Trocando em miúdos

Nunca se falou tanto em negritude na Sapucaí, nem em 1988 quando o carnaval foi quase temático devido o centenário da abolição. Quase todas as escolas vieram com temas afros e as que não vieram passaram por ele como a Ilha na série Ouro falando de Nossa Senhora Aparecida e a Vila no especial falando de Martinho da Vila. A favorita Grande Rio falou de Exu. Muito se mudou no modo de falar de negritude de 88 pra cá. Em 88 tinha a fala de guerra e crítica social, mas ainda existia o olhar agradecido a Princesa Isabel. Esse ano não, a Umbanda, o Candomblé, a Macumba foram as principais referenciadas e a crítica racial veio com mais raiva como no samba da Beija Flor que no lamento do samba da Mangueira de 88. Tema afro sempre foi uma delícia pra escrever samba. No meu tempo de compositor eu falava que era o tema mais fácil porque os enredos já eram lindos então bastava rimar pra sair sambaço. Desse modo vários sambaços surgiram no carnaval 2022 deixando pra longe o tempo dos enredos CEPs, pa

E tá chegando o carnaval. Mais precisamente o desfile das escolas de samba já que o carnaval é um feriado religioso e nele não se mexe. Mas desfiles teremos a partir de quarta e essa é uma notícia maravilhosa. Maravilhosa para quem gosta dos desfiles. Mesmo estando afastado quem me acompanha sabe das minhas origens no carnaval e o quanto gosto. Mas maravilhosa até para quem não gosta de desfiles. É uma grande notícia por ser o maior indício da vida estar voltando ao normal. Ano passado os desfiles foram cancelados e esse ano adiados devido a Covid. A doença não acabou ainda, mas com as vacinas estamos mais protegidos, respirando melhor e mesmo com as máscaras abolidas os índices de internações e mortes estão baixos  Resumindo: Sobrevivemos e temos que celebrar a vida. Não sabíamos se iríamos sobreviver a essa pandemia maldita, se a vida um dia voltaria ao normal, iríamos voltar a abraçar quem amamos e isso está acontecendo. A Covid deixa trauma, marcas, tristeza com tantas sequelas, vi

Falem mal, falem bem, mas não adianta. Esse é o BBB de Arthur Aguiar. É isso, o BBB 22 não é um jogo onde torcidas disputam para fazer seu preferido prevalecer. Pela primeira vez na história o programa virou um plebiscito onde a votação é sobre ele, tudo é sobre ele. Os espectadores se dividiram entre quem gosta e quem não gosta dele. E são grupos fanáticos. Claramente o grupo que lhe apoia é fanático por ele, passa a não em sua cabeça na hora dos erros, supervaloriza seus acertos, vira madrugada votando até em paredão em que ele não participa e é acusado de fanatismo por quem não gosta. Mas o grupo que não gosta também é fanático. Acusa Arthur de todos os problemas do mundo, traz para dentro do jogo situações que ocorreram fora, lhe taxa de vitimista e faz acusações graves como ser abusador.  O grupo que lhe defende perde a linha xingando, ofendendo e ameaçando. O que lhe ataca perde a linha também xingando, ofendendo a ele e sua torcida e cometendo  a maior das cretinices que é compa

O tempo nos faz virar saudosistas  Tudo no nosso tempo era melhor. Filmes, músicas, a cidade, o país, o mundo. Os costumes eram melhores, as pessoas mais felizes. Não tinha violência, nem aquecimento global. Não, nem tudo dito é verdade, nem tudo era melhor, mas o tempo suaviza o que era ruim e aumenta o que era bom. Sou assim com novelas. Novelas boas pra mim eram dos anos 80 e 90. Histórias fantásticas, tramas lendárias, trilhas inesquecíveis..Eu costumo dizer que nenhuma música de novela emplaca mais e podemos ouvir músicas do passado e logo associar a uma novela ou mesmo personagem. Não, nem todas as novelas antigas eram boas e o Globoplay está aí pra provar isso. Essa que é tema dessa coluna não era ruim, muito pelo contrário, para mim junto com Irmãos Coragem, Beto Rockfeller, Roque Santeiro, Vale Tudo e Avenida Brasil são as novelas icônicas da história.  Pantanal é a receita do sucesso. História forte, personagens icônicos, imagens deslumbrantes e uma trilha inesquecível dão o