NO REINO ENCANTADO: CAPÍTULO XI - A VOLTA (FINAL)



Continuando...

Em um rompante Bia abriu a porta do quintal e foi para o mesmo. Anderson gritou para que a menina voltasse, pois iria chover, mas em vão. A tempestade começou a cair e Bia sentou no balanço pedindo que pai lhe balançasse. O homem saiu de casa mandando que a menina entrasse e ela insistiu no pedido.

Anderson ordenou “Vamos entrar Bia, é perigoso” e Bia retrucou “Me balance pai. Chuva é coisa boa, é sinal de vida”. A menina se lembrava do reino quando todos iam pra fora de casa celebrar a chegada da chuva e de tanto insistir o pai acabou topando balançar.

Rebeca e Gabriel foram para a porta com a mulher mandando que os dois parassem de loucura e entrassem. Bia insistia para que o pai balançasse mais forte e Anderson atendeu.

Cada vez a menina ia mais rápido até que Anderson sentiu algo lhe acertar e reclamou “ai, ta chovendo granizo, vamos entrar Bia!!”. Bia pediu que ele continuasse e Anderson continuou sendo
acertado. A menina também começou a ser até que da porta Rebeca percebeu o que ocorria e gritou “Isso não é granizo!! É moeda!!”.  

Bia ria, gargalhava e molhada de chuva pedia para o pai continuar. Anderson continuava enquanto Rebeca e Gabriel saíram e começaram a recolher as moedas. Rebeca sorria e gritava para o marido que eram moedas de ouro enquanto Bia pedia para ele continuar balançando.

Foram muitas moedas, moedas demais. O suficiente para encher um saco enorme.

Mais tarde seu Portuga bateu na porta e Anderson atendeu. O homem perguntou pelo dinheiro do aluguel. Anderson abaixou a cabeça e respondeu que não pagaria. O português coçou o queixo e perguntou “Sabes o que fazer né gajo?”. Anderson, ainda de cabeça baixa respondeu que sim e pediu um instante para o homem. Voltou com Bia que carregava muitas moedas de ouro nos braços e falou pra seu Portuga “comprar a casa”.

Daquela forma a família de Bia comprou a casa e ainda sobrou dinheiro, muito dinheiro para viverem bem.

Bia não tinha certeza se tudo que viveu tinha sido de verdade ou não, mas o que é verdade ou não quando nosso sentimento é puro? O que é fantasia? O que é real? Nossa imaginação é maior que tudo isso. Nossa imaginação é livre de todas as amarras.

E foi isso que a princesa Bia aprendeu. Que não existia nada mais importante que a liberdade. Seja a liberdade de um reino, de sua família em poder morar onde sempre morou, a liberdade de ter
uma infância feliz, a liberdade de sonhar.

Bia era livre. Bia era feliz.

Uma tarde ela brincava de bola na frente de casa com o pai, Gabriel, pimpão e fofuxa enquanto a mãe preparava um bolo na cozinha quando alguns meninos apareceram em bicicletas. Eram meninos muito parecidos com Daniel, Miguel, verdinho e príncipe chamando os irmãos para andarem de bicicleta.

Bia olhou para o pai que concordou e pediu “tome cuidado com as curvas e não voltem tarde”.

Gabriel e Bia pegaram as bicicletas e foram andar com os meninos. Crianças felizes, que sabiam aproveitar a infância e que levariam a ela pra sempre no coração e na alma.

A princesa Bia estava crescendo. Logo seria adolescente, mulher, teria filhos, mas por mais que crescesse e se tornasse adulta para sempre seria a princesa Bia. A bibica cara de penica.

E assim a princesa Bia andou de bicicleta e dessa vez tomou cuidado fazendo direitinho a curva do barranco. Ao fazer a curva e prosseguir uma figura apareceu e deu um sorriso vendo a menina partir. Era mago bom.

E assim prosseguiu Bia com a bicicleta, abrindo os braços e fechando os olhos para receber o afago do vento. Assim Bia prosseguiu em sua estrada. Estrada ainda longe do fim, que ainda vai mostrar muitos percalços, fazer a menina sofrer, chorar, mas que com certeza levará a ela e seu irmão a um reino encantado.

Dizem que toda boa história começa com “Era uma vez” e toda boa história também tem uma frase no fim e essa frase é a que mais desejo que se concretize com os irmãos Bia e Gabriel.

E foram felizes para sempre.


 *Dedicado aos meus queridos e amados filhos Bia, Gabriel e Lucas.



 FIM

CAPÍTULO ANTERIOR:


A VOLTA (1º PARTE)

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