TROCANDO EM VERSOS: GOSTOS DE AGOSTO


Há gosto de fumaça, fuligem e radioatividade
Há gosto ruim nas cidades, de pessoas que viraram cinzas
De bombas em nome da paz, da paz que nunca chegou
Da cor que nunca voltou, atômica é a dor que não finda

Há gosto de pólvora no suicídio
Há gosto de vida que entrou para história
Há gosto de tristeza quando vejo um país
Que não aprendeu nada com o que o tempo lhe mostrou
O tiro em nome da paz, da paz que nunca chegou
A ordem que nunca vingou, o progresso que nunca se finca

Há tantos gostos em meus agostos
Afinal, são 41 agostos em meu rosto
Agosto é o mês que eu nasci
Tem gosto de bolo, salgado e saudade
A saudade é a maldade que o tempo infinita
Saudades do que vivi e não vivo mais
Saudade do que vivi com que não vive mais
A vida que me trazia paz, a paz que um dia voou
Lembranças que o peito guardou, tristeza que crava e fica

Mas há gosto também de alegria
Do filho que agosto me entregou
É chama que nunca morre, chama que se reinicia
Há gosto do amor que me escolheu
Amor que me trouxe paz, a paz finalmente voltou
Há gostos que o tempo mostrou, há gostos que a vida explica
Há gosto de festa no ar
Em meu coração e no poema que termina

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FATUMBI (MEU CONCORRENTE)

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