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Mostrando postagens de junho, 2011

Capítulo XIII - Pittinha

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Pittinha oficialmente reassumiu a escola e assim Andréia teve mais tempo pro chamego comigo. Bem, não muito mais tempo porque ela se apaixonou por um dos seguranças da família e me largou. Pittinha continuava seus negócios normalmente. Jogo do bicho, escola de samba, caça nível, puteiros, cassinos e bingos clandestinos. Putaria, samba e jogatina. Esse era o negócio dele. Um grande império que foi construído custando o sangue de algumas pessoas. De muitas pessoas. Essa é a história que vou contar pra vocês agora. A de Oswaldo Pitta Jr o Pittinha, além de contar a história da família Pitta. Tudo começou lá atrás durante a 2° guerra mundial o espanhol Juan Pitta desceu em São Paulo com sua família. Passaram alguns anos na terra da garoa e se mudaram para o Rio de Janeiro se estabelecendo em Nova Iguaçu. Juan abriu uma loja no centro da cidade do Rio .. Uma loja de tecidos. Seu filho mais velho Oswaldo Pitta trabalhava com ele. Família grande com cinco filhos. Uma família q

Capítulo XII - Viagem e bicheiros em cana

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Até que o clima com o Pittinha não ficou ruim. O bicheiro era malandro e deu um jeito de amaciar nosso “pobre coração sofrido”. Lucinho virou diretor social da escola, major diretor financeiro e eu cultural. Era a única escola de samba que cargos como esses eram renumerados e essa graninha que entrou foi uma forma de esquecermos nosso prejuízo e tudo ficar bem.    Eu cada vez mais estava dentro das organizações MAPE e ganhando a confiança do Senador. Virei uma espécie de braço esquerdo dele. O braço direito era Douglas Severiano. Seu amigo desde os tempos de luta estudantil, o homem que sabia todos os segredos do Senador e tratava diretamente dos negócios sujos. Precisava pegar a confiança dos dois principalmente de Douglas e isso consegui quando o levei para uma noitada no Acadêmicos da Guanabara e depois na Carioca`s. Tendo a confiança de Douglas tinha a do Senador, tendo a dos dois o céu era o limite. Juntei-me a Lucinho e assim viramos o elo entre Pardal e o asfalto. Rece

Capítulo XI - Major Freitas

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Os cinco eram bandidos cada um em sua especialidade. O do colarinho branco, o do tráfico de drogas, o do sexo e jogatina, o playboy e o sanguinário. Esse último com certeza era o major Freitas como vocês já puderam ver. Enquanto nós lamentávamos a derrota na disputa de samba-enredo Freitas enchia o Pai de Santo de balas e isso para ele era uma coisa muito natural nunca teve remorsos ou crises de consciência até porque ele nem deve ter consciência. Major Freitas era um fruto da sociedade.    O bem e o mal, o amor e o ódio sempre foram mais próximos que se imagina, são irmãos andando de braços dados e isso pode ser falado também dos bons e os maus. Ser policial é sempre estar perto dessa fronteira. Contato permanente com o mau e não vamos negar que o lado ruim tem seu charme e suas atrações. Eu que sou eu fui seduzido e fui para esse lado imagine quem arrisca a vida para enfrentar esse tipo de gente e ganha um salário de merda todo mês? Sai sem saber se vai voltar pra casa, se

Capítulo X - Compondo um samba

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Eu ganhava muito dinheiro..como nunca em minha vida. Ganhava com o Pardal fazendo sua biografia, na verdade nem era só biografia. Eu já estava na sua lista de empregados e acabava resolvendo com Lucinho as situações pra ele de fora do morro. Porque Pardal era jovem, milionário, poderia ter o mundo a seus pés, mas se descesse do morro seria preso então eram raras as vezes que ele saía do Trololó. E ganhava muito, mas muito dinheiro com o Senador. Tratava com a imprensa coisas que ele não tinha saco e de vez em quando precisavam do meu nome pra alguma coisa e eu ganhava uma “graninha” para “ajudá-los”. Graninha entre parênteses mesmo porque era uma grana muito boa. E eu guardava tudo ficando com uma conta polpuda na poupança. Ganhava bem mensalmente e assim podia dar uma vida de princesa para minha filha. Sim ela já tinha graças à família da mãe. Mas eu poder tirar dinheiro do bolso e pagar sua escola, plano de saúde, dar presentes, levar pra passear me dava muito orgulho. Mi