CINEBLOG: O AUTO DA COMPADECIDA
Cineblog fala hoje de um dos filmes nacionais de maior sucesso desde a retomada de nosso cinema. Filme delicioso baseado em história do imortal Ariano Suassuna e que mostra um pouco da brava gente do Nordeste.
Cineblog orgulhosamente apresenta:
O auto da Compadecida
O Auto da Compadecida é um filme brasileiro de comédia dramática lançado em 1999. Dirigido por Guel Arraes e com roteiro de Adriana Falcão, o filme é baseado na peça teatral "Auto da Compadecida" de 1955 de Ariano Suassuna, com elementos de O Santo e a Porca e Torturas de um Coração, ambas do mesmo autor, e influências do clássico de Giovanni Boccaccio Decameron. Durante o Grande Prêmio Cinema Brasil, evento criado pelo Ministério da Cultura, o filme recebeu as premiações de melhor diretor, melhor roteiro, melhor lançamento e melhor ator. É o filme brasileiro de maior bilheteria de 2000, sendo visto por mais de dois milhões espectadores.
As filmagens da obra foram feitas em 1999, na cidade de Cabaceiras, interior do estado da Paraíba, palco de vários outros filmes brasileiros, com parceria de produção entre a Globo Filmes e a Lereby Produções. Estreou em 10 de setembro de 1999, no Brasil, e foi exibido em outros países em eventos de cinema e em mídia para distribuição. Nos Estados Unidos, o filme foi renomeado como A Dog's Will. Foi recebido com críticas positivas na maioria dos países da América do Sul.
Sinopse
O enredo do filme se desenvolve com ambientação no Sertão Nordestino (especificamente no sertão da Paraíba, numa cidade próxima a Taperoá) em torno de dois personagens principais: João Grilo (Matheus Nachtergale), sertanejo mentiroso, e Chicó (Selton Mello), maior covarde da região. Ambos são muito pobres e sobrevivem de pequenos negócios e golpes, enquanto vagam pelo sertão. Em um desses golpes, eles se envolvem com Severino de Aracaju (Marco Nanini), temido cangaceiro, que os persegue pela região. Com mistura de drama e comédia, o filme também aborda aspectos culturais e religiosos do Nordeste do Brasil.
Elenco
Matheus Nachtergaele João Grilo
Selton Mello Chicó
Rogério Cardoso Padre João
Denise Fraga Dora
Diogo Vilela Eurico
Luís Melo Diabo
Virgínia Cavendish Rosinha
Bruno Garcia Vicentão
Enrique Diaz Cangaceiro ("Cabra")
Maurício Gonçalves Jesus Cristo ("Emanuel")
Aramis Trindade Cabo Setenta
Participações Especiais
Marco Nanini Severino de Aracaju ("Capitão")
Paulo Goulart Major Antônio Morais
Lima Duarte Bispo
Fernanda Montenegro Nossa Senhora ("Compadecida")
Produção
Auto da Compadecida nasceu originalmente como peça teatral escrita por Ariano Suassuna em 1957. Em 1999, transformou-se em microssérie exibida pela Rede Globo, e continha tramas paralelas que acabaram por ser removidas no filme. Nessa época, o diretor Guel Arraes procurou Suassuna para que ele fizesse uma adaptação cinematográfica da peça, acrescentando cenas de outras de suas peças, O Santo e a Porca e Torturas de um Coração. O escritor disse: "Como são obras no mesmo estilo de O Auto, ou seja, com histórias populares, eu aceitei". O diretor foi mais além e incluiu influências de Decameron, de Boccaccio, no filme. Entre as passagens omitidas no filme estão o gato que "discome", na qual João Grilo e Chicó tentam enganar Dora, a esposa do padeiro, apresentando-lhe um gato que evacuava moedas de prata; e a primeira invasão dos cangaceiros à cidade de Taperoá.
Recepção
Os atores escolhidos pelo diretor agradaram Suassuna, que disse que Matheus Nachtergaele foi o melhor intérprete para João Grilo. Ele afirmou: "Sua atuação é impecável, pois consegue passar toda a esperteza do personagem, que luta contra o patriarcado rural, a burguesia urbana, a polícia, o cangaceiro, e até contra o diabo". Elogiando as demais atuações, Suassuna disse que o melhor ator do filme foi Fernanda Montenegro, no papel de Nossa Senhora. "O rosto de Fernanda agora vai se juntar, na minha memória, ao de Socorro Raposo, a primeira atriz a interpretar o papel, no Recife, e que ainda hoje continua encenando, já somando oito anos ininterruptos", disse.
Prêmios
Grande Prêmio Cinema Brasil
Melhor diretor (Guel Arraes) Venceu
Melhor ator (Matheus Nachtergaele) Venceu
Melhor roteiro Venceu
Melhor lançamento Venceu
Melhor filme Indicado
Cartagena Film Festival
Melhor filme Indicado
Miami Brazilian Film Festival
Prêmio da audiência (Guel Arraes) Venceu
Melhor edição (Paulo Henrique Farias) Indicado
Viña del Mar Film Festival
Melhor ator (Matheus Nachtergaele) Venceu
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