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"Os Play Offs separam os eninos dos homens"
Essa frase é de Michael Jordan, considerado o maior jogadores de basquete de todos os tempos quando uma vez se referiu aos Play Offs da NBA. A fase de mata-mata do torneio.
E é verdade não só em relação aos Play Offs como ao basquete em si. Basquete é uma coisa, NBA é outra bem diferente e a única coisa que junta as duas atividades é que tem que arremessar bolas em cestos. A própria NBA separa os meninos dos homens.
Acompanho a NBA desde a virada dos anos 80 para 90 quando a competição passava na Band com narração de Luciano do Valle. Comecei a acompanhar e torcer para o Los Angeles Lakers, mas acompanhar mais efetivamente na final de 90/91 entre o Lakers e Chicago Bulls quando o time de Michael Jordan e Scottie Pippen atropelou o de Magic Johnson por 4x1.
Comecei dando azar ao time e tendo azar também. O grande Lakers se encerrava ali, um pouco depois Magic declarou que era portador do vírus da AIDS e se aposentou. A franquia já não tinha Kareen Abdul Jabbah e então o time passou a ser apenas coadjuvante na NBA. Começava ali a dinastia do Bulls e Jordan se transformava no maior de todos mesmose dando ao luxo de passar dois anos brincando de jogar baiseball. Jordan para mim era como Tyson, eu odiava, queria ver perder, a diferença que Tyson eu vi perder e ali me arrependi de torcer contra já que o boxe acabou. Não vi Michael Jordan perder com os Bulls. Ganhou os seis campeonatos em que eu lhe vi com a camisa 23 vermelha. Um fenômeno.
No auge de Jordan surgiu um tal de Kobe Bryant e finalmente vi esperança pro meu Lakers. Na mesma época a franquia contratou o super pivô Shaquille Oneal junto ao OrlandoMagic. A coisa foi melhorando aos poucos até que com a chegada do vitorioso treinador do Bulls Phil Jackson começou a dinastia Lakers com um tricampeonato.
Kobe foi o grande jogador da NBA na primeira década do século, deu ainda mais dois títulos ao Lakers e me fez um torcedor feliz. Perdeu para o tempo como todos perdem e os problemas físicos o levaram a uma aposentadoria. Mesmo velho, cansado e em um time horroroso do Lakers Kobe se despediu com dignidade. Fez uma última temporada inesquecível e um último jogo com mais de 50 pontos para mostrar o quão gigante é.
Agora vivemos a era Lebron James e Stephen Curry.
Stephen é o principal astro do grande time do Golden States Warriows. O Golden State nessa temporada 2015/2016 simplesmente bateu o recorde de vitórias do grande Bulls de Jordan na temporada regular. Com apenas nove derrotas na primeira fase botou a NBA no bolso dando todos os indícios que conquistaria o bicampeonato com facilidade. O GSW, como a franquia é chamada, foi campeã ano passado depois de quarenta anos sem títulos e se transformou no "time da moda" trazendo vários torcedores para a NBA como fizeram Lakers e Celtics nos anos 80, Bulls nos 90 e Lakers e Spurs nos anos 00.
O problema para Stephen e seus colegas é que tinha um tal de Lebron James pela frente...
Lebron é polêmico, carismático e joga pra cacete. Foi primeira escolha de Draft quando nem pela Faculdade tinha passado. O sucessor de Kobe Bryant, o novo Michael Jordan abandonou o Cleveland Cavaliers e foi para o Miam Heat para ser campeão. De ídolo passou a ser criticado, odiado. Teve sua camisa queimada por torcedores, foi vaiado todas as vezes que jogou em Cleveland pelo Miami, mas cumpriu o objetivo. Foi bicampeão.
Até que voltou para casa e fez a promessa que faria do Cleveland campeão e seu estado campeão depois de 50 anos.
A região não ganhava nenhum títulos nos grandes esportes americanos (Basquete, NLF, NHL Baseball) desde os anos 60, era considerada uma região amaldiçoada, motivo de chacota por todos os Estados Unidos. No primeiro ano não deu, perdeu para o GSW de Curry. No segundo parecia que também não iria conseguir. O GSW abriu 3x1 e ficou a uma vitória do título.
Mas o esporte não é uma ciência exata. Nunca um time tinha virado de 3x1 para 4x3 em final na NBA. Desde os anos 60 um time não ganhou o jogo 7 fora de casa e além de ter que superar a tudo isso tinha que vencer o novo recordista da NBA que não tinha perdido três jogos seguidos na temporada toda.
Lebron James há muito tempo não era mais menino, era homem. Domingo virou super homem. O homem virou lenda.
Difícil avaliar o que Lebron fez nessa final. Mais de 40 pontos em dois jogos seguidos, triple double no jogo 7. Aos olhos do mundo Lebron cumpriu a promessa feita e ao fim de jogou desabou no choro. O gigante se ajoelhou aos prantos mostrando que por mais que a NBA seja um jogo de excelência disputado por super dotados e talentosos os homens também podem virar meninos por algum momento. O homem e o menino se misturaram ao realizar um sonho.
Cleveland Cavaliers e Golden States Warriows fizeram história. Provavelmente o GSW terá um asterisco injusto em sua grande marca. Se fosse pontos corridos em vez de mata mata o GSW teria sido campeão há meses e nada disso teria ocorrido. Graças a Deus não é. Lugar de justiça é no tribunal. Esporte é feito de emoção.
NBA agora só em outubro e já contamos os dias para sua volta..
Que venha a próxima temporada.
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