A TURMA DO CARVANA

Morreu o gigante Antônio Pedro.

Não de estatura, era baixinho, mas gigante no talento. Homem de tv, teatro, cinema, político, ficou mais conhecido do grande público por personagens nos humorísticos do Chico Anysio, mas tem um trabalho enorme no cinema, era da turma do Carvana.

Turma do genial ator e cineasta Hugo Carvana que nos deixou anos atrás. Os mais novos (nem mais tão novos assim) lembram do Lineu de "Celebridade", os mais ligados a TV e mais velhos de Waldomiro Pena da série "Plantão de polícia", mas ele era bem mais que isso. Era um homem de cinema.

Ninguém retratou o Rio de Janeiro melhor que Hugo Carvana, tal como Woody Allen com Nova York, Carvana foi um cronista do Rio de Janeiro do seu tempo. Um Rio boêmio, malandro, romântico, um Rio feliz. Filmes como "Vai trabalhar vagabundo", "Se segura malandro", "Casa da mãe Joana", "O homem nu" e o antológico "Bar esperança" fazem parte de sua filmografia.

E Carvana tinha sua turma que participava de quase todos os seus filmes. Claudio Marzo, Paulo Cesar Pereio e Antônio Pedro sempre presentes lá. Ainda contava com participações luxuosas como de Marília Pera, Paulo Betti, Miele, José Wilker, Daniel Filho, Anselmo Vasconcellos, Luis Fernando Guimarães e até Chico Buarque. Todos passando a impressão que estar em filmes do Carvana era antes de tudo um prazer.

Carvana morreu. Vários deles morreram e agora também Antônio Pedro. Aquele Rio vai deixando de existir fisicamente, mas sempre existirá em nossas mentes, corações e saudade.

Elas moram em um bar que é o último que fecha.



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