A VOLTA DE PANTANAL
Nas últimas semanas foi anunciada a volta do novela Pantanal.
Um clássico da televisão brasileira, a maior obra do poeta Benedito Ruy Barbosa que além de Pantanal fez verdadeiras poesias como Os imigrantes, Renascer e seu último capítulo espetacular, Rei do gado, Terra Mostra e mais recentemente Velho Chico que se não é uma grande novela tem momentos lindos e por isso falo que Benedito é um poeta, seu texto é uma poesia.
Benedito é um gigante, um contador de histórias que fez de Pantanal seu marco. A novela rejeitada pela Globo fez a mesma tremer numa época em que era dominante, fez mudar sua grade de programação e trazer o autor de volta imediatamente após seu término. Pantanal é provavelmente ao lado de Beto Rockfeller a maior novela fora da Globo e pra mim estão juntas com Roque Santeiro e Vale Tudo no top 4 das novelas brasileiras.
Mostrou o Brasil que o Brasil não conhece como era o lema da novela. Um Pantanal desconhecido do público com mistura de atores experientes e jovens atores. Paisagem linda, sensualidade e um final de novela épico, pra mim o mais bonito da história das telenovelas.
Mas aí que tá, a parte boa da novela que me faz ter dúvidas em relação a esse remake.
Irão colocar os banhos de Rio com atrizes e atores nus nesse retrógrado tempo em que vivemos? Tempo mais antiquado e careta que 1990?
E as demoradas cenas do Pantanal com música tocando? O ritmo lento da novela no mundo acelerado em que vivemos com tantas opções na TV, streaming e internet?
É uma situação complicada. Manter seu lado positivo em 2021 pode virar um defeito. Mudar o que tinha de melhor pode tirar sua magia.
Vale a pena mexer em um clássico assim? Não sei, ano que vem descobriremos. Mas como marketing é ótimo, atiçou a curiosidade do público e uma luta de atrizes para ser a nova Juma Marruá.
Fica a expectativa em ver a Globo, finalmente, se rendendo a Pantanal. Na torcida que ainda exista Pantanal até lá.
E vermos novamente mulher virar onça.
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