EDUARDO CAMPOS
Desde pequeno ouço falar que
agosto é o mês do desgosto e isso me irritava, afinal, é o mês que eu nasci.
Dão essa alcunha maldosa ao mês devido acontecimento macabros que ocorreram
como as bombas atômicas no Japão e o suicídio de Getúlio Vargas.
Sempre brinquei que agosto era mês
de sorte, não de azar porque nasci num mês de agosto, ano bissexto, perto da
meia-noite e em semana de sexta-feira 13.
Mas justo em um mês de agosto,
justo em um dia 13 mais um acontecimento macabro ocorre e entra para a história
do Brasil. Assim fica difícil te defender agosto!!
A tragédia veio do ar, Eduardo
Campos morreu. O jovem político nordestino de uma família de importantes
políticos fez seu último vôo e tombou em Santos. O marido da Renata e pai de
cinco filhos. Isso sim é o mais importante.
Era um político jovem, aguerrido e
carismático. Neto do lendário Miguel Arraes, foi galgando aos poucos sua
posição no cenário pernambucano e nacional até ter uma aprovação recorde de seu
estado e virar candidato a presidente da República.
Não acredito que ele fosse vencer
a eleição e sequer chegar ao segundo turno. Eduardo Campos era o Garotinho,
Ciro Gomes, Heloisa Helena ou Marina Silva da vez. A terceira via que o povo
brasileiro tanto pede que no fim é relegado ao terceiro lugar.
Mas ele tinha uma coisa diferente
dos outros citados. Era jovem, ambicioso e arrojado. Num cenário de um PSDB
decadente e um PT cada vez mais afundando em confusões, desgastado e dependente
da imagem de Lula Eduardo surgia com força para 2018. Assim eu via sua
candidatura em 2014.
Uma forma de ficar conhecido para a sua eleição. A de
2018.
Ficou famoso, ficou conhecido, mas
não da forma que queria.
Virou o principal assunto do Brasil
e um dos principais do mundo. Tudo bem que vários lhe chamavam de Eduardo Paes
ou Roberto Campos, mas falavam dele. Todas as televisões por onde passei estavam
sintonizadas em informações sobre o acidente e as pessoas, perplexas, assistiam sua
morte via satélite.
Muitos, inclusive eu, se
perguntaram “E agora? E as eleições?”, mas houve um certo patrulhamento sobre
quem falava em política relembrando a dor da família e o peso da morte.
Claro que a morte traz choque, só
uma pessoa muito insensível não pensa na dor da família. Mas sete pessoas
morreram no acidente e se Eduardo é o mais citado, sendo citado até pela Casa
Branca, é porque era candidato a presidente da República e nada mais normal
para quem não tinha em Eduardo um familiar ou amigo pensar na política.
Ninguém pode dar certeza do que
vai ocorrer. O PSB terá que escolher um novo candidato. Pode ir ao caminho
natural e elevar Marina ao cargo máximo. Marina é mais conhecida do que era
Eduardo, saiu de 2010 com 20 milhões de votos, tem para si enorme simpatia do
povo brasileiro e ainda por cima a comoção da morte de seu parceiro.
Tornaria-se uma forte candidata na
teoria e poderia assombrar a candidatura, principalmente, de Aécio Neves.
Quem é Dilma vota na Dilma. Quem
não é Dilma quer vê-la fora de lá e para isso pode mudar de voto dependendo de
quem pode vencê-la.
Marina é mais simpática que Aécio
e, como citei, tem o fator comoção. Não estranharia se houvesse uma migração de
votos de Aécio para Marina e um segundo turno entre as duas mulheres.
Mas isso também é teoria. O PSB
lançaria a presidente uma candidata que na verdade é de outro partido e só está
na legenda porque a sua não pôde ser regularizada ema tempo? Marina ganha pelo
PSB e ano que vem está na sua REDE SOLIDARIEDADE.
Uma morte que entra no hall das
mortes como de Getúlio, Tancredo e Ulysses. Evidente que sem o peso das duas
primeiras, mas uma morte que sempre vamos lembrar aonde estávamos quando
ocorreu.
Muita coisa a acontecer muitas
coisas a se pensar. De imediato, prático e palpável apenas o lamento pela morte
de uma pessoa tão jovem, com uma família para criar e um futuro brilhante pela
frente.
Que agosto não dê mais desgosto.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ, fiquei mesmo. Beijos amor
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