SEMANA OLÍMPICA: É HOJE
Bem..Chegou o dia.
Nessa sexta-feira, 5 de agosto de 2016 começam os jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Oito da noite começa a ser escrita uma página especial em nossa história.
Desde 2009 o brasileiro, especialmente o carioca, espera por essa data. Muita coisa ocorreu desde então. O Brasil mudou, a euforia deu lugar a preocupação e depois revolta. Muito dessa revolta se virou para os jogos, mas não adianta. Olimpíadas não tem culpa do Brasil estar hoje nessa situação e temos que pelo menos nessas duas semanas tirar o ranço do coração e curtir o momento.
É um momento histórico. Hoje é sim um dia histórico para o Brasil, mais ainda para o Rio de Janeiro, cidade que eu tanto amo. Acho que ninguém poderia um dia imaginar que sediaríamos uma Olimpíada, mas ela está aí, todos já estão aqui e hoje o Maracanã receberá um evento que contará com audiência de cinco bilhões de pessoas.
O Maracanã. Estádio de duas finais de copa do mundo, que recebeu João Paulo II, Frank Sinatra e agora de abertura e encerramento de Olimpíadas. Um dos maiores amores e orgulhos do carioca.
Vocês tem noção disso? Cinco bilhões de pessoas? Do tamanho disso que está ocorrendo aqui? Meu medo é que no meio de tanta revolta, tantas brigas a gente acabe não aproveitando e se arrependendo depois.
Sempre amei Olimpíadas, pra dizer a verdade acho que curto mais até do que copa do mundo. Como um amante dos jogos, uma pessoa que tem tantas lembranças bonitas das Olimpíadas começo a me arrepiar.
Acompanho desde Los Angeles em 1984 e vem de lá as duas principais lembranças de minha vida olímpica. Joaquim Cruz vencendo os 800 metros e dando a volta olímpica com a bandeira do Brasil é uma imagem marcante. Joaquim, um dos nossos maiores heróis derrotando os europeus bem nutridos e com muito mais oportunidades. Olimpíadas para mim é isso. Superar as adversidades e se superar.
Superar a si mesmo como fez Gabrielle Andersen em 1984. Ninguém lembra quem venceu a maratona, mas lembram dela cambaleante cruzando a linha de chegada e praticamente desmaiando logo depois. Para mim nada retrata mais a Olimpíada que aquela imagem. Emocionante, impactante. Lembro dos meus oito anos de idade vendo aquela cena impressionado. Gabrielle é uma heroína olímpica.
Como impacta ver Ben Johnson cheio de anabolizantes assombrando nos 100 metros. Vi ao vivo aquela corrida de madrugada. Não vi o setembro negro, mas sinto horror quando revejo as cenas. Não vi o ursinho Misha chorando, mas sinto ternura quando revejo a cena. Olimpíadas não são o setembro negro, são o choro de um ursinho. Olimpíadas representam esperança e comunhão.
Quem dera que todos os conflitos do mundo fossem resolvidos nos esportes. Correndo, saltando, nadando, no tatame, ringue e no fim apertando as mãos como leais adversários. Em tempos de horror como o que vivemos os jogos olímpicos são um bálsamo. Mostram que podemos sim conviver em paz. Vencer é importante? Claro que sim, mas vencer a si próprio é a melhor vitória. Alcançar essa vitória exige luta disposição, entrega, sabedoria. Não se faz um vencedor olímpico sem sacrifícios, assim como na vida. Mas vale a pena, mais até que receber uma medalha de ouro.
Heróis de carne e osso que não foram feitos pela Marvel, não são personagens de cinema, nem foram catapultados por reality show. Jesse Owens, o homem que derrotou Adolf Hitler, Adhemar Ferreira da Silva, Nadia Comaneci, Mark Spitz, Carl Lewis, Torben Grael, Aurélio Miguel, Cesar Cielo...São tantos homens e mulheres....Esses não devem nada nenhum a super homem.O que falar então de Usain Bolt e Michael Phelps? Esses ainda escrevem a história no milésimo que faz toda a diferença. Super atletas, super humanos que se tornam marcas mundiais tanto quanto o grego que ninguém lembra o nome, mas soltou o nosso Wanderley Cordeiro de Lima e permitiu que ele ganhasse a medalha de bronze.
Bem..Chegou o dia. O dia em que um novo capítulo na história das Olimpíadas e de São Sebastião do Rio de Janeiro, essa cidade abençoada por Deus e maltratada pelos homens, será escrita. Daqui a pouco acaba, todo mundo vai embora e ficaremos aqui com nossas mazelas.
Falta de hospitais, violência, ensino em greve, falta de salários..O que irá sobrar para gente depois? Qual tamanho do legado? Teremos perdido totalmente a chance de nos reinventar ou alguma coisa ficará além de lembranças? Não sabemos, então por quê então não aproveitar essas duas semanas para sonhar? Até porque a vida não tem graça nenhuma se não existir a esperança.
Se não temos atualmente tantos motivos para sorrir vamos ao menos nos permitir essa noite.
Se for para chorar que seja choro de emoção.
É hoje o dia da alegria!!
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