TROCANDO EM ARTES: O BEM AMADO
Trocando em artes versão novelas volta com uma grande obra, a primeira novela colorida da história.
Cineblog orgulhosamente apresenta:
O bem amado
O Bem-Amado é uma telenovela brasileira escrita por Dias Gomes, produzida e exibida pela Rede Globo entre 22 de janeiro a 3 de outubro de 1973, substituindo O Bofe e sendo substituída por Os Ossos do Barão. Foi a 17ª "novela das dez" exibida pela emissora. Inspirada numa peça teatral do próprio autor, de título "Odorico, o Bem-Amado" ou "Os Mistérios do Amor e da Morte", escrita em 1962, foi a primeira novela produzida em cores na televisão brasileira. Teve direção de Régis Cardoso e supervisão de Daniel Filho.
Contou com Paulo Gracindo, Lima Duarte, Ida Gomes, Dorinha Duval, Dirce Migliaccio, Sandra Bréa, Jardel Filho e Zilka Salaberry nos papéis principais.
Em 2016, a revista Veja elegeu O Bem Amado como a quinta "Melhor Telenovela Brasileira" de todos os tempos.
Enredo
O prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), um político corrupto e cheio de artimanhas, tem como meta prioritária em sua administração na cidade fictícia de Sucupira, litoral baiano, a inauguração do cemitério local. De um lado, é bajulado pelo secretário gago, Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), profundo conhecedor dos lepidópteros; e conta com o apoio incondicional das irmãs Cajazeiras, suas correligionárias e defensoras fervorosas: Dorotéia (Ida Gomes), Dulcinéia (Dorinha Duval) e Judicéia (Dirce Migliaccio).
Dorotéia é a mais velha, líder na Câmara de Vereadores da cidade. Dulcinéia, a do meio, é seduzida pelo prefeito. E Judicéia é a mais nova - e mais espevitada. São três solteironas avessas a imoralidades - pelo menos em público, já que Odorico sempre aparece de noite para tomar um "licor de jenipapo"…
De outro, tem que lutar com a forte oposição liderada pela delegada de polícia, Donana Medrado (Zilka Salaberry), que conta com o dentista Lulu Gouveia (Lutero Luiz), inimigo mortal do prefeito e líder da oposição na Câmara - atracando-se constantemente com Doroteia no plenário. E ainda com o jornalista Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella), proprietário do jornal local, A Trombeta. Sem falar em Nezinho do Jegue (Wilson Aguiar), defensor fervoroso de Odorico quando sóbrio, e principal acusador, quando bêbado!
Maquiavelicamente, o prefeito arma tramas para que morra alguém, sempre fracassando. Nem as diversas tentativas de suicídio do farmacêutico Libório (Arnaldo Weiss), um tiroteio na praça e um crime lhe proporcionam a realização do sonho. Para obter êxito, Odorico traz de volta a Sucupira um filho da terra: Zeca Diabo (Lima Duarte), um matador "redimido", que recebe a "missão" de matar alguém para a inauguração do cemitério.
Como se não bastasse, Odorico ainda tem que enfrentar os desaforos de Juarez Leão (Jardel Filho), médico personalístico da oposição, que se envolve com sua filha, Telma (Sandra Brea), e faz um bom trabalho em Sucupira, salvando vidas - para desespero de Odorico.
Ao final, uma irônica surpresa: Zeca Diabo, revoltado, mata Odorico, que, finalmente, inaugura o cemitério!
Produção
O Bem-Amado foi gravada em Sepetiba, bairro carioca. Também contou com algumas cenas gravadas na Prainha, no bairro carioca do Recreio dos Bandeirantes.
O autor Dias Gomes utilizou da novela para satirizar o regime militar e por isto era visto como intranquilidade pelos censores. Por isso a trama teve 37 capítulos cortados pela censura. Além disso, a censura proibiu que as palavras "coronel" e "capitão" fossem citadas na novela, pois elas estavam sendo usadas para se referir a pessoas de caráter duvidoso.
A música de abertura na novela também foi modificada a pedido dos censores. Saiu Barril de pólvora, interpretado por Toquinho e Vinícius de Moraes e entrou O bem amado, interpretado pelo grupo MPB4.
Elenco
Ator Personagem
Paulo Gracindo Odorico Paraguaçu
Lima Duarte José Tranquilino da Anunciação (Zeca Diabo)
Zilka Salaberry Delegada Donana Medrado
Emiliano Queiroz Dirceu Fonseca (Dirceu Borboleta)
Ida Gomes Dorotéia Cajazeira
Dorinha Duval Dulcinéia Cajazeira
Dirce Migliaccio Judicéia Cajazeira
Jardel Filho Juarez Leão
Sandra Bréa Telma Paraguaçu
Carlos Eduardo Dolabella Manoel Pedreira (Neco)
Gracindo Júnior Jairo Portela
Maria Cláudia Adalgisa Portela (Gisa)
Milton Gonçalves Zelão das Asas
Ruth de Souza Francisca (Chiquinha do Parto)
Lutero Luiz Lulu Gouveia
Álvaro Aguiar Coronel Hilário Cajazeira
Ana Ariel Zora Paraguaçu
Arnaldo Weiss Libório
Wilson Aguiar Nezinho do Jegue
Rogério Fróes Vigário
Suzy Arruda Florinda Fonseca (Florzinha)
André Valli Ernesto Cajazeira
João Paulo Adour Cecéu Paraguaçu
Dilma Lóes Anita Medrado
Augusto Olímpio Cabo Ananias
Antônio Victor Demerval Barbeiro
Guiomar Gonçalves Maria da Penha
Lídia Mattos Dona Virgínia
Juan Daniel Pepe (Pepito)
Margarida Rey Glória da Anunciação
Rafael de Carvalho Coronel Emiliano Medrado
Wanda Kosmo Ruth
Ivan de Almeida Bergantim
Antônio Carlos Ganzarolli Tião Moleza
Estelita Bell Cora Raimunda
Apolo Corrêa Maestro Sabiá
Angelito Mello Mestre Ambrósio
Isolda Cresta Odete
João Carlos Barroso Eustórgio da Anunciação
Eliezer Motta Quelé
Teresa Cristina Arnaud Mariana
Jorge Botelho Nadinho
Nair Prestes Balbina
D'Artagnan Mello Carlito Medrado
Valéria Amar Jaciara
Roberto Cesário da Silveira Pé-de-Chumbo
Reprises / Exibições internacionais / DVD
A novela foi reapresentada no mesmo horário entre 3 de janeiro e 24 de junho de 1977 (substituindo a novela Despedida de Casado, que não pôde ir ao ar, por ter sido censurada pela ditadura). Foi reexibida pelo Vídeo Show, no quadro Novelão, de 7 a 25 de janeiro de 2013, substituindo A Indomada e sendo substituída por Fera Radical, em 15 capítulos.
O Bem-Amado foi a primeira novela da TV Globo a ser exportada, abrindo o mercado estrangeiro para os produtos televisivos nacionais. Até então, apenas textos eram comercializados. Distribuída para a América do Sul, teve seus 178 capítulos originais transformados em 223, porque cada capítulo deveria ter uma duração menor. A novela alcançou outros extremos, tendo sido exportada para 30 países, entre eles os Estados Unidos. Em 1977, toda a América Latina, com exceção da Venezuela, assistia a O Bem-Amado através da Spanish International Network.
Em sua trajetória internacional, a novela atingiu o mercado europeu através da venda de direitos de exibição em Portugal.
Em outubro de 2012 foi lançada em DVD pela Globo Marcas.
Prêmios
Paulo Gracindo recebeu o prêmio especial do Primer Festival de La Telenovela en México. A novela também recebeu outras menções, como Melhor Direção (Régis Cardoso), Melhor Adaptação (Dias Gomes), Melhor Música (Toquinho e Vinicius de Moraes) e Melhor Realização de Exteriores.
Em 1974, O Bem Amado recebeu o Troféu Imprensa, na categoria Melhor Novela.
Trilha sonora
"Paiol de pólvora" - Toquinho e Vinícius de Moraes
"Patota de Ipanema" - Maria Creusa
"Veja Você" - Toquinho e Maria Creusa
"Cotidiano N° 2" - Toquinho e Vinícius de Moraes
"O Bem Amado" - Toquinho, Vinícius de Moraes e Coral Som Livre
"Meu Pai Oxalá" - Toquinho e Vinícius de Moraes
"Se o Amor Quiser Voltar" - Maria Creusa
"Um Pouco Mais de Consideração" - Toquinho
"Quem És?" - Nora Ney
"Se o Amor Quiser Voltar" - Orquestra Som Livre
"No Colo da Serra" - Toquinho e Vinícius de Moraes
"Also Sprach Zarathustra" - Eumir Deodato
"Fleur de Lune" - Françoise Hardy
"Listen" - Paul Bryan
"Masterpiece" - The Temptations
"I've Been Around" - Nathan Jones Group
"Poor Devil" - Free Sound Orchestra
"Dancing In The Moonlight" - David Jones
"Shine Shine" - David Hill
"Harmony" - Ben Thomas
"Take Time To Love Me" - The John Wagner Coalition
"Dancing To Your Music" - Archie Bell & The Drells
"I Could Never Imagine" - Chrystian
"Give Me Your Love" - The Sister Love
"Daddy's Home" - Jermaine Jackson
Trocando em artes versão novelas encerrará seu ano com a ninissérie "Anos dourados".
TROCANDO EM ARTES ANTERIOR:
O MISTÉRIO DE IRMA VAP
Comentários
Postar um comentário