COVID: UM ANO DEPOIS
Essas fotos que ilustram hoje o blog são muito importantes pra mim.
Elas são do meu 14° dia de Covid, o dia que na época colocavam como a cura da mesma. Depois de um período de afastamento eu voltava a abraçar meus filhos. Cara de cansado, desgastado, mas feliz por fazer algo que não imaginava fazer novamente.
Não foi fácil. Foram vários os riscos que corri naqueles dias de contrair Covid. Reunião na biblioteca da Ilha onde gente perto de mim tirou a máscara para falar ao microfone, reunião com os representantes de blocos da Ilha onde ninguém usava máscara, transporte público onde poucos usavam máscaras, saída com amigos onde eu e eles nos protegemos, mas as pessoas em volta não. Vários foram os riscos até que aconteceu.
No domingo 27 de junho de 2021 comecei a sentir os sintomas. A princípio parecia gripe ou algo que comera e não caíra bem, mas com os dias a coisa não melhorava. Mas não era possível, justo na semana em que tomaria a primeira dose da vacina?
Na sexta 2 de julho veio a confirmação do positivo e o resultado é apavorante, ainda mais na época onde a doença era ainda mais letal. No mesmo dia fiquei sem olfato e durante cinco dias enjôo, cansaço, falta de apetite, extrema dificuldade pra dormir, falta de ar e medo, muito medo. Medo de dormir e não acordar mais, de não ver os filhos crescerem, deixar a mulher que ama, nunca senti medo de morrer como senti ali.
Mas comecei a melhorar ao comprar um oxímetro e ver que estava com boa quantidade de ar. Veio a emoção da primeira vez em quase uma semana em sentir fome, depois de perder sete quilos em menos de uma semana, e assim essas fotos marcaram o fim do pesadelo.
Um ano se passou. Passei por consequências, problemas de saúde que nunca tivera e que acredito ter vindo da Covid junto com um momento profissional que me entristecia. Mas esse ano veio a virada.
Deixei um emprego que odiava, voltei a cuidar do meu corpo e minha mente e um ano depois não tenho a vida perfeita, mas está melhor do que como a Covid me encontrou e só posso agradecer.
Agradecer a chance de sobreviver a uma doença que matou mais de 660 mil pessoas, de não ter tido sequelas graves, de estar com as quatro doses no braço, de ter uma companheira foda do meu lado e segurou minha mão em todo o tempo. A oportunidade de ver meus filhos bem e voltar a sonhar, ter meus planos. Tive minha segunda chance e tenho que aproveitar.
Essas fotos marcam um recomeço, um renascimento e nesse aniversário de um ano de uma nova vida peço saúde, o resto a gente corre atrás. Com sorriso no rosto e esperança no olhar.
A Covid não acabou. Cuidem-se.
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