CAPÍTULO 48

Cheguei aos 48.

Quase meio século de vida, acabei de passar a minha mãe que morreu com 47, não, isso não é uma competição, apesar de saber que ela ficou feliz em perder essa pra mim, mas só pra mostrar como ela viveu pouco e a vida é efêmera.

Nunca pensei que fosse viver muito, sempre achei que chegar aos 60 seria lucro e por isso sou apressado, afobado, quero tudo pra ontem e tendo essa visão chego aos 48 bem diferente do que imaginei quando criança, muitas coisas não aconteceram como queria e tô vendo que dificilmente vão ocorrer, mas todo adulto tem dentro de si uma criança frustrada.

Mas mesmo assim, mesmo não ocorrendo tudo como imaginei fiz e faço coisas pra caramba e que orgulham. Se tem uma coisa que minha vida até hoje não foi é entediante. Desde carnaval passando por teatro, livros e mesmo a minha vida pessoal posso dizer que tive e tenho história pra contar, aliás, contar história é o que sei fazer melhor.

E assim vou continuar escrevendo a história do personagem mais fascinante que já criei entre as centenas que já criei, eu, o personagem Aloisio Villar, com qualidades, defeitos, muita vezes o meu maior inimigo, a minha kriptonita, mas por ser esse ser imperfeito, que muitas vezes decepciona, erra, falha, principalmente comigo mesmo, me transformo no meu personagem mais rico, mais bem elaborado, minha melhor criação.

Uma história que ainda não teve um fim, que não sei como será esse fim e nem se será um livro, peça muito grande ou se será um samba enredo nota 10.

Mas garanto, esse personagem vai continuar fazendo muito barulho com suas polêmicas, imperfeições e poesia. Impossível ignorar essa história.

Que se inicie o capítulo 48.

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