AS MULHERES DA MINHA VIDA
Já tive mulheres de
todas as cores, de várias idades, de muitos amores...
... todo mundo já
ouviu essa música consagrada na voz de Martinho da Vila e algumas vezes
associou à sua vida, se viu nela. Eu não fui diferente.
Eu sou um cara que
sempre tive as mulheres em volta de mim, marcando e moldando minha vida. Fui
criado como único homem da minha casa, por mãe, avó, bisavó, tias e
empregada.
O único homem que
morava aqui era meu tio, mas ele estava prestes a casar e mal parava em
casa. Assim meu caráter foi construído por elas, meu lado cultural e minha
personalidade. Graças a elas aprendi a gostar de cinema, teatro, livros, a
ler e escrever. Minha avó é uma pessoa muito culta,
professora e passou
isso para seus filhos e por conseqüência a mim.
Minha tia Rachel, guia
turística, sempre passava pelos lugares e trazia alguma lembrança. Contava de
suas viagens e peguei gosto por viagens, conhecer lugares. Minha tia Rosanne
sempre quis se dar bem, estudou e batalhou muito pra alcançar seus objetivos.
Tenho um pouco dessa ambição.
Convivi pouco com
minha bisavó, mas lembro dos pastéis maravilhosos que ela fazia, as
lancheirinhas que comprava pra mim e o grande carinho que me dava.
E minha mãe...
... minha mãe era uma
pessoa sonhadora, mas infelizmente seus sonhos não deram certo. Quis ser
advogada, mas a doença não deixou que se formasse. Escrevia poesias,
pensamentos, mas não mostrava para ninguém guardando em sua gaveta.
Ela sempre dizia que o
maior sonho de sua vida era ser mãe e se sentia feliz e completa por isso. Mas
sei que ela tinha muitos sonhos que não realizou e tenho minhas dúvidas se foi
uma pessoa feliz.
Dela herdei minha
sensibilidade, o lado sonhador.
Apesar de ter
convivido com tantas mulheres na vida minha infância em relação a elas não foi
fácil. Eu era o tipo do garoto que se apaixonava fácil pelas menininhas da
turma, mas com grande timidez que fazia gaguejar e não saber o que fazer perto
delas.
Eu tremia perto delas.
Como diz o Leoni, “perto de uma mulher são só garotos”. Apaixonava, fazia
planos de amor, tentava arrumar coragem de me aproximar e falar que gostava
delas, mas não conseguia.
Só consegui isso com
uma. Uma linda loirinha que conheci ainda na pré-escola chamada Manoela. Mas namoro
nessa época é só ficar junto no recreio e falar que namorava. Gostei de
algumas no primário e nunca tive coragem de falar. Ainda tive que ver aos nove
anos uma que eu gostava dançar e beijar um amigo meu na minha festa de
aniversário.
Foi assim que saí da
infância e cheguei na adolescência. Vendo meninas que eu gostava se interessar
por outros e eu não fazer nada.
No ginásio conheci a
Raquel. Loirinha, baixinha invocada, voz rouca. Raquel pensava igual a mim,
adorava política, éramos bem amigos com a diferença que eu era
apaixonado. Até em reunião budista eu fui por causa dela. Isso com treze
anos de idade.
Até que com quase dois
anos de amor platônico percebi que poderia usar meu dom da escrita para isso e
me declarar. Escrevi uma carta pra ela contando tudo que eu sentia e na
hora do recreio deixei nas suas coisas.
Fiquei nervoso ainda
mais que ela leu, mas não esboçava reação. Até que um dia tomei coragem,
perguntei e ela disse que não dava, sentia apenas amizade.
É duro sofrer de amor
com 13 anos...
... Mas no ano
seguinte conheci outra menina no colégio. A Ericka. Eu repeti o ano e acabei
entrando em sua turma. Ericka foi muito carinhosa comigo em minha adaptação. Pronto,
me apaixonei.
Ericka era uma menina
linda, inteligente, espevitada do tipo que amarrava a blusa e ficava com a
barriga aparecendo e usava short curto. A musa do colégio. Além de ter uma manchinha verde perto
da orelha que era um charme. Eu ficava zonzo perto dela, sem ter o que falar gaguejava e me sentia um idiota.
Mas aos poucos fui me
soltando e comecei a criar historinhas de um herói atrapalhado chamado Sir
Aloisius (Hoje tem uma peça minha com quase mil visitações que esse
personagem participa no site recanto das letras) que sempre tentava salvar a princesa
Divina (Chamava a Ericka de divina Ericka por causa do personagem divina Magda
da novela da época Meu bem meu Mal) e se dava mal. Ela ria, se divertia com as
história e eu me sentia feliz.
Quase dois anos
estudando juntos tomei coragem e mandei carta pra ela também me declarando. Tive
a mesma resposta que recebi de Raquel. Mas ela me descartou com tanto
carinho, tanto afeto que me apaixonei mais ainda. Foi um “não” mais doce
que muitos “sim” que recebi.
Isso faz mais de vinte
anos e somos amigos até hoje. Ela sempre me fala que ainda tem as histórias que
lhe mandei e rimos muito quando nos lembramos de nosso tempo de colégio.
E a Ericka continua
com a manchinha linda.
Alguns anos depois
teve a Luciana. Loirinha linda que me apaixonei enquanto trabalhávamos nos
correios, mas que só me via como
amigo e passamos algumas agruras juntos. Situações difíceis que onde a amizade se fortaleceu. Problemas que se resolveram e as vidas seguiram em paz mesmo que separadas. Mas como ela me disse uma vez "amizade sincera nem distância e tempo apagam".
Hoje está muito bem casada, é mãe e tenho uma saudade gostosa dos tempos de faculdade e trabalho.
Os anos passaram os
“foras” se acumulando até que começaram a vir os “sim”.
Michele, a mãe da Bia,
que veio a ser minha primeira namorada. paixão avassaladora que virou irmandade. Rafaela, mulher maravilhosa de Recife
que veio passar seis dias inesquecíveis comigo no Rio. Com ela aprendi a gostar de churros e que não importa o tempo passado juntos e sim a intensidade do que se vive. Vivian que fiquei noivo e
perdemos um filho. Alice, namoro de poucas semanas, mas
quente. Luciana (é, gosto do nome) com quem tive namoro rápido, mas que deu pra que eu repensasse algumas coisas em minha vida. Karina numa relação meio inconsequente, mas que virou uma grande amizade e talvez tenha sido uma das que mais gostou de mim..
..Thais que foi uma paixão avassaladora de alguns meses onde tivemos que enfrentar a tudo e a todos. Acho que nunca fui tão covarde e corajoso quanto nessa época. Nunca tive tanta vergonha de alguns atos e orgulho de muitos. Nessa ocasião fui algumas vezes moleque, mas virei homem quando decidi que queria ser feliz e iria lutar por essa felicidade não importando o impacto que isso causaria. Me arrependo? Nunca! Faria mil vezes mais, porque era o que eu queria, quem eu amava e quando amo sou passional, me entrego, faço burradas, mas amo pra valer e foi muito bom enquanto durou. Forte e rápido como um cometa, brilhante e inesquecível como a passagem de um cometa
... e Bia, mesmo nome
de minha filha a quem já dediquei uma coluna e mulher que me transformou pra
sempre. A que talvez eu mais tenha errado e por ironia do destino a que nunca saiu do meu lado. Com quem tenho amizade forte hoje, raros são os dias em quem não damos nem um "oi" e é a primeira pessoa quem eu penso quando passo uma situação ruim ou vitoriosa. É quem me dá conselhos e talvez a única pessoa desse planeta que consegue me convencer quando seu ponto de vista é o certo e o meu errado, a única a quem eu ouço de verdade e respeito demais por sua inteligência, determinação, cultura, doçura e uma das poucas que realmente sei que já gostou e gosta de mim (mesmo de forma diferente hoje) já dando provas disso.
Tive mulheres que me
marcaram e me fizeram o que sou hoje. As da minha família, as que não quiseram
nada comigo (a primeira música que fiz na vida foi pra Ericka), que namorei,
fiquei e amigas como Paola e Fabiola que conheci na internet e até hoje estão na minha vida. Fico amigo de seus namorados como no caso da Paola, vão torcer por meus sambas, se envolvem, vibram e eu torço igualmente por elas. Fabiola, a amiga doida, agora é mãe de um lindo menino e parece mais ajuizada (espero), Paola parece que finalmente encontrou o cara de sua vida, um grande parceiro, amigo mesmo. Fico feliz por elas.
Descobri que minhas
maiores amizades hoje são de mulheres. Tenho muito mais mulheres nas minhas
redes sociais que homens. Com elas que desabafo e me abro, mostro como sou e
elas têm empatia comigo a ponto de fazer o mesmo.
Acho que ser criado
por mulheres me ajudou nisso. Ser escritor
também. Tenho a alma
feminina, por lidar com arte tenho a sensibilidade delas e acho que isso faz
com que eu as entenda mais e elas a mim.
Sei falar o que querem
e precisam ouvir e finalmente a habilidade que tenho para a escrita serviu a
alguma coisa. Não preciso mais mandar cartinhas e posso ser eu mesmo no meio
que hoje mais aproxima as pessoas.
A Internet onde fiz amizades fortes com pessoas que eu nunca vi e sei que se precisar é só gritar que aparecem.
Ter tantas mulheres na
minha vida, tantas pessoas importantes que só tenho a agradecer por fazerem
parte de minha existência só podiam resultar em primeiro filho ser mulher,
minha doce Ana Beatriz.
Admiro as mulheres.
Mulheres são fortes, elas nos dão a vida. Dão nosso primeiro alimento, através
de nossas mães conhecemos o amor, a proteção, o carinho.
Já errei muito com as
mulheres, mas tenho um profundo respeito por elas e sempre me sinto um
garotinho perto delas que são tão valentes, guerreiras. O que seria de Jesus se
não fosse Maria?
Mulher amadurece muito
mais rápido que homem, homem não sabe viver sem mulher.
E elas me inspiram a
cada dia. Do pastelzinho da minha bisavó, cinema com minha avó, gargalhadas com
minha mãe, historinhas pra Ericka, ouvir Barry White com Michele, cantar em
videokê pra Rafaela, chamar de suco de groselha o cabelo ruivo de Vivi, jogar
Thais do sofá, encontrar Alice às escondidas, viajar e ir a show com a Bia, ficar até de
madrugada falando besteiras com amigas na internet ou só ficar parado vendo
minha filha assistir Dora aventureira, Michael Jackson ou turma da Mônica.
Tudo serviu de
aprendizado, inspiração, até rendeu uma coluna. Obrigado a todas vocês e
boas vindas as que ainda entrarão na minha vida. Dizem que a mulher é sexo
frágil, mas que mentira absurda!
Quem quiser conhecer o
“Sir Aloisius”, personagem que fiz há mais de vinte anos pra “tentar
conquistar” um desses meus amores a peça dele está no link abaixo.
Ah..Quem é a mulher da minha vida hoje? Essa é fácil. É a que está comigo abaixo.
Mas acho que ela não se importará se aparecer mais alguma. Afinal, essa história ainda não acabou.
Que seja doce.
Adorei!
ResponderExcluirVocê merece, obrigado por tudo
ExcluirEu que tenho que agradecer, por tudo, pela homenagem, pelo carinho, pelo companheirismo, pela amizade..
ExcluirSempre estarei perto de você quando precisar e sabe disso, SFSJ, lembra? rs
Excluirque fofooo =) tks!!!
ResponderExcluirNão precisa agradecer :)
ExcluirAdorei baby! Muito bacana seu blog. Parabens!
ResponderExcluirObrigado baby e vc sabe que é uma dessas mulheres da minha vida
ResponderExcluirAdorei o post,pena que só agora pude ver,que cabeça a minha,mais amei,de coração,ta de parabéns,beijanho e obrigada por fazer parte de sua vida,bjs. kkk
ResponderExcluirBeijo mané rs
ExcluirQue lindo. Amei. Bjs.
ResponderExcluirBeijão Dione
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