DINASTIA: CAPÍTULO V - LAVOURA
Em mais
alguns dias Salvatore e Manolo estavam prontos para partir. Com malas arrumadas
despediram-se de uma emocionada Gioconda que desejou boa sorte aos amigos.
Antes de
partirem um dos imigrantes que era fotógrafo reúne Gioconda e todos os
imigrantes que partiam naquele momento para uma foto. Um registro de um momento
especial que ficaria guardado por muito tempo na hospedaria.
Partiram
para a estação de trem e até o último momento Salvatore tinha esperança de
encontrar seus familiares. Olhava para todos os lados e Manolo mandou que o
amigo relaxasse que não seria ali que encontraria sua família.
Salvatore
cabisbaixo respondeu que pressentia estar deixando sua família em São Paulo e
Manolo mandou que se animasse, talvez eles estivessem lavourando e quem sabe em
Ribeirão Preto. O italiano esboçou um
sorriso e Manolo mandou que ele observasse “as chicas”.
Salvatore
olhou a seu redor e viu várias lindas que partiam para o interior do estado.
Perguntou a Manolo quem eram e o espanhol respondeu que eram moças de famílias
poderosas do interior que estudavam na capital.
Salvatore
se espantou com a informação e disse que na Itália eram raras as mulheres que
estudavam, Manolo respondeu que no Brasil isso era cada vez mais frequente,
“coisas da modernidade” completou o espanhol.
Salvatore
se encantou com as belezas das moças e Manolo aconselhou “olhe, mas só olhe,
será o máximo que chegará perto delas”. O italiano respondeu que não teria
olhos para outras mulheres, seria sempre de Morgana e Manolo riu.
O
italiano perguntou se o amigo não acreditava nele e Manolo respondeu que estava
na hora de embarcarem. Subiram no trem e Salvatore olhou pela última vez a
plataforma na vã esperança de ver a família. Manolo puxou o amigo para dentro,
andaram até o lugar marcado e sentaram.
Manolo
deixou Salvatore sentar na janela, pois, o amigo nunca andara de trem na vida e
o italiano ficou impressionado com a velocidade que o veículo andava e a
paisagem. Salvatore exclamava que nunca vira nada tão bonito e Manolo, já
experiente, disse que tiraria uma soneca enquanto Salvatore curtia a viagem.
Mas antes
de dormir brincou com o amigo pedindo que ele não andasse muito pelo trem para
não se perder.
A viagem
prosseguia e Salvatore se empolgava com a viagem. Via em Ribeirão Preto uma
oportunidade de se levantar na vida, finalmente fazer acontecer seu sonho
brasileiro. Sentia muita saudade de sua família, Morgana, mas tinha que
continuar sua vida e encontrara em Manolo um irmão, alguém que poderia
empurrá-lo a esse sonho.
Salvatore
levantou-se para ir ao banheiro e quando o mesmo fez uma curva acabou caindo em
cima de uma moça e essa foi ao chão.
Rapidamente
o italiano sentiu a trapalhada que fizera e envergonhado
ofereceu a mão para que ela se levantasse. A moça pegou,
mas naquele exato momento o trem fez outra curva e ele caiu ao seu lado.
Os dois
olharam-se por alguns segundos e gargalharam. Salvatore levantou e novamente
deu a mão para a moça que finalmente conseguiu levantar. O italiano pediu
desculpas por sua falta de jeito e ela respondeu que não havia problemas,
acidentes aconteciam.
Salvatore
se apresentou e a linda loirinha de olhar envergonhado disse que se chamava
Lorena. Salvatore notou por seu sotaque que era italiana e tentou puxar assunto
contando que iria trabalhar em uma fazenda com um amigo. Lorena respondeu que
faria o mesmo com seus pais.
O
italiano tentou falar mais coisas, mas Lorena pediu desculpas alegando que seus
pais esperavam. Salvatore perguntou se lhe veria de novo e ela sorrindo
respondeu “Quem sabe? Vamos trabalhar na mesma cidade”.
Despediu-se
e caminhou de encontro a seus pais. Salvatore via a moça se afastar com o
coração acelerado, mesmo sentimento que teve com Dora e Morgana.
Sentou-se
novamente e Manolo perguntou se estava tudo bem. O italiano sorriu e olhando a
paisagem respondeu que sim. O espanhol voltou a roncar enquanto o italiano via
a paisagem e sonhava com um novo amor.
Chegaram
em Ribeirão Preto e enquanto Salvatore se levantava notou pela janela que
Lorena já descia do trem. O italiano correu até a porta e gritou por seu nome.
Lorena caminhava com os pais e se virou.
Sorrindo
a moça acenou se despedindo e gritou que se veriam pela cidade. Voltou a andar
com os pais que lhe repreendiam por falar com estranhos e perguntando quem era
aquele moço. Apaixonado Salvatore olhava a moça se afastar sem perceber que
atrapalhava as pessoas que queriam descer. Pediu desculpas e se afastou da
porta voltando ao interior do trem.
Voltando
encontrou Manolo furioso tentando andar carregando as malas dos dois. O
espanhol perguntou onde o italiano havia se metido e Salvatore sorrindo pediu
desculpas contando que tinha se distraído com a paisagem. Pegou suas malas com
o espanhol perguntando se a paisagem que lhe distraiu era “rabo de saia”.
Salvatore
ria enquanto os dois amigos andavam para deixar o trem e Manolo gritava “sabia,
é rabo de saia, já se apaixonou se novo!!”. O italiano respondeu que não era
paixão, apenas tinha se deparado com uma “bela ragazza” e Manolo contou que
queria se apaixonar com a intensidade que ocorre com o amigo.
Por fim
pediu que Salvatore se apressasse que deviam estar esperando por eles.
Ao
descerem se juntaram ao grupo formado de estrangeiros, com eles estava um
homem. Cara séria, já envelhecida, vasto bigode e uma cicatriz no rosto. O
homem perguntou se faltava algum e um dos estrangeiros respondeu que não,
estavam todos lá.
O homem
gritou se apresentando como Benedito e que era o responsável pela fazenda
“Veneza” de propriedade do senhor Bertoldo Manfredini e que todos ali
trabalhariam na mesma. Pediu que lhe
seguissem.
Dessa
forma depois de passarem por uma grande viagem de trem os estrangeiros seguiram
a pé por um bom percurso até chegar à fazenda.
Andando
com os outros, pensando em Lorena, em Morgana e sua família Salvatore começou a
assoviar uma canção. Manolo curioso perguntou que canção era aquela e o
italiano respondeu que era uma música que sua mãe cantava quando era um
“bambino” e falava de imigração, completou dizendo que nunca imaginou que um
dia usaria essa canção para ele.
Depois de
andarem mais alguns passos Salvatore começou a cantar e foi seguindo no canto
pelos outros italianos do grupo. Eram muitos, dezenas que viraram todos um
canto só, a canção do imigrante, a canção da Itália.
Mérica Mérica
Dalla
Itália noi siamo partiti
Siamo
partiti col nostro onore
Trentasei
giorno di macchina e vapore
E nella
Merica noi siamo arriva
Merica,
Merica, Merica
Cossa
saràlo sta Merica?
Merica,
Merica, Merica
Un bel
mazzolino di flor
E alla
Merica noi siamo arrivati
No abbiam
trovatto nè paglia nè fieno
Abbiam
dormito sul nudo terreno
Come lê
bestie andiam riposar
Merica,
Merica, Merica
Cossa
saràlo sta Merica?
Merica,
Merica, Merica
Un bel
mazzolino di flor
E la
Merica lè lunga e lè larga
Lè
circondata dai monti dai piani
E com la
industria dei nostri italiani
Abbiam
formato paesi e città
Merica,
Merica, Merica
Cossa
saràlo sta Merica?
Merica,
Merica, Merica
Un bel
mazzolino di flor
Os
imigrantes chegaram na fazenda e foram reunidos na frente da casa principal.
Benedito entrou na casa e um tempo depois saiu um homem de cabelo e cavanhaques
brancos, vestido com terno e chapéu da mesma cor.
Benedito
gritou que aquele era o sr Bertoldo Manfredini e ele teria o que dizer a eles.
Bertoldo
pigarreou e contou que foi um dos primeiros imigrantes naquele país. Chegara
trinta anos antes com uma mão na frente de outra atrás junto com esposa, filhos
pequenos e muitos sonhos. Ficou trinta e cinco dias dentro do navio, quase
morreu doente, mas conseguiu chegar ao Brasil e com o suor de sua testa e a
força de suas mãos construiu seu futuro.
Continuou
dizendo que começou trabalhando muito na lavoura do café, mostrou produtividade
e rapidamente se tornou um proprietário. Ganhou um pequeno pedaço de terra e de
lá começou a construir sua riqueza. Nesses trinta anos trabalhou, ficou rico e
isso poderia ocorrer com qualquer um deles, bastava acreditar e trabalhar,
pois, o Brasil era a terra das oportunidades.
Aquele
discurso inflamou os estrangeiros que deram vivas a Bertoldo e mostraram
entusiasmo pelo trabalho. Bertoldo pediu que Benedito guiasse os trabalhadores
até seu alojamento, onde morariam dali em diante.
Benedito
levou os imigrantes até o alojamento que era na verdade uma senzala adaptada. As
condições de moradia não eram boas, higiene precária, mas naquele momento eles
não se preocupavam, estavam inflamados com o discurso e com a possibilidade de
sucesso.
Manolo,
como sempre falastrão, mal deixava Salvatore dormir contando da grande
oportunidade que batia em suas portas e como se tornaria o barão do café.
Manolo fazia planos de como seria sua fazenda, o modo de trabalho, sua família.
Salvatore mandava o amigo ficar quieto, pois, logo cedo teriam que acordar pra
trabalhar.
Em poucos
minutos o espanhol dormia e Salvatore imaginava se Lorena estava lá, mais
comedido também fazia planos como Manolo e pensava se não seria com Lorena o
começo de sua própria família.
Acordaram
bem cedo no dia seguinte indo para o cafezal. No trabalho
duro não havia distinção. Todos, homens, mulheres, velhos e crianças pegavam no
batente nas plantações para colher uma grande safra.
Valia a
pena para eles a grande safra e uma ótima venda porque com o acordo feito com
Bertoldo eles viraram colonos. Isto é, estabeleceram uma forma de sociedade com
o fazendeiro onde conseguiam uma parte dos lucros.
Manolo e
Salvatore mostraram de cara que não tinham medo de trabalho se destacando entre
os colonos. Dessa forma começaram a ganhar mais dinheiro e tiveram o privilégio
de ir ao centro da cidade com Benedito e outros empregados vender a saca
colhida.
Aproveitavam
que estavam no local e com a desculpa de não pegarem estrada à noite iam beber
na taverna local e namorar.
Bebiam
vinhos, cantavam músicas italianas e supriam suas carências com a profissão
mais antiga do mundo. Manolo tinha sua preferência pelas negrinhas, Salvatore
muito bem apessoado era disputado pelas moças e no quarto sempre contava sua
saga desde a vinda da Itália até chegar àquele momento. Benedito preferia ficar
no salão bebendo e cantando.
Aos
poucos os amigos estrangeiros fizeram amizade com Benedito. Apesar da cara de
mau perceberam que o homem era uma boa pessoa e um ótimo contador de histórias.
Um dos poucos brasileiros do local Benedito brincava que os italianos estavam
tomando o Brasil e que não adiantava nada terem se livrado de Portugal, já
estavam com os “carcamanos” a mandar no país.
Aos
poucos Manolo e Salvatore também ganhavam a confiança de Bertoldo
e passavam a frequentar a casa principal. Manolo se apaixonou por Judite, uma
negra que servia como empregada da casa, filha de escravos e rapidamente se
casaram. Salvatore imaginava que também chegava sua hora de casar.
Uma tarde
partiram para o centro, negociaram café e Salvatore andava animadamente na rua
com Manolo quando esbarrou em uma moça que caiu no chão. Atabalhoado Salvatore
pediu desculpas e estendeu a mão para que a moça levantasse tomando um susto.
Era
Lorena.
Salvatore
riu falando que era a “moça do trem” e pedindo desculpas pelo “encontrão”.
Lorena devolveu o sorriso e perguntou se Salvatore tinha algo contra ela, pois,
sempre lhe derrubava ao chão.
O
italiano pediu desculpas novamente e perguntou se poderia pagar uma xícara de café
a ela para mostrar seu arrependimento. Lorena respondeu que não sabia se era
uma boa, pois, o pai não iria gostar e Salvatore insistiu que seria nada
demais, apenas café.
Lorena
sorriu e aceitou, Manolo sentindo que estava sobrando disse que iria passear
pela cidade e se despediu. Salvatore e Lorena caminharam para tomar café.
Conversaram
um pouco e Lorena contou o drama que passavam. As coisas não saíam como eles
pensavam, o pai ficou desempregado e ela e a mãe tentavam sustentar a casa
trabalhando como faxineiras.
Salvatore
contou que tentaria resolver a situação e puxou a mão da moça pela cidade.
Assustada Lorena perguntava o que ocorria e o italiano pedia apenas que
confiasse nele. Rodaram muito até que encontraram Benedito e Manolo.
O italiano
contou a situação a Benedito e pediu ajuda para que o homem empregasse a
família na fazenda. Ele pediu que Lorena buscasse seus pais e fossem com eles
para ver o que poderiam fazer.
Foram até
a fazenda e lá Benedito e Salvatore contaram o drama da família a Bertoldo. O
homem pediu que o italiano chamasse a família até sua sala e ele foi buscar.
Voltando com a família Bertoldo olhou um pouco o grupo e contou que eles
estavam empregados. Lorena sorriu de alegria e abraçou Salvatore. Bertoldo
pediu que Benedito os acomodasse logo, pois, teria muito a fazer e eles saíram.
Dino,
filho de Bertoldo, observava a tudo de longe e quando os colonos saíram da sala
aproximou-se do pai e comentou que a moça era muito bonita. Bertoldo se irritou
e ordenou que ele ficasse longe dela, já tinha lhe dera problemas demais por
causa de mulheres. Dino mandou que o pai se acalmasse já que apenas fizera um
comentário.
Lorena e
os pais começaram a trabalhar na fazenda e a aproximação dela com Salvatore
ocorria gradativamente até que trocaram o primeiro beijo. Com o tempo o
italiano se encheu de coragem e pediu sua mão ao pai da moça.
Grato por
tudo que fizera e já com sua confiança conquistada o pai deu a mão de Lorena e
assim eles começaram a namorar e noivaram.
Salvatore estava feliz como há muito não conseguia e comentou com Manolo que
até já conseguia dormir e não sonhar com sua família. O espanhol feliz pelo
amigo lhe abraçou forte e comentou que era isso que Salvatore precisava,
construir a sua família.
Depois de
algum tempo Salvatore e Lorena casaram-se na fazenda mesmo com uma grande festa
italiana com comidas e danças da terra, até Bertoldo participou com a família e
Lorena e Salvatore não perceberam o olhar de cobiça de Dino pela moça.
Salvatore
juntava dinheiro e sonhava em comprar seu pedaço de chão para construir sua
casa com a esposa e ter filhos. Lorena que conquistara a confiança de todos e a
amizade das filhas de Bertoldo foi convidada para trabalhar na casa principal.
O que era
pra ser algo bom acabou sendo ruim.
Dino
assediava Lorena que fingia não entender o que o filho do patrão queria.
Desvencilhava-se do rapaz sempre que ele surgia. Com o tempo Dino começou a
fazer propostas, oferecer o mundo para a moça que respondia ser séria e pedia
para que ele parasse.
No fim do
expediente Salvatore e Lorena deitavam-se na grana pra observar a Lua.
Salvatore contava a esposa que era fascinado pelo céu e principalmente pela Lua
desde menino quando ficava observando com a mãe e comentava que a Lua na Itália
era mais bonita. Lorena retrucava que a Lua era a mesma em qualquer lugar do
mundo e Salvatore respondia que não, a Lua da Itália era diferente.
Naquela
noite Lorena estava estranha, mais calada e Salvatore perguntou
se a esposa estava com algum problema. Lorena deitada sobre seu peito respondeu
que não. Ficou quieta alguns segundos e pediu ao marido pra irem embora da
fazenda.
Salvatore
não entendeu a esposa e perguntou porque aquele papo. Lorena insistiu que
fossem embora, para longe e que tivessem suas próprias vidas, independentes. O
italiano sorriu e respondeu que não, aquilo não tinha sentido, pois, estava
conseguindo juntar um bom dinheiro para comprar a terra deles.
Lorena
ficou em silêncio e apenas apertou ainda mais forte sua cabeça contra o peito
do amado.
Na tarde
seguinte Lorena estava sozinha na casa principal lavando a louça quando Dino
entrou. O rapaz sabia que apenas os dois estavam ali e resolveu se aproveitar
da situação chegando perto da moça e beijando seu pescoço.
Lorena
assustou-se e pediu que o patrão parasse. Dino mandou que ela gritasse,
gritasse a vontade que só estavam os dois na casa e todos os colonos estavam
longe, ninguém lhe ouviria. Lorena implorou para que ele nada fizesse, mas não
adiantou.
Dino
agarrou Lorena e lhe jogou em cima da mesa da cozinha. Lorena chorava e gritava
enquanto Dino subia sobre ela, rasgava sua roupa e beijava seu corpo. Lorena
cuspiu em seu rosto e topou um tapa como revide. Chorando fechou os olhos
enquanto Dino lhe estuprava.
No
cafezal Salvatore e Manolo trabalhavam quando do nada viram uma revoada dos
pássaros. Salvatore sentiu um frio na espinha e contou ao amigo que algo
ocorria. Manolo não entendeu, perguntou
o que a Salvatore que gritou por Lorena.
Correu em
direção a casa principal e antes que chegasse lá encontrou a esposa correndo
sangrando e com a roupa toda rasgada. Salvatore assustado perguntou o que
ocorrera e Lorena só conseguia balbuciar “desculpa” e “seu Dino”.
Salvatore
logo entendeu a situação e disse que iria à casa matar Dino. Manolo lhe segurou
e mandou que não fizesse nada de cabeça quente que seria pior para ele.
Salvatore
tentava se soltar do amigo dizendo que não tinha apenas a cabeça quente, mas o
sangue quente, era italiano e em sua terra as coisas não se resolviam com
sangue frio. Manolo respondeu que na sua também não, mas naquele momento era
necessário.
Manolo
conseguiu acalmar Salvatore e alguns dias se passaram como se nada tivesse
acontecido. Lorena continuou trabalhando normalmente na casa principal e Dino
não tentou mais nada, apesar de dizer a moça que estava com saudades e a
qualquer momento iria lhe procurar de novo.
Um tempo
depois Dino andava sozinho de cavalo quando foi atingido por um tiro. Era de
Manolo em cima de uma árvore. O homem caiu agonizando no chão.
O filho
do patrão sangrava no peito pedindo ajuda até que Manolo e Salvatore se
aproximaram. Os dois sérios olhavam Dino que com um fiapo de sangue saindo pela
boca estendeu a mão pedindo ajuda.
Naquele
instante Manolo entregou a espingarda que segurava a Salvatore
e contou que “o de misericórdia era dele”.
Salvatore
engatilhou a arma em direção de Dino enquanto esse pedia piedade. Ao ver que
não teria mais jeito Dino sorriu de modo maquiavélico e disse que “foi muito
gostoso”.
Salvatore
atirou na cabeça de Dino que morreu instantaneamente.
Lorena
apareceu chorando e Manolo pegou a arma da mão de Salvatore dizendo que iria
enterrá-la. Deu um maço de dinheiro na mão do amigo e mandou que ele fosse
embora com a esposa imediatamente antes que sofresse a ira do patrão.
Salvatore
deu um abraço em Manolo agradecendo por tudo e dizendo que ainda iriam se
encontrar. Manolo respondeu que não, nunca mais iriam se ver, mas ele tinha
certeza que o amigo ficaria bem e iria vencer na vida.
Salvatore
agradeceu mais uma vez e Manolo mandou que se apressassem antes que Bertoldo
desse por falta do filho. Salvatore se afastou com Lorena enquanto Manolo via
seu melhor amigo ir embora.
Depois
que os dois partiram Manolo abriu a calça e urinou em cima do corpo de Dino.
Enquanto urinava dizia.
“Leve
essa mijada para o capeta, bastardo”.
CAPÍTULO ANTERIOR:
Comentários
Postar um comentário