20 ANOS DE ORUN AYE
Muito já falei dessa samba.
Muito já falei do processo da escolha dessa samba, das dificuldades na feitura, da disputa, da noite da final, da emoção da vitória.
Mas poucas vezes falei das consequências.
Orun Aye mudou a minha vida, me fez ter a certeza que eu escrevia bem e aquele era um caminho pra minha vida. O samba me fez ser respeitado no meio, me abriu portas e entrou para a história do carnaval.
Logo na minha primeira vitória escrevi minha maior obra no samba. Escrevi mais de uma centena de sambas e todos pós Orun Aye foram comparados com ele, alguns lindos, vitoriosos, bem sucedidos, mas não teve jeito, todos perderam na comparação. Nunca mais irei escrever um samba enredo tão bem sucedido, mesmo que um dia volte a compor e faça um samba premiado e campeão do carnaval numa Portela, Mangueira, Salgueiro ou Mocidade, todas já passaram por isso tem sambas assim.
O Boi não, ele nunca teve um samba assim, foi o maior momento de sua história, o samba que apresentou o Boi da Ilha ao mundo do carnaval, o samba que mudou o patamar da escola.
Costumo dizer que só falta de racionalidade me leva de volta ao carnaval. Não conseguirei superar o que consegui como compositor no Orun Aye e como dirigente na conquista da Nação Insulana em 2016.
Curioso tudo isso porque parece que vivi duas vidas, uma com seu auge entre 1997 e 2016, a fase onde o samba foi minha ocupação mais importante da vida e outra que vem de 2016 até hoje onde teatro e roteiros são mais importantes. Tem dias, como de hoje, que me permito pensar na vida antiga, que me lembro que só um dos autores desse samba fantástico e me permito um sorriso, um puta orgulho.
Hoje faz 20 anos que o samba foi escolhido, das emoções daquela noite, do meu projeto mais vitorioso. Só tenho coisas boas para falar desse samba, do que ele me deu através dos anos.
Até hoje continuo brindando aquele dia e pedindo paz, saúde e felicidade.
Obrigado Boi da Ilha.
Vinte anos.. Uma vida...
...uma vida linda.
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