A DEMOCRACIA DO MEDO
E
essa semana mais um ataque terrorista ocorreu, dessa vez na tradicional
maratona de Boston realizada em um dia especial para os americanos daquela
região. O dia do patriota.
O
feriado comemora o início da revolução americana contra o domínio inglês. Os
estados que comemoram são Massachussets
e Maine (que foi criado em 1820 sendo anteriormente a parte nordeste de
Massachussets).
E algum doidão aproveitou essa
data de tanto simbolismo para os americanos e explodiu duas bombas na reta
final da corrida. Três pessoas morreram, mais de cem feridos e uma outra
explosão aconteceu na biblioteca JFK, mas depois ficou provado que nada tinha a
ver com as primeiras.
Três mortos, entre eles uma
criança de oito anos que corria em direção ao pai que cruzava a faixa final
para abraçá-lo. Além dele sua irmãzinha perdeu a perna e a mãe sofreu lesão
cerebral.
Corta o coração, principalmente
quando tem criança no meio. Quem é pai sente uma dor maior pensando em seus filhos.
Inocentes pagando sempre por atos
de insanos.
Não deve ser fácil viver sob o
terror. Ok, aqui não temos terroristas, mas temos políticos, policiais
corruptos, bandidos oficiais e disfarçados de ternos e fardas. Gente de todas
as espécies que faz um país sem inimigos externos e climáticos como tsunamis e
terremotos se equiparar aos que sofrem. Mas esse tipo de terrorismo não temos.
Por mais que os Estados Unidos se
esforcem, ampliem sua defesa, se tornam mais neuróticos, bitolados não
conseguem se livrar do terror. Por mais que o 11 de setembro tenha alertado os
americanos sempre existirá o risco de retornar.
E o que os americanos fazem?
Armam-se mais ainda em sua defesa, aumentam a neura, arrumam mais inimigos,
partem para o confronto invadindo países, matando pessoas e ao mostrar poder
aumentam sua fragilidade.
Sim. Pode parecer incoerente, mas
não é.
Os Estados Unidos é um país que
precisa de um parecer psicológico. Eu nunca estudei psicanálise na vida, mas
ouso dizer que a “América” parece aquele cara grandão, fortão, que gosta de
mostrar poder, mas tem baixa estima.
Mostra seu poderio bélico, nas
artes, esportes, impõe o “american way of life” quando internamente é
conturbado, frágil, implode. Depois da guerra do Vietnam passou por vários problemas
com ex-combatentes, uma guerra traumática que dividiu o país.
Não são raros acontecimentos de
pessoas comuns, americanos nível médio que invadem escolas, locais públicos e
provocam matanças. Já mataram dois presidentes e tentaram matar outros. Vive e
sempre viveu grande tensão social e racial. Um país que tem pena de morte e
permite a venda de armas. Bélico, explosivo, perigoso.
Povo que vai as ruas, comemora
quando matam um terrorista da mesma forma que fazemos quando nosso time é
campeão no futebol. E ainda nos achamos errados!!
Viraram os líderes mundiais com
consentimento das outras nações, os guardiões do mundo e se acham no direito de
dizer como cada país tem que ser. No direito de expressar que não legitima uma
eleição na Venezuela onde eles tem nada a ver com a história e financiar
derrubadas de governo como no próprio Brasil com Jango.
Não. Isso não é teoria da
conspiração, não é coisa de socialista bitolado porque não sou socialista nem
adepto desse time de teoria. Os Estados Unidos derrubaram governos latino
americanos ao longo dos anos, ajudou a derrubar o brasileiro em 1964 e está
tudo documentado.
Como dessa forma eles querem
ganhar amor? Como ficar livre do terror?
Alguns dos grandes inimigos dos americanos eram aliados.
Saddan Hussein foi financiado pelos Estados Unidos na guerra Irã x Iraque,
Osama Bin Laden também foi aliado. Alianças escusas, nebulosas, com interesses
nada cristãos e que acabaram quando o petróleo entrou na história como no caso
do Saddan ou alguém acha que os Estados Unidos estavam preocupados com o povo
do Kwait?
E tome invasão no Iraque como paladinos da democracia para
pegar o petróleo pra si. Tome aliança com Israel numa história explosiva,
milenar e cheia de ódio e rancor que nada tem a ver com ele e dessa forma
fermenta o ódio pelo mundo. Vira alvo do Oriente Médio e ocorrem coisas como o
11 de setembro.
O 11 de setembro é fruto do ódio. Meteram dois aviões nas
Torres Gêmeas e no Pentágono porque odeiam os Estados Unidos e não teve um
americano que tenha virado e pelo menos se perguntado “Por quê odeiam a
gente?”.
Não. Resolveram atacar o ódio com ódio. Invadiram dois países
pra bombardear. Inventaram umas armas químicas no Iraque para devastar o país e
matar o ditador e genocida Saddan Hussein. Sim, ele não merecia final melhor,
mas as armas químicas nunca foram encontradas e inocentes morreram em todos os
lados.
Inocentes morreram do lado americano. A mídia explorou ao
máximo esse sofrimento. Descobrimos vítimas, nomes de vítimas, história de
vítimas, família de vítimas, tudo sobre e nos comovemos.
E os iraquianos? Alguém conhece alguma vítima iraquiana?
Família, história, nome, algo?
Não. Porque como escrevi para a coluna do Ouro de Tolo que
irá subir domingo a história é contada pelos vencedores e pelo status quo. Somos
seguidores do americanismo e não nos importamos com essa mania deles tentarem
impor a democracia no país dos outros na base da porrada. Não paramos pra
pensar que gente como George W Bush é tão genocida, tão maléfico pra humanidade
como Saddan Hussein e Osama Bin Laden.
Nessa história não tem bobo, não têm bonzinhos, tem vítimas,
mas não são países e seus governantes, são suas populações que sofrem.
Temos mais três mortos agora que poderiam provocar muito mais
mortes em algum outro país já que logo de cara acusaram organizações
terroristas, países, falaram em retaliação, tiraram árabes de avião por conversarem
em sua língua nativa, um caos e no fim descobriram que foi americano que
provocou.
Americano que sangra seu próprio país, como outros que já
fizeram e citei acima. Realmente americanos precisam de análise.
Não tenho nada contra os Estados Unidos. Gosto de NBA, NFL,
Mc Donalds, Coca-cola, filmes do país, enfim, várias coisas, mas não gosto
desse modo de pagar terror com terror, democracia imposta com guerra, se
meterem em outros países. Isso pra mim não é democracia.
Democracia estranha que elege alguém que ficou em segundo
numa eleição e não aceita eleição dos outros.
Que depois do ocorrido em Boston passou por uma explosão e incêndio no Texas com
sessenta mortos e não sabe o que ocasionou. Que nesse momento faz uma grande operação policial na mesma Boston devido um tiroteio em um campus. A coisas não estão fáceis para os americanos. A democracia se assusta.
Democracia que expõe seus cidadãos ao horror.
Que não deixa um menino de oito anos abraçar seu pai.
A democracia do medo.
Os EUA só são odiados porque pregam o ódio. Para mudar isso, seria complicado. Os governos americanos têm a mania de se achar no direito de mandar na vida dos outros países, achá-los menos importantes que eles e usarem da tal 'democracia americana' uma prerrogativa para fazer o que querem. Como costumo dizer, o problema é que numa guerra, numa conquista, não lutam Obama, Sadam, Bush, Kim Jong-Un ou Thatcher, mas são os inocentes de cada país, que nada têm a ver com a prática de seus líderes. E são expostos a coisas desse tipo. E é aí que as tais "democracia" e "liberdade" americanas trazem medo e repressão a uma população inteira. Triste.
ResponderExcluirPois é. Depois que publiquei apareceram esses dois suspeitos. Um morto, outro gravemente ferido. Tudo certo para que a população comemore e se ache segura novamente até o próximo ataque
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