TEM CHUCRUTE NA CAIPIRINHA
Não
foi um grande jogo. Como a maioria da finais de copa do mundo não são e apesar
de muita gente tentando vender a ideia que foi um grande jogo. Mas não foi. Foi
um jogo de poucas oportunidades de gol e oportunidades que surgiram mais por
erros.
Mas,
como eu disse, esse é o normal de uma final de copa e de um jogo que vale, só
Brasil x Alemanha foi diferente para
alegria chucrute.
Alegria
chucrute que continuou e está ocorrendo até agora.
Alegria
justa porque é um grande e legítimo campeão, tetracampeão melhor dizendo.
Ninguém foi mais feliz nessa copa que a Alemanha, ninguém curtiu mais e ninguém
jogou mais bola.
Não
foram uma nova seleção húngara de 54 nem a nova laranja mecânica de 74. Longe
disso os alemães passaram alguma dificuldades como quando enfrentaram os
africanos, mas ao contrário de seleções como Brasil, Argentina e Holanda a
Alemanha não tinha um craque, tinha um time.
Um
time coeso, homogêneo e que começou a ser criado em 2000 depois de um grande
fracasso na eurocopa. Redefiniram seu jeito de jogar, criaram moleques em uma
nova escola de futebol onde o talento prevalecia em relação a força e deu nisso
aí.
Organizados,
profissionais, sérios, mas sabendo que seriedade não tem nada a ver com
sisudez. Se divertiram, aprenderam a dançar com os pataxós, foram na praia,
cantaram hino do Bahia, vestiram camisa do Flamengo, viram novela, viraram uma
maior representação do Brasil que a própria seleção brasileira.
Geniais
no marketing colando a imagem deles ao Brasil, sendo simpáticos, elegantes,
parceiros mesmo nos impondo uma goleada humilhante e numa parceria com a Adidas
usando como segundo uniforme as cores vermelho e preta associando-se ao clube
mais popular do país.
Tudo
bem que o Flamengo mesmo ganhou nada com isso. Mas é exigir demais que o
Flamengo tenha um departamento de marketing.
A
Alemanha foi nossa adorável torturadora e chegou assim na final contra a
Argentina que tinha tudo para ter nossa torcida já que são nossos vizinhos e
parecidos com a gente. Mas a rivalidade não deixou.
Fora
que a Argentina se não jogou um futebol medíocre como o nosso na copa foi
chata, burocrática e seria a pior campeã em muitos anos.
Jogou
na final como tinha que jogar. Com raça, determinação, era a única maneira de
enfrentar a Alemanha e quase deu certo. Perdeu alguns gols enquanto os
germânicos se enrolavam como se enrolaram com todo os times que tinham algo
parecido com uma defesa.
Mas
com paciência, calma, tocando a bola aos poucos a Alemanha foi se impondo. Chegou
com mais pernas na prorrogação e coube a Mario Gotze o “Mariocazano” e fazer,
junto com Ghighia, o gol mais importante da história do Maracanã.
Com
uma falta mal batida por um apagado Messi, burocrático durante toda a copa,
acabou a copa das copas com a Alemanha merecidamente campeã e ganhando o
aplauso de todos. Ao contrário da presidente Dilma.
Copa
essa que foi um sucesso mesmo com muitos dizendo que não seria.
Parabéns
a Alemanha que botou chucrute na caipirinha, se reinventou para o futebol e se
reinventou como nação. Aquela Alemanha temível da primeira metade do século XX
não existe mais. Mostraram-se um povo simpático e feliz.
Feliz
como a copa deixou todo aquele que ama futebol.
Valeu
branquelos!!
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