DEZ ANOS DE MENTIRAS

 

"Sou louco, sou são, vivo nos sonhos, morro na realidade. Qual é a verdade? Não sei, mas posso ser vítima de minha maior mentira. A corrupção de um político, o trauma de uma velha senhora. Posso ser a empregada dedicada, o jornalista inescrupuloso. O delegado com seus segredos ou o amigo de todas as horas.

Um amor que acabou, um amor que te põe em chamas ou um amor prostituído!! Sim, sou prostituta!! Vendo minha alma por um pouco de amor, rastejo por sarjetas em troca de uma dose de afeto!! Sou um louco em uma terra de insanos!! Mas o que é a sanidade senão a falta de capacidade de sonhar? Sim, eu sonho!! Sim eu deliro e viajo pela minha loucura!! Sou Jesus Cristo e sou o diabo!! Sou Nelson Rodrigues, um anjo pornográfico que olha pelo buraco da fechadura!! Quero ser feliz nem que para isso seja na minha loucura!! Eu me chamo Aloísio, sou louco e tenho pena de quem não é."

Esse é trecho final de minha peça "Eu matei Nelson Rodrigues" encenada nessa data dez anos atrás.

Nessa data em 2013 ocorria a primeira apresentação de uma peça de teatro minha. 

Dez anos depois, dezenove peças encenadas em aproximadamente cento e cinquenta apresentações por Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Pernambuco, Amazonas, seis livros publicados e seis curtas metragem produzidos só posso agradecer a todos aqueles que deram vida para minhas "mentiras" e aqueles que leram, assistiram, enfim, que acreditaram nelas.

Dez anos de mentiras e que venham mais mentiras até porque elas são a minha verdade.

Sou louco e tenho pena de quem não é.

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