AS VEZES EM QUE EU MORRI
Esses dias estava me
lembrando desse texto. Quem me conhece há mais tempo sabe que pertencia ao
"finado" orkut, usei algumas vezes em meu profile e lembrei que nunca
postara no blog. É o momento de compartilhar com algumas adaptações.
AS VEZES EM QUE EU MORRI
Eu sou um cara que morreu
algumas vezes.
Estranho isso. Como assim
morri algumas vezes? Pois é, mas refletindo percebi isso. Morri pela primeira
vez quando tinha uma semana e engasguei. Tive que parar pronto socorro!! Morri
em outro engasgo também, já mais velho com drops, que idiota eu fui!! Morri num
acidente de carro ainda pequeno com minha avó que me traumatizou a ponto de
torcer contra o Brasil na copa da Espanha em 82 pra não sair com a família em
buzinaço. Morri quando um cano caiu na minha cabeça vindo do terraço de minha
casa.
Morri de emoção quando vi
o Flamengo campeão pela primeira vez, morri de tristeza em cada derrota sua,
mas morria de torcer no jogo seguinte. Morria de ansiedade e aflição cada vez
que começava o ano no colégio imaginando o que me esperava. Morria de alívio
quando o ano acabava e eu passava. Uma vez morri de resignação quando fui
reprovado,mas nada que a more no ano seguinte com uma turma muito bacana não me
salvasse.
Morri de loucura quando
decidi virar compositor de samba-enredo e minha loucura me matava cada vez que
um samba ficava pronto, me dilacerava a cada final, de dor ao perder, de
alegria ao vencer. Morri de tanto chorar quando ganhei meu primeiro samba. As
lágrimas dessa morte foram inesquecíveis.
Tive a pior das minhas
mortes quando minha mãe morreu. Metade de mim foi junto com ela. Nunca uma
morte doeu tanto e dói até hoje. Uma morte que sangra a alma e me fez pensar
muito se continuar valeria a pena.
Morri de
irresponsabilidade quando decidi assumir uma menina que não era minha como
filha. Morri de esperança ao ver seu rosto pela primeira vez.. Morri de certeza
ao ver seu primeiro sorriso e perceber que minha metade morta voltara. Morro de
felicidade e orgulho de minha irresponsabilidade cada vez que estou com ela e
seu irmão. Ana Beatriz e Gabriel são minhas mortes mais bonitas.
E morri de amor...
Ah amigos!! Como eu morri
de amor!! Morri de timidez toda vez que menininho gostava de uma menina e não
tinha coragem de me declarar, de desilusão quando me declarava e percebia que
ela só queria minha amizade, de desgosto quando via a menina que eu gostava com
outro. Meninas, moças, mulheres, o tempo passava e eu continuava morrendo.
Mas morri de paixão quando
elas começaram a dizer sim. Morri de tesão a cada beijo na boca, a cada lambida
na orelha, toque em meu corpo ou cheiro em minha nuca. Morri de prazer a cada
beijo em seios, carinho em ventres, lambida em virilhas e satisfação a cada
gemido de prazer dado pela amada.
Morri de amor a cada
sorriso cúmplice, a cada piada sem graça que só no dois entendíamos ou a cada
vez que ficamos abraçados até de manhã fazendo planos ou falando sobre o nada.
Morri de euforia a cada
vez que olhava nos olhos e tinha a certeza que era a mulher de minha vida.
Morri de depressão cada vez que elas percebiam que não.
Morri de raiva a cada
batida de porta indo embora. Morri de gritar a cada pontada de saudade na alma,
morri de me esquartejar cada vez que ela arrumava outro. Morri no vazio cada
vez que me esqueciam.
Morri de noite a cada dia
que amanhecia sem ela.
Mas morri de teimoso cada
vez que me apaixonava de novo e via que morrer de amor vale a pena.
Muitas vezes morri, de
todas as formas possíveis e acredito que vou morrer muito ainda. Não temo a
morte. Temo apenas não morrer mais.
Porque é morrendo que eu
renasço pra vida.
Emocionante... Profundo...
ResponderExcluirTb morri... Assim como vc, amor...
Muitas vezes... E como disse... É assim q renascemos para a vida...
De fato... É o q espero...
Eu?!
Eu... Tb não temo a morte...
Meu amor por vc é eterno... Sempreeeee....
Obrigado amor, vc é uma de minhas mortes mais bonitas.
ExcluirTe amo