ÍDOLOS DE BARRO


Todos nós quando crianças tínhamos nossos heróis, ídolos. Eu mesmo tive e o maior de todos foi e é o Zico.

Digo foi e é porque mesmo já adulto continuo tendo o Zico como referência não só como jogador como pessoa. Nunca irei me esquecer de quando criança ter ido na Gávea, me deparado com ele, pedir pra ele assinar minha camisa, a caneta falhar e ele ir a uma sala pegar uma caneta só para assinar. Ele não precisava ter feito isso, afinal, minha caneta falhou, mas ele se preocupou comigo e foi buscar outra.

Sua retidão de caráter, seu lado família, e claro, ser o maior jogador da história do Flamengo fizeram o Zico ser meu herói.

Um outro herói, abaixo dele, mas herói também, era Nelson Piquet. Comecei a acompanhar F1 em 1983, portanto antes do surgimento de Senna, e vibrei com seu título naquele ano. Senna surgiu e com ele o duelo entre os dois, a rivalidade que chegou a a inimizade. Senna era o bom moço carismático, amigo da mídia e com isso ganhou predileção da maioria. Eu gostava  do jeito debochado do Piquet, seu humor, seu jeito de curtir a vida e a forma como sempre acertou os carros e tirava tudo dele. Vibrei com seu tri em 1987 e suas últimas vitórias em 1990 e 1991. 

Os anos passaram, coisas esquisitas surgiram como o acidente do filho na Malásia, mas nada que afetasse minha adoração. Mas nos últimos tempos o que era deboche virou ranzizice, Piquet envelheceu mal, não se conformou do Senna ter predileção das pessoas, se tornou mal amado.

Pior, virou claque de genocida, uma espécie de Louro José do Bolsonaro. Se voltou contra a Globo, emissora que mostrou seus feitos ao país e lhe deu fama e agora acompanha o verme falando besteiras em palanques.

Uma pena ver o Piquet se transformar no que se transformou. Minha admiração pelo piloto evidente que continua, mas não é mais meu herói, não é mais exemplo para mim. Evidente que sei que provavelmente o Senna por seu histórico e o da família pensaria parecido, sei que tem outros atletas que fazem a mesma linha, mas nenhum deles foi meu herói, Piquet foi.

Por essas e outras que chamamos Zico de Deus.

Outros apenas são ídolos de barro.   



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