O DIA DE DESCER DO MURO
*Coluna publicada no blog Ouro de Tolo em 26/10/2014
Queria
começar dizendo que a coluna de hoje é de inteira responsabilidade de seu
autor, no caso eu.
Tenho
três anos de blog e apesar de sempre ter opinião busquei a isenção em todas as
postagens que fiz. Me orgulho dessa isenção e dessa imagem que criei aqui.
Mas tem
horas que tentar ser imparcial é ser conivente e quando a dita “maior revista
do país” não é eu não preciso ser.
Hoje
finalmente ocorre o segundo turno na eleição presidencial e em alguns governos
de estado. Falei algumas vezes sobre essas eleições aqui e mesmo tendo
candidatos sempre busquei mostrar qualidades e defeitos de todos os partidos e
dos próprios que buscam os cargos eletivos.
Sobre a
campanha presidencial reclamei aqui e nas redes sociais que o nível estava
abaixando e lembrando 1989. A minha coluna hoje seria sobre isso, comparado a
eleição presidencial com o UFC. Mas até o UFC, que já foi chamado de “vale
tudo” tem regras, ética. Coisa que a revista Veja está longe de ter.
Sim. É
dela que estou falando e ela que mudou minha coluna de hoje e pelo menos por um
domingo minha postura de buscar imparcialidade.
Que a
Veja é uma revista baixa, repugnante, decadente e sem os princípios
fundamentais do jornalismo todos nós já sabemos faz tempo. Eu desde que a mesma
colocou Cazuza numa capa arrasando com o mesmo e acelerando em sua morte.
Sabemos do que ela é capaz, mas a capa dessa semana foi o ápice.
Sou
eleitor da Dilma Housseff, todos sabem disso, mas aqui no blog apesar de
mostrar suas qualidade apontei defeitos e bati muito no PT. Devo ser o
colunista que mais bateu e falou palavras duras sobre o PT aqui no blog nos
últimos anos e sou petista, mas não sou cego.
Me
incomoda o PT de hoje, me incomoda o partido nesse mar de lama, a pecha de
corrupto e suas atitudes dando razão a essa pecha. O PT está muito longe de ser
o partido que eu pensava, mas mesmo assim considero o melhor partido.
Nenhum
governo fez tanto pelos pobres e miseráveis desse país quanto o PT e esse é o
motivo mais forte para que mesmo com esses escândalos eu permaneça fiel ao
partido. Porque ele olha quem precisa mais, ele fez por quem ninguém nunca
fez.
E também
porque ele é mais criticado e achincalhado que merece. Gostam de comparar o PT
as ditaduras e governos populistas. O que mais gostam é de comparar a Cuba o
que demonstra total falta de conhecimento e completa ignorância política e
sobre o planeta em que vivemos.
Cada vez
mais me convenço que o Brasil é o país mais democrático que existe. Eu não
conheço um país do mundo em que o governante e seu partido sejam tão
esculhambados, xingados, ofendidos e ridicularizados. Ouve-se a maiores ofensas
a presidenta Dilma que antes disso é uma mulher e poderia ser nossa avó. Antes
faziam o mesmo com o Lula e ninguém nunca foi preso por isso, todos sempre
tiveram liberdade total para as ofensas.
Essa
semana teve uma manifestação na Paulista onde meia dúzia de reacionários
ignorantes chamaram a Dilma de terrorista.
Graças a Deus que ela e outras pessoas foram “terroristas”.
Por causa
do “terror” deles, das pancadas que sofreram, das torturas, do horror
psicológico, do desprendimento de se afastarem de amigos, famílias e a perda da
vida de alguns desses que os coxinhas que querem fazer revolução por whatsaap e
pensam que manifestação é happy hour podem ir a rua chamar uma pessoa de bem de
terrorista.
Falar que
um governante no Brasil hoje é terrorista, sapatão e ex presidente é alcoólatra
e ladrão é mole. Macho fez isso em 1969. Deviam levar faixa para essas
manifestações dizendo “Obrigado Dilma por me dar o direito de te xingar”.
Obrigado
Dilma por dar o direito de existirem revistas como a Veja. Revista que usa e
abusa de maniqueísmos e se aproveita da pecha de imprensa pra fazer não só
política partidária como tentar derrubar o governo.
Tentar
derrubar porque hoje em dia graças às redes sociais e a maior informação que o
povo possui suas cagadas tem o destino de privadas assim como um “neve” ou um
“sublime”.
Respeito
mais o “neve” e o “sublime”.Pelo menos esses não jogam sujo faltando três dias
para eleição.
Qual a
credibilidade de um bandido? No Brasil total porque palavra de um bandido
contra um honesto, que é honesto até que se prove o contrário, vira verdade e
ganha capa de revista e jornal. Curioso que com inocentes como da escola BASE
a palavra serviu de nada.
Faltando
três dias para o fim de uma eleição acirrada estampam em capa e letras garrafais
denúncias de um bandido como se fossem verdadeiras e já comprovadas, pior,
denúncias que ninguém tem certeza se foram feitas mesmo, os próprios colegas de
PIG tiveram cautela.
Mas a
Veja é hoje o maior partido de oposição do Brasil, não pode ter cautela
faltando tão pouco e se arriscar a perder a eleição.
Cautela
ela tem e esquiva mostrou em outras denúncias como as que cercaram a ela e ao
Carlinhos Cachoeira. Denúncias que não sei se são verdadeiras porque ao
contrário da revista pra mim denúncia é denúncia, não certeza.
O PT não
é santo, sou muito fã do Lula, mas também acho que ele não é. Mas a Veja
arrolou o nome da Dilma que até hoje não teve uma denúncia contra e isso é
muito grave, jogar o nome de uma pessoa na lama por causa de votos.
Devido a
esse massacre desci do muro e declaro textualmente meu voto em Dilma Rousseff
para manter as políticas sociais e o crescimento do Brasil. Declaro tendo a
certeza que a maior parte da população fará o mesmo e dará mais 4 anos a ela.
Tem
coisas que não gostei. Acho sim que o PT apelou na eleição e algumas vezes
abaixou mais o nível que devia. Mas pelo menos o PT é um partido político, não
utiliza meandros nem falsa isenção para exercer sua política.
Quero os
ganhos sociais, quero o orgulho do pobre em ver seu filho numa Universidade,
quero a família podendo ter o que comer, quero um país livre do FMI.
Quero
Dilma.
E também
quero vergonha na cara e fim de escândalos de corrupção.
Quero um
país melhor. Por isso voto no melhor para o país.
E aquele
garoto que ia mudar o mundo agora assiste a tudo descendo do muro.
Salve
Cazuza, vítima da Veja.
Que
outras vítimas não surjam mais.
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