O MÊS DO ANO PROMETIDO


No fim de 2014 eu atuava ativamente como compositor de samba enredo e começara a escrever para teatro e ter peças encenadas. Até aquele momento tivera 10 apresentações de "Eu matei Nelson Rodrigues", duas de "Folhetim", duas de "Cerimônia de casamento". Era algo que me entusiasmava enquanto começava a desanimar com o samba.

Em novembro de 2014 cheguei na final do Acadêmicos do Dendê com toda pinta de favorito, próprio presidente da escola dizendo que venceria, mas perdi. Aquilo foi a gota d'água. Saí da quadra decidido a não escrever mais sambas, mas iria esperar mais dois dias para anunciar isso. Esperei e anunciei, mas fui mais ousado. Disse que em dez anos seria um dos principais dramaturgos brasileiros.


Os dez anos se passaram. A primeira promessa meio que cumpri. Nesses dez anos só escrevi dois sambas em 2022 e um em 2023. A outra era mais difícil, quase impossível, mas quase não é impossível.

Poderia dar a desculpa que em dois desses dez anos o mundo parou devido a pandemia, mas não darei essa desculpa. Não, não sou ainda um dos maiores dramaturgos brasileiros vivos, mas por incrível que pareça chego no último ano ainda lutando por isso.


As 14 apresentações feitas até 2014 viraram mais de 150, as 3 peças encenadas viraram 19. Sim, são 19 peças encenadas e poucos dramaturgos tiveram 19 textos encenados. Meus textos já passaram por vários estados brasileiros, lidos em Portugal, passou por alguns dos mais importantes teatros e retomaram com tudo pós pandemia.

Ano passado foram 32 apresentações de textos meus, cinco peças em sete montagens (Dona Carola foi duas vezes). Pra esse ano temos 22 apresentações marcadas até junho de seis textos em sete montagens. Dez textos diferentes em dois anos.


Tem a anárquica e caótica Dona Carola completando 10 anos e chegando a 50 apresentações, a estreia de Camarada Jonas, peça pesada que fala de um período difícil de nossa história justamente na data dos 60 anos do golpe militar. Dia 5 a volta da minha primeira peça encenada, a delirante e rodrigueana "Eu matei Nelson Rodrigues", tem o texto inédito "Último cigarro" que será feito no Rio por atores nordestino, a sensível e inclusiva "Michael" e em junho a comédia romântica "Crush". Ainda existe a possibilidade de voltas de "Cancelados" e "Agente do caos" e outros textos.


Alguns dos meus textos mais poderosos em cena e com expectativas, grande quantidade de apresentações, eu como ator em duas peças completamente diferentes. Posso não estar entre os melhores ainda, mas estou fazendo acontecer como poucos estão. Cheguei no ano prometido e no principal mês dele.

A promessa continua de pé.


Bem vindos a temporada 2024 de "Trocando em miúdos"



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