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2024

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E lá se foi mais um ano, ano que consolidei o que começou em 2023. O ano de 2023 trouxe o teatro para mim e pra SDC e isso se consolidou em 2024. Continuamos com Dona Carola e resolvemos logo em janeiro começar a ensaiar mais dois textos, Camarada Jonas e Michael. Os primeiros meses do ano foram disso, ensaios, e de três peças completamente diferentes. Elencos menos complicados e ensaios menos turbulentos que de Cancelados no ano anterior mas mesmo assim tivemos perdas no elenco que acabaram afastando amizades antigas. Curioso que os maiores problemas que tivemos no ano foram com duas atrizes que fizeram o mesmo personagem e nos mostraram que em pleno 2024 tem homem que impõe a mulher machismo e relação tóxica. Dona Carola voltou em março, fizemos quatro apresentações no ano e paramos. Pro começo do ano faremos a continuação inédita da peça. Camarada Jonas, o drama que falava da ditadura militar, estreou em 31 de março, data dos 60 anos do golpe militar e me deu a maior emoção até hoje...

AINDA ESTAMOS AQUI

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Semana passada fui ver com a Luciana o aclamado "Ainda estou aqui" de Walter Salles com Fernanda Torres, Selton Mello, Fernanda Montenegro e grande elenco. O filme, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, trata da tragedia que se abateu sobre sua família após o desaparecimento do pai, o ex-deputado Rubens Paiva, levado pela ditadura militar brasileira. O filme acabou e ninguém no cinema levantou, todo mundo impactado, devastado. É cinema com C maiusculo, a porrada na cara dada pelo Brasil em uma página infeliz da sua história e justo em um dia histórico como o que fomos assistir, o indiciamento de Bolsonaro e seus pares por tentativa de golpe de estado Merece o Oscar e todos os prêmios que vem recebendo. Se vai ganhar não sabemos. O Oscar é um produto americano feito para americanos como vimos em Central do Brasil, mas quem sabe? Sonhar não custa nada. E como sonhar não custa nada sonhamos com, finalmente, o fim do pesadelo iniciado em 1964 com falta de punição dis...

A ÚLTIMA DANÇA

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Essa foto acima é de dezembro de 1997, a minha primeira final do Boi da Ilha, parceria com Paulo Travassos, Cadinho e Dãozinho. O samba era esse do vídeo abaixo, garanto que era melhor cantado do que no vídeo. Muitas coisas ocorreram depois dessa final. Fiz mais umas 70 finais se juntar escolas de samba, blocos e sambas de terreiro, perto de 50 vitórias. Só no Boi fiz mais 15 finais. Ganhei 8 sambas no Boi, 8 sambas no Dendê, um na União da Ilha, um Império da Tijuca, um Unidos da Ponte, um Unidos do Cabral, um Tupy de Braz de Pina, uns dez em Cabo Frio, fui comentarista dos principais sites de carnaval, fundei e ganhei carnaval com a escola em seu primeiro ano. Muitas coisas em quase trinta anos. Tudo simbolizado nessa foto. Da parceria só eu estou vivo. Dãozinho morreu uns dez anos depois, mas tive a felicidade de fazer o cara que cantou um samba meu pela primeira vez, o primeiro a acreditar em mim, em um compositor campeão. Sua única vitória foi comigo no Acadêmicos do Dendê em 2003...

AINDA SILVIO SANTOS

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Hoje faz uma semana que Sílvio Santos morreu. Tudo vai voltando ao normal, a calmaria, ainda existem homenagens, mas bem menos, o Brasil tenta começar a aprender a viver sem o comunicador. Silvio estava em nossas vidas desde os anos 50 e não são muitos os brasileiros que viveram nesse mundo sem ele. Sempre nos perguntamos como ficaria o país na hora em que Pelé, Silvio Santos e Roberto Carlos morressem, os dois primeiros já foram restando o rei da música. Pelé teve uma grande repercussão, principalmente internacional, como já era esperado. Silvio também teve. Mas confesso que maior que eu esperava, principalmente com todas as homenagens que as Organizações Globo prestaram. Chegou a ser comovente a forma que a Globo, maior rival, tratou Silvio. O SBT prestou todas as homenagens esperadas, as outras emissoras também fizeram. Passado o calor da emoção da pra falar melhor sobre Silvio Santos. Pra mim Silvio é o maior comunicador da história do Brasil com Chacrinha em segundo próximo a ele ...

CAPÍTULO 48

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Cheguei aos 48. Quase meio século de vida, acabei de passar a minha mãe que morreu com 47, não, isso não é uma competição, apesar de saber que ela ficou feliz em perder essa pra mim, mas só pra mostrar como ela viveu pouco e a vida é efêmera. Nunca pensei que fosse viver muito, sempre achei que chegar aos 60 seria lucro e por isso sou apressado, afobado, quero tudo pra ontem e tendo essa visão chego aos 48 bem diferente do que imaginei quando criança, muitas coisas não aconteceram como queria e tô vendo que dificilmente vão ocorrer, mas todo adulto tem dentro de si uma criança frustrada. Mas mesmo assim, mesmo não ocorrendo tudo como imaginei fiz e faço coisas pra caramba e que orgulham. Se tem uma coisa que minha vida até hoje não foi é entediante. Desde carnaval passando por teatro, livros e mesmo a minha vida pessoal posso dizer que tive e tenho história pra contar, aliás, contar história é o que sei fazer melhor. E assim vou continuar escrevendo a história do personagem mais fascin...

UM BAIRRO ESQUECIDO

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Ilha do Governador. Já foi um bairro, hoje é uma região administrativa que comporta 14 bairros. População de mais de 200 mil habitantes, local de grandes empresas, do aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Tão perto dos locais mais importantes da cidade, tão longe também. É um local abandonado e não entendo o motivo já que como disse tem o aeroporto, é próximo da linha vermelha, geograficamente importante, local estratégico, que tem história, mas não se impõe, não mostra força. Não tem representantes na câmara de vereadores ou assembleia legislativa, não tem força política e aí, talvez, esteja o problema. Só tem um hospital que só atende casos de emergência, não tem UPA adulta, até pouco tempo nem maternidade tinha, não nasciam novos insulanos. Largado em cultura, praças quebradas, poucas coisas funcionam. E esse ano surgiu o problema da luz. Desde o verão apagões de horas na cidade, nos dias mais quentes do ano faltou luz. Muitos protestos surgiram, prefeitura ameaçando, Light dan...

30 ANOS DO TETRA

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30 anos de uma das maiores emoções da minha vida. Impossível descrever o que senti quando percebi que a bola do Baggio tinha ido pra fora, começou a tocar o "Tema da vitória" e o Galvão começou a gritar "É tetra". O choro compulsivo, berrado, minha mãe preocupada me abraçando e pedindo pra me acalmar. 30 anos, só posso agradecer a esses caras pra sempre. É tetra!!!!