AMAR DE NOVO: CAPÍTULO XV - A BORBOLETA (2º PARTE)



Corri e consegui o novo endereço de Fernanda. Era em uma comunidade perto da Fundação. Bati na porta e ela abriu, sem que ela respirasse perguntei se era verdade que iria embora.

Fernanda me cumprimentou e respondeu que sim. Perguntei porque e ela respondeu que nada mais lhe prendia no Rio. Perguntei "Como não? E eu sonhos? Projetos?". Ela me respondeu "Sonhos e projetos não valem de nada quando não estamos felizes". Nos olhamos por um tempo e tentei me declarar, me esforcei, palavras vieram até o céu de minha boca e ela me perguntou se eu queria falar algo.

Não tive coragem de falar o que queria e apenas perguntei se ela iria à festa. Fernanda, triste, respondeu que sim e só iria embora alguns dias depois. Com sorriso sem graça disse que nos veríamos lá, me virei e fui embora.

Fui embora na toda socando o volante e me chamando de burro. Eu tive um grande amor na vida, Camila, perdi para a morte e achei, tinha certeza, que nunca mais encontraria outro. A vida resolveu me presentear com outro e eu com meus traumas, burrices, ciúme e machismo botava tudo a perder. Não teria a quem culpar. Não tinha morte, câncer, nada para que jogasse a culpa por um amor perdido. A culpa era toda minha.

Fernanda foi um raio de luz que surgiu em minha vida, uma chance de amar de novo e desperdicei. Dizem que nós só temos um amor na vida, pode ser, mas eu acho melhor dizer que temos "o amor" na vida e ele pode morrer e renascer de várias formas, em vários momentos.

Reclamava comigo mesmo, falava, brigava, gesticulava e nem percebi quando bati em outro carro. O motorista veio injuriado reclamar comigo, eu estava em péssimo humor e acabamos brigando, trocando socos como adolescentes. Acabamos detidos.

Eu, quase um avô, indo parar em delegacia por briga. Que papelão.

Guga foi pessoalmente me buscar na delegacia, usou de sua influência de juiz e conseguiu me soltar. Voltando com ele de carro Guga não perdeu a oportunidade de alfinetar "reclamou tanto de quando Gabriel brigou e fez a mesma coisa". Respondi "mas o otário, como naquela situação, ficou bem pior que eu". Começamos a rir e ele comentou "Foi ver a garota né? Se entenderam?". Respondi que não e ele novamente me chamou de bundão.

Olhei para ele e perguntei "Como posso ficar com alguém que transou com o Gabriel?". No ato Guga me respondeu "Se você não se lembra Camila engravidou de mim, isso quer dizer que transei com ela e não foram poucas vezes". Me irritei, pedi que ele não entrasse naquele tipo de detalhes e ele completou "O fato dela ter transado comigo não impediu que fossem felizes juntos".

Fiquei em silêncio pensando no que Guga me disse e irritado porque no fundo sabia que ele tinha razão.

A festa chegou e todos estavam presentes. Samuel apareceu com um novo namorado a tiracolo mostrando que a vida continuava e não tinha que ser ceifada porque um relacionamento chegava ao fim. Francisco mostrava orgulhoso medalha que ganhara em torneio de remo e fazia planos para as Olimpíadas mostrando que a vida continuava mesmo após a tragédias.

Samuel, Francisco, vida..ela sempre mostrando que por mais tortuosa que seja sempre nos leva a algum caminho.

Jessé chegou bonito, fardado e acompanhado de Ericka que parecia tomar jeito na vida e se decidido pelo rapaz. Deram de frente com Bia que estava acompanhada de Ruben.

Sem jeito Bia cumprimentou "Oi Ericka, oi Jessé". Ericka respondeu o cumprimento e Jessé olhando Bia respondeu "Oi mãe".

Bia balbuciou "Você me chamou de mãe” quando Jessé deu um pequeno sorriso, pegou a mão de Ericka e começou a andar. Bia, feliz, olhou Ericka que por trás de Jessé deu uma piscada para minha amiga.

Não era a volta definitiva, o perdão, mas era um começo e eles teriam muito pela frente pra se acertarem.

Guga me surpreendeu e chegou com Amanda a tiracolo. Perguntei o que significava aquilo e eles radiantes contaram que tinham voltado. Parabenizei quando meu amigo disse que buscaria bebida para a namorada.

Ele saiu, Amanda me olhou e perguntou "Sabe que você foi o amor da minha vida né? Que no dia que me chamasse eu iria correndo, não sabe?". Sorri para ela e respondi "Sim, mas ele não precisa saber". Amanda me deu um beijo no rosto quando Guga voltou com as bebidas.

Olhando para Amanda comentei "É Guga, você tinha razão". Ele perguntou em que e respondi "Amanda acabou de me dizer que me trocou por você. Que você é o grande amor da vida dela". Guga riu e disse “Te falei cara!! Sempre te disse isso!!". Amanda sorriu pra mim e devolvi o sorriso.

Tem mentiras que não fazem mal.

Mas a maior surpresa foi a presença de João, pai de Thais, com Suely, a mãe de Camila. Sim, juntos. Suely voltara dos Estados Unidos, conheceu João e eles engataram um romance.

Suely conversava com minha mãe e Osmar, os três em clima bem amistoso e a mulher comentou "É. Vinte anos. Muitas coisas ocorrem em vinte anos". Osmar respondeu que o tempo era bom porque podia curar feridas. Suely respondeu "A perda de uma filha faz qualquer ferida possível virar arranhão". Minha mãe observou João se aproximando de Thais e Gabriel e comentou "Que ele não precise de perda".

João, sem jeito, se aproximou de Thais que ostentava uma barriga de sete meses e uma aparência frágil de quem enfrentava uma doença cruel, apenas aparência porque a menina era uma fortaleza. O homem cumprimentou o casal que respondeu, depois muito sem jeito ele pediu "Posso tocar na barriga?". Thais permitiu sorrindo e João abaixou pra tocar. Enquanto tocava sorriu e disse "Ta mexendo".

Sim. O tempo serve parra curar feridas e muitas vezes a dor acalma corações ressentidos.

Osmar pediu atenção de todos. Olhamos e ao lado de Hellen começou a falar.

"Um pouco mais de vinte anos atrás tive uma grande perda. Uma perda que nunca queremos nem imaginar ter e é cruel. A perda de um filho. Não é natural isso, vai contra as leis da vida um filho partir antes do pai, mas eu passei por isso. Achei que minha vida tivesse acabado, que iria morrer, mas tolo que sou desconhecia que quase todos os dias nós morremos e renascemos".

Naquele momento ele passou a falar olhando minha mãe.

"Renasci nos braços dessa mulher, da Hellen. Já tinha lhe conhecido antes, já estávamos juntos, mas Hellen foi o apoio que eu precisava no momento mais difícil da minha vida, foi quem me deu a mão, quem me pôs de volta a caminhar. Mulher valente, guerreira, amorosa, me deu carinho, afeto, amor e principalmente me mostrou que eu não estava sozinho no mundo".

"Morro e renasço todos os dias ao lado dessa mulher. Eu perdi uma filha, ela um marido, a dor nos uniu, mas o amor nos eternizou. Ao seu lado envelheci, ao seu lado sei que vou morrer um dia, em definitivo, mas sei que morrer não será tão ruim, nunca é quando a vida vale a pena. Ao seu lado meu amor, vale todos os dias e por você me esforço todos os dias para ser um homem melhor. Um dia eu vou conseguir, mas nunca vou conseguir chegar aos seus pés. Muito obrigado por esses vinte anos. Muito obrigado por minha vida".

Minha mãe, chorando, beijou Osmar e todos aplaudiram.

A festa era linda, no jardim da casa, mas eu não conseguia socializar. Aquela casa, aquele jardim me lembravam muito Camila, sua presença era muito forte no local.

Foi sozinho e perdido em minhas lembranças que ouvi uma voz me chamar e ao olhar tomei um susto.

Era Jéssica.

Fiquei feliz ao ver a mulher. Estava linda, madura e lhe dei um abraço apertado. Conversamos durante um tempo, falamos da vida, do que fizemos naqueles anos todos e em determinado momento Jéssica disse "Melhor me afastar de você". Eu perguntei porque e ela me respondeu "Aquela menina não para de olhar para você. Acho que vai me matar".

Era Fernanda.

Olhei para ela, ela olhava pra mim e Jéssica disse sorrindo "Acho que estou sobrando, foi um prazer te rever Toninho". Me deu um beijo e se afastou.

Eu continuava olhando Fernanda e ela a mim. Não conseguíamos desviar o olhar e nem nos falarmos. Nossos olhos expressavam toda a tristeza e profundidade do momento. O silêncio lhe dava razão.

Mais tarde estava com Samuel, Guga e Bia sentados no jardim bebendo, cada um com uma garrafa na mão. Guga lembrou da várias festas que fora naquele jardim enquanto namorava Camila, eu retruquei que ele não precisava lembrar e Guga me provocou "Ainda mais que você soube que a Amanda te trocou por mim”.

Bia contou que estava esperançosa, Jessé tinha falado com ela algumas vezes na festa e Samuel disse "Jessé. Esse nome me emociona sabia? Sempre que ouço lembro de nosso amigo. Como ele estaria hoje? Como ele estará". Guga respondeu que em um bom lugar junto com Camila.

Bia comentou que já tínhamos passado por muitas coisas na vida e eu concordei dizendo "Passamos e vencemos. Você hoje é dona de restaurante, eu de gravadora, Guga juiz de direito e Samuel deputado e futuro governador do estado". Samuel olhou para nós e emocionado comentou "E o mais importante. Somos amigos até hoje e seremos para sempre". Guga propôs um brinde e brindamos a nós, Camila e Jessé.

Bia, Samuel e Guga. Os melhores amigos que alguém poderia ter.

Naquele instante Gabriel se aproximou preocupado e trazendo Thais. Perguntei o que ocorria e Gabriel respondeu que Thais passava mal. Ela apenas balbuciou "Dor, muita dor" e desmaiou.

Peguei Thais nos braços e pedi que Gabriel pegasse meu carro.

Fomos todos para o hospital e o médico logo detectou "Trabalho de parto". Gabriel perguntou como se estava de apenas sete meses quando a equipe médica entrou na UTI e eu, do lado de fora, tentei acalmar meu filho.

Mesmo com a situação difícil a criança nasceu saudável apesar de prematura. Bentinho foi levado a incubadora e de lá lhe namoramos.

É..Eu era avô, já conhecia o rosto de meu neto. Meu frágil Bentinho naquela incubadora, pequenininho, mas que já mostrava uma vontade imensa de viver. Ao lado via meu filho babão vendo o seu e perguntando quando poderia ver Thais.

O médico disse que ela estava muito cansada e dormindo. Gabriel respondeu que não tinha problemas, só queria vê-la.

Gabriel entrou no quarto, Thais dormia, pegou em sua mão e agachou ao seu lado ficando por um longo tempo lhe olhando nos olhos e acariciando seus cabelos.

Bentinho começava a se recuperar. Saiu da incubadora e  foi para nossos braços, mas Thais não. Foram muitos meses sem o tratamento adequado. Assim que fez o parto retirou o útero e iniciou a luta pela vida. Ela não estava bem.

Medicada mal pôde aproveitar o filho, vivia sedada por causa das dores até que entrou em coma.

O velho filme se repetindo, o velho fantasma que teimava em nos assombrar.

Bentinho foi para a casa dos bisavós enquanto Thais lutava pela vida. Gabriel parecia extenuado com a situação, não saía do lado de Thais um só minuto e acabou ganhando uma licença da novela. Eu já não sabia o que fazer e um dia decidi recorrer a quem melhor podia me ouvir.

Fui até o túmulo de Camila.

Muito tempo que não voltava lá, desde a carta que deixei e decidi procurar ajuda de quem realmente poderia ajudar. Parei em frente ao túmulo e comecei a "conversar" com ela.

"Oi meu amor. Tempo que eu não vinha aqui, até porque você não está aqui pra mim, está dentro do meu coração. Mas sei lá, precisava vir aqui, precisava desse contato com você".

Respirei fundo e continuei.

“Nosso filho está sofrendo muito. Ele e Thais passam pelo mesmo drama que nós passamos então vim pedir sua ajuda. Não deixe nosso filho sofrer. Não deixe que ele passe pelo que passei. Peça junto a Deus ou qualquer força superior que o ampare e lhe permita ser feliz. Gabriel está sofrendo demais, eles agora estão
com um filho pequenino, o nosso netinho que precisa dos dois juntos e saudáveis. Eu confesso que desaprendi a rezar por tanto sofrimento que passei, mas te imploro Camila, olhe por nosso menino".

Naquele momento vi Gabriel se aproximando. Estranhei porque ele nunca tinha ido ao cemitério e ao me ver ele disse "Pai, você aqui?". Devolvi a pergunta 'Eu que pergunto. O que faz aqui filho?". Gabriel emocionado respondeu “Vim pedir ajuda a minha mãe".

Naquele momento Gabriel, enfim, desabou. Começou a chorar muito, copiosamente e eu lhe peguei em meus braços. Abracei forte como quando ele era menino e eu queria lhe proteger das dores do mundo.

Voltei pra casa arrasado com toda aquela situação e encontrei Guga. Ele me olhou e disse que Fernanda estivera ali. Perguntei o motivo e ele respondeu "Ela vai embora de madrugada, veio se despedir e te entregar isso".

Peguei. Era uma foto nossa. Nós dois felizes no Cristo Redentor no dia em que nos conhecemos.


Guga disse a hora do voo e a companhia perguntando se eu faria algo. Olhei bem a foto, olhei meu amigo e respondi "Vou sim, vou dormir".

Deitei na cama derrotado. Derrotado pela vida, pelas circunstâncias, por ver Gabriel sofrer e não poder fazer nada. Por ver Fernanda ir embora de minha vida e não poder fazer nada. Virei, revirei na cama até que adormeci.

E sonhei...

Me vi no Arpoador e Camila andava. Comecei a chamá-la e ela continuou andando até que decidi correr atrás e caí.

Comecei a cair, cair até que parei em uma espécie de umbral como aquele da novela "A viagem". O local era feio, horrível e pessoas me puxavam das profundezas tentando me puxar. Eu me desvencilhava dizendo que não pertencia aquele local, eu não era dali.

Gritava por ajuda, pedia socorro, uma luz. Gritei "Eu não sou das trevas, não sou da escuridão. Eu sou amor, sou feito de amor e quero amar!!".

Do nada o cenário mudou e voltei ao Arpoador. Observei Camila novamente andar e comecei a gritar por ela "Camila!! Camila!! Fernanda!!".

Sim, Fernanda. O último grito foi de Fernanda. Camila se virou e não era mais ela. Era Fernanda que me sorriu.

Fernanda sorriu e voltou a andar. Eu estático gritava que parasse até que gritei "Eu te amo!!".

Acordei gritando "eu te amo". Levantei assustado, suado e balbuciando "Eu te amo..eu te amo..". Parei um pouco e gritei "Eu amo a Fernanda!!".

Soquei a porta de Guga que abriu a porta assustado e perguntando o que eu queria. Respondi que precisava da ajuda dele, tinha que impedir Fernanda de viajar.

Guga sorriu, disse "Até que enfim, vamos embora" e me levou mesmo de pijama.

Guga acelerava o carro e eu ao lado olhava o relógio e lamentava que não daria tempo. Ele mandava pensar positivo e eu respondi que não teria tempo, faltava pouco pro embarque. Meu amigo então respondeu que daria um jeito.

Pegou o celular e disse que lhe deviam favores. Só precisava de um telefonema e do que tinha no porta malas e tudo se resolveria. Ainda dirigindo começou a digitar e me disse "Não conta pra ninguém que to telefonando e dirigindo senão te prendo".

Fernanda estava no avião olhando triste pela janela quando um homem pediu que lhe acompanhasse. Ela se assustou e perguntou para onde, o homem pediu que não fizesse perguntas, levantasse e lhe acompanhasse. Uma senhora ao lado perguntou o que significava aquilo. O homem mostrou um distintivo, disse que era da polícia federal e Fernanda era acusada de terrorismo e ligações com a Al Qaeda.

Fernanda, muito assustada, apareceu no saguão do aeroporto escoltada pela polícia federal que de repente desapareceu lhe deixando sozinha. Perdida, sem saber o que fazer ela ouviu aquela famosa voz do aeroporto chamando seu nome "Fernanda Jardim da Silva, favor se dirigir ao portão 10 de embarque".

Ela começou a andar. Tremia sem saber o que ocorria quando pelo sistema de som surgiram acordes de violão. Ela continuava andando quando todos começaram a prestar atenção nos acordes e na voz que surgiu.

A voz cantava uma música do "Roupa Nova" chamada "Começo, meio e fim". Fernanda andava tentando identificar aquela voz até que conseguiu.

A voz era minha.

Ela saiu correndo em direção ao portão 10 até que quando chegou encontrou uma multidão. Passou pela multidão e encontrou Guga tocando um violão e eu ao lado tremendo.

Olhei para ela e nervoso cantei o que faltava. Cantei o refrão.

"Ah coração/ se apronta pra recomeçar/Ah coração.."

Com lágrimas nos olhos parei de cantar. Fernanda também chorando andava lentamente em minha direção. Respirei fundo e já muito próximos completei "..esquece esse medo de amar de novo".

Já frente a frente olhei para ela, meu choro já era maior, e disse "Obrigado branquinha. Obrigado por devolver minha vida. Eu amo você Fernanda".

Fernanda não me deixou falar mais nada me beijando de uma forma apaixonada. Nosso primeiro beijo aplaudido por todo o aeroporto e por um Guga que chorava e comentava com uma aeromoça ao lado "Adoro finais felizes. Me passa seu telefone?".

De lá fomos pra casa e pela primeira vez fizemos amor. A primeira vez que fiz amor com Fernanda, a primeira vez que fiz amor desde a morte de Camila. Sim, amor. Eu não achava possível, mas eu podia amar de novo, podia ser feliz de novo e aquela moça do Pará que encheu meu coração e minha vida de luz, carinho, companheirismo, risos e sentimentos me devolveu a capacidade de amar. Me fez deixar de ser Antonio e voltar a ser Toninho. Perder de vez o juízo para criar novas histórias de amor.

Fizemos amor e adormecemos com Fernanda com a cabeça em meu peito.

Sonhei com Camila. Eu olhava para ela com olhar de culpa quando a mesma me deu um beijo no rosto. Ela fez carinho em meus cabelos e perguntou "Me ama?". Chorando respondi pra sempre e ela completou "E eu a você, mas você não precisa amar só a mim".

Camila se afastou e desapareceu.

No dia seguinte tomamos café com a mesa na sacada do apartamento. Os dois de roupão felizes como nunca e trocando juras de amor. Fernanda reclamou que eu demorei muito a me declarar e quase tinha ido embora pra sempre, respondi que nunca mais lhe deixaria ir embora e lhe dei um beijo. Enquanto eu passava margarina em uma torrada brinquei dizendo que teria que fazer uma obra de acústica em meu quarto, ela perguntou porque e respondi "Você geme alto demais".

Fernanda rindo me deu um tapa enquanto abaixei a cabeça pra colocar leite na xícara. Com a cabeça abaixada ouvi Fernanda falar "Olha, que linda".

Levantei a cabeça e gelei. Era uma borboleta.

Fernanda percebeu meu jeito assustado e perguntou o que ocorria. Trêmulo, falei "Thais" e saí correndo. Ela correu atrás de mim perguntando qual era o problema e que estava assustada. Eu tentava falar com Gabriel pelo celular e não conseguia. Mandei que ela se arrumasse correndo, pois tínhamos que ir ao hospital.

Mais uma corrida desesperada em minha vida.


* Fê, quando criei esse capítulo dois anos atrás escrevi algumas coisas em especial para você e você me pediu que eu repetisse quando postasse no blog. Sinceramente não lembro das palavras, mas lembro dos sentimentos até porque são os mesmos hoje e são os mesmos desde o dia que te conheci,

Não é a toa que dei não ao seu nome, mas a você completa a redenção de um dos personagens mais importantes que escrevi até hoje até porque só uma pessoa boa, bacana, amorosa, cativante, apaixonante como você seria capaz disso. Tenho certeza que se o Antônio fosse real se apaixonaria por você, como você faz comigo todos os dias.

Como eu disse não lembro das palavras, mas como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras quanto valem mais de quarenta imagens? Essas imagens valem demais para mim, mostram momento de felicidade e que não criamos juízo.

Porque ao seu lado não quero criar juízo nunca, só mais e mais história de amor.

Feliz dias dos namorados, meu e do Toninho.

Beijos de lesma....



CAPÍTULO ANTERIOR:

A BORBOLETA (1º PARTE) 

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