O ASSASSINATO DA RÁDIO GLOBO
Pesado o título? Pode ser..
Mas não dá para não pensar em assassinato o que estão fazendo com a Rádio Globo nos últimos anos. Começou com a demissão do Haroldo de Andrade e uma mudança brusca para tentar ser nacional violentando uma das premissas do rádio que é atender a sua comunidade.
Os erros foram se sucedendo. Em 2017 decidiram mudar radicalmente a emissora começando com a era da "Nova Rádio Globo" demitindo vários comunicadores históricos da emissora como Antonio Carlos e tentando transformar a rádio em uma tv sem imagem trazendo vários globais. Nomes fortes como Otaviano Costa, Fernanda Gentil e Adriane Galisteu desembarcaram na rádio.
Apesar de mostrar alguns programas interessantes e que curti como "Café das seis", "Papo de almoço" e "Redação Globo" evidente que isso não daria certo. Quem quer ver global vê tv, quem quer ver tv advinha? Sim, vê tv que tem imagem. Acabaram com a AM, fizeram estúdio no Projac para aumentar a participação dos globais e adiantou nada. Muito pelo contrário, a rádio perdeu ainda mais audiência e viu o "velho" Antonio Carlos permanecer como líder de audiência, agora na Tupi.

Foi constrangedor ver o fim da programação. Os comunicadores constrangidos se despedindo de seus ouvintes, alguns emocionados ao ponto de quase não conseguirem terminar seus programas, fingindo satisfação e agradecendo a rádio pela oportunidade quando todo mundo sabe, nós e eles principalmente, que essa é uma atitude idiota, suicida e que não dará certo.

Não dará certo sendo uma emissora musical porque as emissoras musicais já estão estabelecidas com seus públicos fiéis e aqueles que não são fiéis a emissoras de rádio tem aplicativos como o Sportfy onde ouvem suas músicas preferidas a hora em que quiserem sem depender de programação de rádio.

É ou não é um assassinato?
Fico revoltado porque cresci com a Rádio Globo. Cresci acompanhando suas transmissões esportivas comandadas por José Carlos Araujo e Washington Rodrigues. Cresci ouvindo "Enquanto a bola não rola" e o histórico "Bola de fogo" comandado por Kleber Leite e que tinha a "Pensão da Cremilda". Durante a semana comecei a ouvir o "Globo Esportivo" que começava com o diálogo entre Edno Zarife (Dono do grito "Brasil") e o Apolinho que começava assim "E aí Zarifão?" "E aí Apolão?", "Tudo bem Zarifão?" "Tudo bem Apolão. No pique!", Depois 22 horas tinha o "Panorama esportivo" com Gilson Ricardo.

Rádio que acompanhou muitas das minhas madrugadas de insônia ou criando, que era meu despertador de manhã, que ficava no meu ouvido o dia inteiro e me fez feliz quando consegui sintonizar no interior do Mato Grosso em 92 quando me mudei para lá e em tempos pré internet virou uma forma de manter ligação com minha terra. Sempre depois das seis a rádio pegava e mesmo entre chiados conseguia ouvir e matar as saudades.

É essa grande companheira, uma das minhas melhores amigas que estão matando. É ou não é para ficar puto? Com certeza em algum lugar Roberto Marinho está furioso. Deram sua rádio para alguém que não entende de rádio. Para quem não ama rádio.
Eu amo rádio, amo a Rádio Globo e por isso a minha indignação.
Não é pesado falar em assassinato da Rádio Globo.
Pesado é o que estão fazendo com ela.
O SOM DA MINHA EMOÇÃO
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