A TARTARUGA NA ÁRVORE


A Grande Rio foi uma escola que chegou em 1991 ao grupo especial trazendo enredos e sambas muito bons, alguns clássicos como O mundo da Lua de 1993. Aos poucos foi virando escola das celebridades, dos globais, se afastando desses belos enredos fazendo alguns patrocinados com sambas ruins e conseguindo posições maiores que merecia 

Com isso foi angariando antipatia. Quem não gosta do carnaval moderno pegou a Grande Rio como exemplo dele e eu mesmo fui um de seus críticos dizendo em um ano que sua volta nas campeãs era como uma tartaruga em cima da árvore, ninguém sabia como chegou lá. Essa fase culminou em rebaixamento em 2018, virada de mesa para que continuasse no grupo especial em 2019 e um enredo esdrúxulo onde ironizava tudo isso. Mas tudo mudou para o carnaval 2020 com as contratações dos carnavalescos Gabriel Hadad e Leonardo Bora e uma mudança de atitude, uma volta as suas origens 

Criticava muito quando era Unidos do Projac, escola das celebridades, que conseguia posições inaceitáveis.

Mas crítica sem fundamento é implicância. A escola mudou, se reinventou e voltou ao trilho dos anos 90. Finalmente veio o sonhado campeonato e que bom que virá dessa forma, não com Vale do Rio Doce ou algum enredo patrocinado.

Em um país hipócrita, conservador, fascista, racista não tinha uma enredo melhor. Em um país que agride tanto as religiões de matrizes africanas não tinha uma resposta melhor. Em um país que sofreu tanto e sofre com uma doença maldita não poderia existir resultado melhor.

A Grande Rio deixou de ser a tartaruga na árvore. Ela agora é a própria árvore com tronco forte e imponente. 

Boa noite moça, boa noite moço.

Exus, o campeonato é vosso.



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