Fróes Roger Martin
Suzana Faini Olga
Tessy Callado Zelinha (Zélia)
Antônio Ganzarolli Pipoca
Agnes Fontoura Irene
José Steinberg Isaac
Germano Filho Abud
Glória Pires Fátima (Ma. de Fátima)
Louise Macedo Clarisse
Francisco Dantas José Neves (pai de Gastão)
Jurema Penna Sofia
Roberto Bomfim Zé (José Ambrósio)
Francisco Milani Hélio Sales
Lícia Magna Maria Amélia Arruda
Léa Garcia Elza
Denise Emmer Monique
Buza Ferraz Junior
Kadu Moliterno Oswaldo
Luiz Armando Queiroz Beto
Mary Daniel Dona Otávia
Antônio Victor Bartolomeu (Bartô)
Lourdinha Bittencourt Nina
Isaac Bardavid Promotor público
Rogério Pitanga Tico
Marcos Waimberg César
Samantha Rainbow Lúcia Rangel
Fábio Mássimo Mirinho
Jorge Caldas Gastão Neves
Tamara Taxman Lena (Madalena Ribeiro)
Tony Ferreira Delegado de polícia Lima
Urbano Lóes Dr. Feliciano D'Avilla

Trilha Sonora




Marcos Valle & Paulo Sérgio Valle produziram e compuseram os temas nacionais da novela. Rock and Roll Lullaby, de B. J. Thomas, tema de Simone e Cristiano nesta versão, fez tanto sucesso, que foi o tema da abertura da segunda versão da novela exibida em 1986.

Nacional

"Capitão de Indústria" - Djalma Dias (tema de Aristides)
"Mandato" - Osmar Milito e Quarteto Forma (tema de Simone e Cristiano)
"Simone" - Ângela Valle e Eustáquio Sena (tema de Simone)
"Corpo Sano em Mente Sã" - Osmar Milito e Quarteto Forma (tema de Fernanda)
"Selva de Pedra" - Orquestra e Coral Som Livre (tema de abertura)
"Rhythmetron Op. 27" - Marlos Nobre
"O Beato" - Marcos Valle (tema de Sebastião)
"Ligação" - Orquestra e Coral Som Livre (tema de Diva)
"América Latina" - Osmar Milito e Quarteto Forma
"Corpo Jovem" - Luís Roberto (tema de Flávia)
"Longo de Dior" - João Luiz (tema de Laura)
"Ritual" - Marlos Nobre

Internacional 

"Rock And Roll Lullaby" - B. J. Thomas (tema de Simone e Cristiano)
"Jesus" - Billbox Group (tema de Sebastião)
"Floy Joy" - The Supremes (tema de Rosana Reis)
"Ain't No Sunshine" - Michael Jackson (tema de Fernanda)
"Son Of My Father" - Giorgio
"A Taste Of Excitement" - Carnaby Street Pop Orchestra and Choir (tema de Cristiano)
"La Question" - Françoise Hardy (tema de Flávia)
"Mary, Blind Mary" - Laurent & Mardi Grass (tema de Miro)
"If You Want More" - Free Sound Orchestra (tema de Fernanda)
"Feel The Need" - Damon Shawn (tema de Laura)
"Let It Ride" - Hard Horse (tema de Caio)
"Frightened Girl" - Silent Majority (tema de Fernanda)

Prêmios




Prêmio APCA (1972):

Melhor atriz: Dina Sfat
Troféu Imprensa (1973):

Melhor novela
Melhor atriz - Regina Duarte
Melhor ator - Francisco Cuoco


Trocando em artes versão novelas volta mês que vem com "Top Model"


TROCANDO EM ARTES ANTERIOR:

O FANTASMA DA ÓPERA

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