AMOR: CAPÍTULO VIII - A EXPLOSÃO DO AMOR
Depois de
muito nos abraçarmos e beijarmos deitamos na areia e ficamos olhando o céu. Eu
estava em puro êxtase vivendo tudo aquilo que sonhava e olhando para o lado
percebi que Camila também sorria, estava muito feliz.
Ainda
olhando as estrelas perguntei a ela o que talvez vocês também estejam curiosos
para saber. Perguntei o que ocorrera.
Camila
suspirou e contou que não conseguira dormir naquela noite pensando no que eu
tinha dito. Dessa forma se arrumou para ir a igreja.
Camila
era preparada pela mãe e algumas tias de forma séria. Dona Suely elogiava e
falava que nunca vira uma noiva tão linda. Uma tia comentou “pelo que vocês
gastaram tinha que ficar mesmo”. Camila permanecia séria e Bia só observava.
As
senhoras saíram um pouco da sala e Camila e Bia ficaram sozinhas. Bia olhou bem
Camila e perguntou “Você vai casar ou vai a um enterro?”.
Camila
não entendeu a pergunta e Bia continuou “Você vai casar hoje, devia ser o dia
mais importante da sua vida e ta com uma cara de quem vai para uma obrigação”.
A noiva
abaixou os olhos contando “O Antonio me procurou ontem e..” sendo interrompida
por Bia que comemorou “Finalmente ele se declarou”.
Camila
perguntou se ela sabia e Bia respondeu “Só você não sabia boba, todo mundo
sabe, esse homem é louco por você, olhe tudo que ele já fez por você”.
Camila
comentou que não sabia o que pensar. Bia pegou suas mãos e disse “Nunca é tarde
para ser feliz. Um casamento se desfaz até no altar”. Camila perguntou o que a
amiga sugeria e ela respondeu “a felicidade sempre”.
Dessa
forma Camila foi para a igreja. Osmar pegou a filha pelo braço do lado de fora
do carro, na frente da entrada e perguntou se estava tudo bem, comentando que
ela estava quieta. Camila respondeu que sim e Osmar brincou “vamos que seu
noivo está esperando”.
Osmar e
Camila entraram na igreja com todos os presentes se levantando. Começaram a
caminhar e ouvindo a música Camila comentou “poderia ser Raspberries”. Osmar
não entendeu e Camila explicou “Raspberries, eu gosto de Raspberries, a música
poderia ser Don`t want to say goodbye”.
Isso tudo
enquanto caminhavam em direção a Guga. Osmar sorrindo comentou baixinho “nunca
imaginei que você conhecesse Raspberries” e Camila respondeu “Antonio que me
apresentou”, antes que falasse para si mesma “Antonio..”.
Osmar
entregou Camila para Guga e os dois se viraram ao padre que começou todo aquele
falatório. Na hora do sim Camila foi perguntada e antes de responder ao padre
perguntou a Guga “Você conhece Raspberries?”.
Guga não
entendeu, disse que aquela não era hora para aquele tipo de
pergunta, mas Camila insistiu. Guga respondeu que não sabia do que ela falava e
a moça emendou “uma banda antiga de músicas românticas”.
Guga
respondeu “Você sabe que não curto músicas românticas. Por favor, responda ao
padre”. O padre refez a pergunta, Camila olhou para Guga e pediu desculpas.
O noivo
nada entendeu. Camila virou-se para o padre e respondeu “não”. Um grande
alvoroço tomou conta da igreja. Suely desmaiou e mais uma vez Camila pediu
desculpas a Guga saindo da igreja.
Enquanto
saía Bia gritou “Arpoador, ele fica no Arpoador!!” se referindo a mim.
Dessa
forma paramos naquela areia.
Começamos
a gargalhar e comentei que ela estava louca. Camila se virou para mim dizendo
que louca estava de não ter percebido o quanto eu lhe amava e nos beijamos.
Interrompi o beijo para dizer que estava com pena.
Camila
perguntou de quem e respondi. De Guga.
Ela
também lamentou a forma em que tudo se realizou e disse esperar que ele lhe
perdoasse um dia. Eu queria também esse perdão. Apesar dos pesares Guga era um
cara importante em minha história, meu amigo de infância e não queria que tudo
terminasse daquela forma.
Olhamos
mais um pouco as estrelas e Camila comentou que só faltava
champanhe para celebrar aquele momento. Perguntei brincando
porque ela não trouxera da festa e ela rindo respondeu que não dera tempo.
Levantei
e disse que daria um jeito.
Fui até
um quiosque próximo e por sorte lá vendia sidra. Comprei, consegui duas taças e
voltei para a areia.
Camila se
surpreendeu com minha volta. Brinquei que nada era perfeito, só tinha sidra e
meu amor respondeu “com você tudo é perfeito”.
Eu vivia
um sonho. Estourei a sidra, enchi as taças e nos beijamos antes de beber.
Depois joguei sidra nela e em mim. Nós dois molhados de sidra nos jogamos na
areia e continuamos a nos beijar.
Abençoados
por aquela praia maravilhosa e a Lua mais linda que já tinha visto.
Vimos o
nascer do Sol e fomos embora. Viemos para minha casa. Minha mãe dormia e entramos
em meu quarto. Como ela estava vestida de noiva peguei em meus braços.
Ficamos
em silêncio. Tensos e ansiosos. Eu conseguia sentir sua respiração pesada e a
minha não era diferente. Fui até o aparelho de som e coloquei música.
Raspberries. Don´t want to say goodbye.
Nossa
música tocava e me aproximei de Camila. Peguei sua mão que se encontrava
gelada. Acariciei seu rosto e lhe beijei. Um beijo de amor, um beijo que
provocava ansiedade. Depois tirei seu véu e comecei a
desabotoar seu vestido. Camila apenas me olhava lhe despir respirando
fundo.
Fizemos
amor ouvindo a nossa música. Fizemos amor como se fizéssemos música.
Não era a
primeira vez que eu transava, mas era a primeira que eu fazia amor. Primeira
vez que fazia amor e com a mulher da minha vida. Era diferente, era especial e
foi assim todas as vezes que toquei o corpo de Camila. Tivemos uma simbiose
imediata assim que nos conhecemos nos entendendo em tudo e na cama não foi
diferente. Meu corpo se alimentava do dela, o dela se encaixava com o meu.
Aquelas
horas foram as mais felizes da minha vida.
Depois do
amor estávamos deitados ouvindo música e eu me sentia nas estrelas quando de
repente me senti puxado por Camila perguntando se eu me casaria com ela.
Tomei um
susto e perguntei “o quê?”. Camila rindo perguntou se eu já estava tirando o
corpo fora e eu gargalhando respondi que não, só não esperava a pergunta.
Camila
fingindo indignação disse “Eu não vou pra cama com qualquer um, acabei de
deixar um noivo no altar por sua causa. Espero que me assuma”. Eu rindo
respondia “ta bem, ta bem”, ela perguntou novamente se eu iria casar com ela e
continuei rindo.
Camila
perguntou “Lembra do que me respondeu quando perguntei se lhe amava?”. Respondi
“pra sempre” e ela perguntou “E então?”. Respondi
“Caso com você agora se quiser” e nos beijamos.
Saímos do
quarto abraçados, gargalhando quando encontramos minha mãe sentada tomando
café. Dona Hellen nada entendeu e sorrindo perguntou “Mas como?”. Camila
cumprimentou minha mãe e eu respondi “A história é longa mãe, depois explico,
mas agora to varado de fome”.
Sentamos,
tomamos café e rimos muito. Uma alegria que há muito tempo aquela casa não
conhecia.
Mas
tínhamos que voltar a realidade.
Levei
Camila até em casa e nos despedimos com um beijo. Camila perguntou de novo “me
ama?” respondi “pra sempre” e ela se encaminhou para entrar.
Ao tentar
abrir a porta sua mãe abriu antes. Com cara muito séria Suely mandou “entra”.
Camila entrou e antes que eu cumprimentasse a senhora bateu a porta violentamente.
Mas nem
liguei. Fui embora como Pelé, socando o ar, na hora do gol.
Eu tinha
marcado um golaço.
Enquanto
Suely e Camila quebravam o pau em casa com a mulher perguntando o que ela fez,
minha participação na história e alegando que eu não tinha onde cair morto eu
procurei por Guga em todos os lugares tentando tirar a situação a limpo.
Rodei a
cidade inteira e não consegui lhe encontrar.
Encontrei
Bia, Nando e Samuel em um shopping e fomos lanchar na praça de alimentação.
Meus amigos curiosos perguntavam tudo, o que ocorrera e eu respondi. Bia
comentou a conversa que teve com Camila antes da igreja e brincou “terão que me
chamar para madrinha”. Comentei que procurara por Guga sem encontrar e Samuel
respondeu que ele viajara. Tinha aproveitado as passagens de lua de mel.
Sorri,
comentei “lua de mel que não aconteceu” e meu telefone tocou. Olhei o número e
sorri de novo comentando “Camila”.
Começamos
assim nosso romance, nossa história. Mesmo sua família sendo contra. Camila
sempre arrumava desculpas para que eu não fosse a sua casa e eu fingia
acreditar mesmo sabendo que o motivo era sua família não aceitar.
Na
verdade nem era a família, era Suely. Osmar era um grande empresário, um cara
vitorioso, mas totalmente dominado pela mulher fazendo tudo o que ela
determinava.
Também
tinha o “fantasma Guga”. Esperei até que ele voltasse e ele voltou um mês
depois do ocorrido.
Fui até a
faculdade encontrá-lo. Esperei ansiosamente que saísse até que o vi saindo com
uns amigos. Fui até seu encontro e disse que precisava conversar com ele.
Sem dar
tempo de respirar Guga respondeu “fale com minha mão” me dando um soco no
rosto. Levantei do chão, passei a mão em meu rosto e calmamente respondi “tudo
bem, você tinha direito a esse soco, vamos conversar agora”.
Guga me
deu outro soco. Caí novamente no chão, me levantei brabo e disse “Porra!! Dois
não!!”.
Dei um
soco nele e começamos a brigar.
Rapidamente
a faculdade toda foi ver o que acontecia se dividindo entre a turma do deixa
disso e a que queria ver sangue. Os seguranças da faculdade também chegaram e
conseguiram nos apartar.
A coisa
foi tão feia que paramos hospital. Fui atendido e ao sair dei de cara com
Camila que com cara braba perguntou “Virou moleque agora pra ficar brigando?”.
Antes que eu respondesse Guga também saiu do atendimento.
O rapaz
olhou para nós dois com fúria e disse “Nunca mais! Nunca mais eu quero que um
dos dois dirija a palavra pra mim!” indo embora logo depois.
Eu e
Camila ficamos em silêncio que foi quebrado por meu comentário “Viu o rosto
dele? Ficou pior que o meu”.
Não
queria aquilo. Como eu disse o Guga tinha importância fundamental em minha
vida. Eu, ele, Samuel e Jessé éramos os mosqueteiros e achávamos que nada, nem
ninguém um dia nos separaria.
Já
perdera Jessé e agora perdia Guga.
Nosso
romance continuou e éramos cada vez mais colados. Camila continuava sua
faculdade e eu trabalhando como Dj, mas já pensando em dar vôos maiores.
Pensava em voltar para a faculdade,
ter uma profissão e assim casar com Camila.
Camila me
incentivava nesse projeto de voltar aos estudos e eu nos seus. Fazíamos seus
trabalhos juntos, eu aprendia e ensinava suas disciplinas junto com ela, lhe
dando força. Éramos amigos, éramos companheiros, éramos namorados, éramos
amantes.
Éramos
tudo.
Um dia
esperava por Camila na frente da faculdade torcendo para não dar de cara com
Guga quando ela saiu. Camila não sorriu como sempre fazia ao me ver. Cara
séria, semblante fechado, logo percebi e perguntei qual era o problema.
Camila,
muito séria, pediu que fossemos até a praia que tinha uma coisa para me contar.
Fomos até
o Arpoador. Sentamos nas pedras olhando o mar e perguntei a Camila o que
ocorria. Sem me olhar ela me respondeu.
Estou
grávida.
Fiquei
surpreso com a notícia e apenas soltei “como?”. Camila se irritou e retrucou
“segunda vez que você me faz uma pergunta dessas e dessa vez você devia saber
bem como”.
Eu ri,
pedi desculpas e disse que evidente que sabia como tinha ocorrido. Camila
abaixou a cabeça e retrucou “segunda vez, como eu fui deixar isso ocorrer?”.
Enquanto
eu suspirava olhando o mar e sussurrava “filho, um filho..” Camila contava que
daria um jeito, daquela vez tinha certeza
que era de um mês, no máximo dois e dava para tirar.
Levantei,
olhei para ela e disse “Tirar? Nós vamos casar!!”.
Camila
também se levantou surpresa com minha declaração e continuei. “Eu te amo, você
me ama, vamos nos casar. Teremos algumas dificuldades no começo, mas dará
certo”. Camila retrucou que seus pais nunca aceitariam e perguntei se o motivo
era porque eu era pobre.
Camila
desconversou e emendei “estamos no século XXI, isso é coisa do século passado,
vamos para sua casa conversar com seus pais”.
Camila se
desesperou e implorou para que eu não fizesse isso. Mas olhei bem firme em seus
olhos e disse “confie em mim”.
Fomos até
sua casa e seus pais se encontravam no local. Suely perguntou se algo ocorria e
eu disse que precisava falar com eles.
Suely
mandou que a empregada nos servisse café e enquanto eu reconhecia a moça que
morava na rua ao lado da minha e lhe cumprimentava Suely, sem enrolações,
perguntou o que eu queria.
Também
fui direto e disse que Camila estava grávida e eu queria casar com ela.
Osmar
colocou as mãos na cabeça e Suely mantendo a pose perguntou baixinho “de novo
minha filha?”. Enquanto Camila se desculpava com mãe eu afirmei “A diferença é
que dessa vez ela está de um homem de verdade. Eu amo sua filha e estou aqui
para assumir tudo”.
O clima
ficou pesado na sala. Osmar nada falava enquanto Suely ainda com a mesma pose
pegou xícara, bebeu um pouco de café e disse “está bem, vocês casam”.
Todos se
surpreenderam, até Osmar que levantou a cabeça e olhou para a mulher. Suely
completou “está certo, se vocês se amam tem a nossa benção”. Nos levantamos e
irradiando alegria Camila me abraçou enquanto Suely continuava bebendo café.
Fui
embora. Camila agradeceu aos pais pelo apoio e subiu as escadas. Osmar olhou a
esposa e disse “conheço você, está planejando algo”. Suely sem olhar o marido
começou a subir as escadas respondendo “vamos dormir que o dia foi
cansativo”.
Os dias
seguintes foram de extrema alegria. Camila e eu comprávamos o enxoval da
criança e começávamos a planejar o casamento. Eu comecei a frequentar a casa de
Camila e me sentia à vontade. Osmar me tratava bem, enquanto Suely mantinha
distância mesmo não me maltratando.
Um dia
estava em casa com minha mãe quando recebemos visita de Bia. Conversávamos e ela
perguntou por Camila.
Respondi
que tinha ido com a mãe fazer exames de rotina e eu não acompanhara por ser
longe e não estar com muito dinheiro. Bia perguntou onde era e só respondi que
era em Botafogo.
Naquele
momento meu celular tocou e era Camila. Conversei um pouco com minha noiva que
contou que estava chegando na clínica. Desconfiada como ela só Bia pediu para
saber o endereço da clínica. Não entendi o motivo da pergunta de minha amiga e repassei
a pergunta para Camila. Conversamos mais um pouco e desliguei.
Depois
que desliguei Bia me perguntou o endereço e respondi. Bia deu um salto da
cadeira e gritou “sabia, eu não confio nessa mãe da Camila! Esse endereço é de
clínica de aborto!!”.
Nada
entendi e Bia gritando me mandou ligar novamente para Camila. Liguei e o
celular deu fora de área. Liguei para Suely e seu celular também estava. Bia me
pegou pelo braço e mandou que nos apressássemos que estava de carro.
Saímos
eu, Bia e minha mãe. Do carro ligava para as duas e nada. Consegui falar com
Osmar que estava no trabalho e contei toda a situação. O homem não sabia de
nada e também correu para a tal clínica.
Eu pedia
para Bia acelerar o carro e me desesperava com a situação. Me lembrei de “Anos
dourados” quando os personagens de Felipe Camargo e Malu Mader passavam por
algo parecido e não acreditava que aquilo pudesse ocorrer em pleno século XXI.
Desci do
carro correndo com Bia ainda parando o veículo chegando ao mesmo tempo de
Osmar. Invadi a clínica gritando por Camila. A atendente tentou me segurar, mas
não conseguiu, invadi uma sala.
Camila
estava lá deitada e anestesiada com o médico pronto pra lhe tocar e Suely
observando.
Ao me ver
o médico saiu correndo. Gritei que Suely era louca fazendo aquilo com a própria
filha e a mulher retrucou enquanto Osmar chegava.
“Louco é
você que pensa que pode chegar, engravidar minha filha e achar que pode ficar
com ela. Você é um merdinha, um pobre coitado que não tem onde cair morto!
Filho de uma caixa de supermercado! Um vagabundo que não tem profissão nem
estudo! Se ama minha filha como diz deixe a em paz e vai embora!”.
Minha mãe
chegou no fim das palavras de Suely e gritou “meu filho é educado, não pode te
bater! Mas eu posso te encher de porrada!!”.
Enquanto
minha mãe batia em Suely com Omar e Bia tentando apartar eu levantava Camila da
cama que desnorteada perguntava o que ocorria. Levei Camila até o carro de Bia
que chegou logo depois abrindo o veículo.
Osmar
surgiu dizendo que poderia nos levar e minha mãe retrucou “cuide da louca da
sua mulher que é melhor”.
Osmar nos
observava ir embora quando Suely saiu da clínica. Toda arrebentada, suja,
juntando os trapos que restaram da roupa Suely não perdeu a pose e ordenou ao
marido “vamos embora”.
Levei
Camila até minha cama e lhe pus pra dormir. Sentei na mesa para tomar leite
quando minha mãe surgiu e abriu a geladeira. Me levantei, dei um beijo em sua
cabeça dizendo “te amo” e fui me deitar.
Dona
Hellen era mais macho que muitos homens.
Camila
rompeu com a família e ficou morando em nossa casa. Decidimos apressar o
casamento, fazer antes que a barriga aparecesse e assim foi feito.
Só que decidimos inovar. O casamento foi ao céu
aberto. Na praia.
Todos os
nossos amigos foram, evidente sem as presenças de Guga, Suely e Osmar. Até meu
pai foi. Eu estava nervoso no altar improvisado com Samuel tentando me acalmar.
Eu apenas respondi ao meu amigo “a noiva já tem histórico de fugir de
casamento”.
Até que
ela chegou. Linda, acompanhada de minha mãe em um táxi.
É, era
estranho ver uma noiva chegar de táxi. Mas Camila já provara que não era uma
noiva comum. Mas amigos, nunca vi a mulher que eu amava tão linda.
Minha mãe
levou Camila pela areia até chegar num tapete vermelho colocado nela quando uma
mão tocou em seu ombro perguntando se podia conduzi-la. Ao olhar quem era
Camila abriu um sorriso. Era o pai.
Camila
deu a mão a Osmar enquanto dona Hellen sorria e se encaminhava ao altar. Os
dois se aprontaram e começaram a andar pelo tapete. Um homem ao lado do altar
começou a cantar conduzindo assim a ida dos dois até mim. Ele
cantava a capella “Don`t want to say
goodbye”.
Osmar
sorriu e comentou baixinho “raspberries” com Camila respondendo “agora está
certo”.
Camila se
aproximava de mim e a cada passo dado era meu sonho que ganhava contornos de
realidade. Tanto tempo que sonhei com aquele momento. Desde o atropelamento,
ela me ensinando a dançar, eu cuidando dela grávida de outro, na minha andança
pela América.
Eu nunca consegui me afastar de Camila que sempre esteve dentro de mim, em meu
coração e agora estávamos juntos pra valer. Pra sempre.
Osmar me
entregou Camila que sorriu pra mim e perguntou brincando “conhece raspberries
né?” respondi “eu amo” e ela virando
para o padre e piscando pra mim completou “acho bom”.
Ouvimos
os dizeres do padre e no fim, na hora do sim Camila em vez de responder me
perguntou “me ama?”. Respondi “pra sempre” e pulamos as formalidades nos
beijando e sendo aplaudidos por todos.
A festa
foi ali mesmo na praia. Samuel foi o Dj tocando todos os grandes sucessos e em
determinado momento mandou que todos se afastassem que era a hora da dança do
casal.
A luz
focou em cima da gente e Samuel começou a tocar “El dia que me queiras” na voz
de Luis Miguel. A música do concurso.
Começamos
a dançar. Finalmente, abraçado a mulher que eu tanto amava eu podia comemorar a
vitória naquele concurso. Poderia comemorar a vitória na minha vida.
Depois de
um tempo todos dançavam animados quando Bia
perguntou a pessoas próximas. “Cadê os noivos?”.
Nós dois
já estávamos longe dali. Descalços de mãos dadas correndo na beira da água.
Pulando alegres e correndo jogando água e areia pro alto com os pés. De terno,
vestido de noiva, descalços e felizes.
Pegamos
um ônibus e os passageiros começaram a nos aplaudir. Duas pessoas deram lugar e
nos sentamos. Ao sentar nos beijamos aumentando ainda mais os aplausos das
pessoas.
Assim
começava a nossa vida de casados. Com a intensidade que ela merecia.
E com o
perdão da má palavra.
Eu estava
feliz pra caralho.
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