Trocando em miúdos

Sábado passado teve jogo do Brasil narrado por Galvão Bueno. Normal, nos últimos 35 anos nos acostumamos a ouvir a voz de Galvão narrando os jogos da seleção. A novidade foi o local, no YouTube. Não é novidade jogos de futebol no YouTube. O Caze vem conseguindo recordes de audiência transmitindo campeonatos, a própria SDC transmitiu jogos e nosso recorde de audiência foi a final da Champions de 2021. A grande notícia é o tamanho do narrador. Galvão no YouTube mostra a força da internet. Enquanto as TVs fecham portas e demitem profissionais, o último foi Cleber Machado demitido da Globo, a internet vem acolhendo. Muitos profissionais esportivos migraram pra internet e fazem sucesso. Vários podcasts dos mais diversos assuntos surgem a cada dia transformando anônimos em famosos e ricos. Gente como Whindersson Nunes e a galera do Porta dos Fundos se consagrou sem precisar de TV. A diferença é que a internet até então revelava talentos, agora pega os grandes da TV. O futuro chegou. O futuro

Três anos atrás o mundo virou de cabeça pra baixo. A OMS decretou a pandemia no planeta em razão do Coronavírus e nada mais foi igual. Várias restrições surgiram e não pudemos mais sair de casa. A Luciana veio passar o período de quarentena aqui e logo no primeiro dia resolveu criar o canal da SDC no YouTube. A SDC, sigla para Saia da Casinha, era nossa marca, uma produtora que criamos para fazer junto com o PACIG, Polo de Audiovisual e Cinema da Ilha do Governador, filmes para o bairro. O canal foi criado a princípio para reproduzir filmes feitos pelo PACIG, mas acabou fazendo muito mais. Vieram debates de todos os tipos, de futebol, política passando por BBB e luta das minorias, veio programa com desenhos antigos, lembrando programas antigos, game musical, ensaios sensuais, transmissão de futebol, entrevistas, dezenas de audionovelas, quase centena de esquetes de humor chegando a ter atrações diárias nas semanas do canal e dando ocupação a mais de 30 pessoas em um momento tão difícil

Morreu o gigante Antônio Pedro. Não de estatura, era baixinho, mas gigante no talento. Homem de tv, teatro, cinema, político, ficou mais conhecido do grande público por personagens nos humorísticos do Chico Anysio, mas tem um trabalho enorme no cinema, era da turma do Carvana. Turma do genial ator e cineasta Hugo Carvana que nos deixou anos atrás. Os mais novos (nem mais tão novos assim) lembram do Lineu de "Celebridade", os mais ligados a TV e mais velhos de Waldomiro Pena da série "Plantão de polícia", mas ele era bem mais que isso. Era um homem de cinema. Ninguém retratou o Rio de Janeiro melhor que Hugo Carvana, tal como Woody Allen com Nova York, Carvana foi um cronista do Rio de Janeiro do seu tempo. Um Rio boêmio, malandro, romântico, um Rio feliz. Filmes como "Vai trabalhar vagabundo", "Se segura malandro", "Casa da mãe Joana", "O homem nu" e o antológico "Bar esperança" fazem parte de sua filmografia. E Carv