Capítulo XVIII - Amores proibidos
Pardal levou a menina para a favela como sua esposa e assim Camila tornou-se primeira dama do tráfico de drogas. Lucinho continuou com sua vida desistindo do amor e de reencontrar seus pais.
O bandido combinava mais com atrocidades e violência que com sentimentos fúteis como carinho e paixão.
E eu? Bem eu tive uma noite maravilhosa com Juliana até deixá-la em casa e lhe dar um beijo apaixonado. Saí de lá me sentindo nas nuvens e no dia seguinte voltei com um buquê de flores.
Juliana abriu a porta e me reencontrou com um sorriso nos lábios e o buquê na mão. Deu um pequeno sorriso e mandou que eu entrasse.
Entrei, ela pegou o buquê agradecendo e pediu que eu me sentasse enquanto pegava um vaso para as flores. Depois sentou ao meu lado e antes que eu falasse algo disse que tínhamos que conversar.
Perguntei qual era o problema e Juliana falou que o que ocorreu na noite anterior foi um erro que não poderia se repetir. Eu havia lhe traído e ela não conseguia esquecer isso além de não entender muitas coisas que ocorriam em minha vida.
Ainda tentei argumentar falando que eu havia amadurecido e aquele Gilberto que havia lhe traído não existia mais e que eu ganhava um bom dinheiro porque trabalhava feito um condenado para seu pai, mas não a convenci. Juliana pediu desculpas e falou que nós funcionávamos mais como amigos que como namorados.
Depois disso Rebeca desceu correndo a escada e me deu um abraço. Enquanto abraçava minha filha olhava Juliana que também me olhava com ar de “sinto muito. Beijei minha filha e falei que outra hora voltaria para brincarmos, beijei Juliana na testa e saí da casa arrasado.
Pensei que enfim me entenderia com Juliana, mas isso estava muito longe de ocorrer. Fiquei deprimido uns dias quando major Freitas deu a idéia que eu devia me matricular em uma academia para espairecer.
Falei que o major só podia estar brincando eu nunca havia feito exercícios na vida, no máximo “halterocopismo”. O major me deu um cartão com endereço de uma academia e falou que malhava lá, era a melhor da cidade.
Uma manhã, entediado em casa sentei no sofá, liguei a TV, abri uma cerveja e fiquei lá vendo desenho. Em determinado momento peguei o cartão que estava ao lado do telefone e decidi que poderia ser uma boa.
Fui até a academia e me matriculei, depois fui a um shopping pra escolher roupas maneiras e tênis pra minha malhação. Começava a me empolgar.
No dia seguinte estava cedo lá e fui apresentado ao professor. Fiz uma série de exercícios e gostei. Todos os dias ia até a academia até que contratei um personal trainer.
O cara tirava minha pele, era brabeira. Corrida na Lagoa, exercícios na praia três vezes por semana e o restante na academia. Pior parte era a dieta. Lucinho e Pardal entendiam nada quando rolava feijoada no morro e eu comia salada, fora que me afastei das drogas e evitava bebida. Os bandidos perguntavam se eu tinha virado viado.
Não de viado eu não tinha nada muito pelo contrário. Uma atriz de novela frequentava a academia. Seu nome Nicole Ferraz e eu era tarado nela via novelas só por causa dela e agora era minha colega de academia.
Nicole era uma das atrizes mais gostosas e queridas da televisão brasileira, naquele momento vivia a mocinha da novela das oito e quando a via com aquele shortinho apertado enfiado na bunda malhando eu ficava louco. Tentava me controlar lembrando-me do marido dela o lutado de UFC campeão do mundo Javier Guerrilheiro, mas parceiro..era difícil.
Um dia notei que ela estava com problemas em um aparelho e não tinha nenhum professor por perto então prestativo como sou fui ajudá-la. Ela agradeceu e eu me apresentei, quando ela foi se apresentar eu disse que o Brasil todo a conhecia.
Mulher é vaidosa e ela adorou o que eu falei.
Sempre que nos víamos na academia nos cumprimentávamos e uma vez correndo na praia com o personal dei de cara com ela correndo também. Chamei para que corresse junto e ela topou iniciando-se assim uma bela amizade mesmo o meu personal falando pra eu tomar cuidado que o pescoço do Javier era do tamanho da minha coxa e aquilo poderia acabar mal.
Contei pra bandidagem o que ocorria e eles não acreditaram falando que eu estava mentindo. Jurei que não, mas eles nem ligaram já que era sexta-feira, dia de baile funk e os soldados se entusiasmavam.
O motivo do entusiasmo era que o Trololó bombava nas noites de sexta. Pessoas de todas as camadas sociais subiam o Trololó pra curtir o funk, não eram poucos os carros importados que apareciam na área e muitos playboy e patricinhas curtiam o “batidão”.
E os soldados curtiam as patricinhas e por incrível que pareça as patricinhas também curtiam os soldados. Tem algumas mulheres que tem uma fascinação inexplicável por bandidos e armas. Subiam ao morro pra dançar, beber e não poucas vezes cheirar e aí amigo, ninguém é de ninguém.
O baile era realizado na rua mesmo, a rua principal do Trololó e os freqüentadores do baile se misturavam com soldados que passavam com fuzis andando, outros de moto e a convivência era pacífica. Perto ficava uma boca de fumo que sempre tinha fila, não era raro eu sentado na calçada bebendo minha cervejinha e algum maluco perguntar se era a fila da boca e eu apontar para o local certo.
Em frente ao palco ficava uma casa que pertencia à associação de moradores. Associação que era conivente com o tráfico e recebia muitas vantagens de Pardal. A casa tinha uma varanda que em noite de funk era chamada de área vip. Lá ficavam os convidados de Pardal, entre eles eu.
Naquela noite um MC cantou um “proibidão” em homenagem a Pardal. Proibidão é um tipo de funk que enaltece traficantes ou drogas. A música era péssima, mas o Pardal ouvia como se fosse um clássico de Chico Buarque.
No fim da interpretação musical o MC foi até a área vip recebendo um abraço de agradecimento de Pardal e um sacolé de cocaína para mostrar o quanto o bandido tinha gostado.
O MC saiu todo feliz pronto pra cheirar e Pardal disse pra mim que iria se mandar. Perguntei como assim a noite ainda estava no meio, muita coisa pra acontecer. Mas ele olhando pra Camila requebrando ao som do funk falou que queria curtir sua branquinha. O bandido estava apaixonado mesmo. Dei um sorriso e um tapinha no ombro dele mandando que ele fosse curtir seu amor.
Ele pegou Camila pelo braço e se mandou.
O fim da noite era o melhor. As patricinhas já doidonas com bebida e pó. Curió escolheu algumas para uma festa de fim de noite. Fomos para a casa do bandido onde rolava a pegação.
Naquela noite o bandido escolheu algumas lindas, novinhas com cara de menor de idade e entusiasmado chegou em duas e falou que se elas se beijassem para nós vermos ganharia cada uma um pacotinho de cocaína.
As meninas que deviam ter uns dezesseis anos toparam a idéia e se beijaram. Beijo de língua mesmo com a rapaziada toda, incluindo algumas outras meninas presentes, aplaudindo. Me entusiasmei e falei que pagaria quinhentos reais em pó pra cada uma se elas além de se beijarem transassem na nossa frente.
Uma ainda ficou reticente falando que elas eram irmãs, mas a outra não se fez de rogada derrubando a irmã no chão e deitando em cima dela aos beijos. As meninas mesmo sendo irmãs fuderam ali na nossa frente e eu morri em mil reais. Mas morri nessa feliz.
No fim entrou todo mundo na putaria. Devia ter uns cinco homens e sete mulheres no lugar e a suruba rolou até de manhã.
Na segunda-feira retomei minha malhação em busca de gastar os excessos de fim de semana. Na verdade os exercícios já estavam em segundo plano eu queria mesmo era comer a Nicole. Acabou que virei um confidente dela, Nicole contava como era infeliz no casamento.
Reclamava que o marido não dava muita atenção pra ela, dava muito mais a sua carreira que a ela e Nicole se sentia sozinha. Falei que ela era linda, jovem e não devia se sentir assim. Ela então usava meu ombro pra chorar. Encostava a cabeça nele enquanto acariciava doido pra pegá-la de quatro.
Durante a semana ela me contou que viajaria sexta de tarde para os Estados Unidos onde lutaria. No máximo da ousadia perguntei se ela gostava de baile funk. Nicole respondeu que sim, mas nunca tinha ido. Perguntei então se ela queria ir a um baile no Trololó.
Nicole perguntou se não era perigoso e respondi que não, conhecia todo mundo na favela e seria tranquilo. A atriz sorriu e contou que topava me dando seu endereço.
Ah moleque, eu ia me dar bem.
Na sexta na hora marcada estava lá de carro na frente de sua casa lhe esperando. Nicole surgiu linda num vestido preto e decote generoso. Abri a porta para ela, elogiei e a atriz sorrindo entrou no carro.
Fomos para o morro e levei a mulher para a área vip. As pessoas olhavam espantadas como se não acreditando que fosse ela. Nicole simpática foi solícita e atendeu a todos até topando tirar foto com Camila.
Nesse momento cheguei perto de Pardal e zoei dizendo “não falei que estava pegando?”.
Não, eu não estava pegando, mas homem sempre aumenta.
Em um momento perguntei se ela queria alguma coisa e ela pediu pra eu comprar pó pra ela. Olhei espantado Nicole riu e falou “pare de hipocrisia e compra logo”. Fui comprar..
Desci da área vip e como sempre a rua estava repleta de patricinhas, mas uma me chamou atenção, eu conhecia.
Puxei Aline pelo braço e perguntei o que ela fazia ali. Aline era neta de Eurico Peçanha que era irmão de Getulio Peçanha, portanto Aline era sobrinha neta do Senador.
A menina assustada por ter me visto disse que estava fazendo nada demais, tinha nada pra fazer em casa e amigos convidaram para que ela conhecesse o baile do Trololó. Realmente nunca tinha visto Aline pela área, mandei que ela tomasse cuidado e ela respondeu “pode deixar tio”.
Puta que pariu se tinha uma coisa que eu detestava era ela com dezesseis anos de idade me chamar de tio. Sentia-me mais velho ainda.
Deixei a menina pra lá e fui comprar o pó.
Eurico teve três filhos e o mais velho uma, que era a Aline.
Menina estudiosa que respeitava os pais, avós e nunca se metera em confusões. Eu mesmo nunca ouvi falar nada que lhe reprovasse. Vi essa menina nascer e ainda não me acostumara com o fato de ter virado uma adolescente e claro como qualquer uma queria se divertir também.
Voltei com o pó pra área vip e Nicole meteu o nariz enquanto embaixo uma música mais lenta tocou e um soldado do morro pediu pra dançar com Aline. Ela se assustou ainda mais quando viu o fuzil nas costas do menino. Mas ele, que se chamava Banzé, pediu para que ela não ficasse com medo que não lhe faria mal só queria dançar.
E eles dançaram a música e Banzé como prometido tratou com respeito. No fim da dança ele agradeceu e partiu deixando Aline sozinha.
Ele foi pra esquina tomar conta da movimentação na favela enquanto Aline fiou no meio de seus amigos dançando. Dançando e olhando pra Banzé. Tinha gostado da educação e respeito do rapaz com ela além de achado bonitinho.
E Banzé realmente recebeu boa educação. Mais velho de cinco irmãos seu pai abandonou a família um pouco depois do nascimento do quinto filho. Então Banzé não teve muito estudo tendo que ir logo para o batente.
Trabalhou de tudo um pouco, mas o que ganhava mal dava pra ajudar em casa. Não foram poucas as vezes que ele e seus irmãos dormiram com fome então Banzé acabou seduzido pelo tráfico.
Aprendeu a atirar, mas um de seus orgulhos era que nunca tinha matado ninguém.
Algum tempo depois no baile Banzé chegou perto de Aline e perguntou se podia pagar um refrigerante pra moça. Ela topou então eles foram ao bar. Banzé pediu dois e Aline estranhou que ele não bebesse. O menino então contou que não bebia nem se drogava em respeito a sua mãe.
Incrível trabalhava no tráfico, mas não usava drogas por causa da mãe.
Engataram uma conversa e Curió passou por eles zoando falando que Banzé havia se dado bem e pedindo pra ele levar Aline pra festinha depois do baile. Banzé pediu para que a menina não ligasse pro comentário e perguntou se ela queria dançar de novo, ela topou.
E assim eles foram dançar e dançaram a noite toda. No fim Aline disse que tinha que ir embora, mas tinha adorado a companhia deu um beijo no rosto do rapaz e foi embora.
Foi embora olhando pra trás. Um havia gostado do outro.
Banzé se deu bem, mas eu mais ainda. Saí do morro com Nicole chapada e fomos direto pra minha casa. Bebemos, cheiramos. É eu tinha voltado à ativa e fudemos a noite toda. Eu que já havia tocado várias punhetas praquela mulher deliciosa agora tinha a ela na minha cama. Me senti o cara!!
No dia seguinte tirei onda no morro contando que tava comendo atriz de televisão e todos viram. Pardal riu e contou que quem tirou onda mesmo foi Banzé que comeu minha sobrinha. Fiquei puto com o papo e perguntei como era a parada e Banzé que estava no local gaguejando jurou que não havia encostado nela.
Acreditei no nervosismo que o rapaz passava e mandei que ele abrisse o olho.
E assim a vida foi passando. Comecei um caso com Nicole e assim conseguia esquecer Juliana. Aline voltou ao baile na sexta seguinte para alegria de Banzé. Ela foi direto ao rapaz e perguntou como ele estava. Banzé respondeu que estava melhor agora com ela lá.
A moça mesmo chamou o rapaz pra dançar e partiu dela a iniciativa do beijo.
Vi que se beijaram e da área vip notei o carinho que ele a tratava. Fui até onde eles estavam e pedi para que tomassem cuidado e falei pra Aline que Banzé era um cara legal.
E eles começaram a namorar. Dois mundos completamente diferentes. Banzé negrinho, pobre, soldado do tráfico de drogas. Aline menina branca, patricinha de família rica. Os dois não se importaram com a distância de seus mundos e estigmas, se apaixonaram de verdade e tinham certeza que aquele amor venceria tudo.
Aline sempre ia até a favela ver seu namorado e Banzé se arriscava às vezes indo ao asfalto ver seu amor. Em uma dessas idas Eurico viu sua neta junto com o menino e furioso pegou Aline pela orelha e levou embora.
E o assunto chegou a Getulio e chegando a Getulio chegou até a mim. O Senador perguntou se eu sabia de alguma coisa e respondi que sim, mas que o menino era legal. Getulio ficou puto e gritou que não me perguntou se ele era um cara legal ou não e que eu desse um jeito nisso ou minha cabeça rolaria.
Chamei Aline pra conversar e contei toda a situação. Ela perguntou se eu me meteria pra atrapalhar como seu tio avô pediu e respondi que não só tinha lhe chamado pra falar que tomasse cuidado que sua família estava de olho e faria de tudo pra acabar com o namoro.
Perguntei se ela gostava mesmo dele e Aline respondeu que sim era muito apaixonada e não saberia mais viver sem ele. Sorri dei um abraço em minha “sobrinha” e desejei que fossem felizes.
O namoro continuou e o Senador que não era burro sabia disso. A família tinha brigas homéricas com Aline que os desafiava que não acabaria o namoro e que se eles continuassem interferindo em sua vida fugiria de casa para morar com ele. Aquilo foi a gota d água para Getulio.
O Senador ligou pra Pardal e exigiu que ele desse um jeito no soldado que importunava sua família. Pardal ouvia a tudo do celular e mandava que o Senador se acalmasse que tomaria providências. Desligou o telefone e mandou chamar Banzé.
Eu estava ao lado e perguntei o que Pardal faria com ele e para que não o matasse porque o menino só estava apaixonado. Pardal não me deu ouvidos e reforçou a ordem para que Curió chamasse Banzé.
Continuei pedindo pela vida de Banzé quando o menino assustado chegou à boca com Curió e perguntou o que o patrão queria. Pardal apontando um fuzil para ele mandou que entregasse o seu. O menino nervoso entregou e eu apavorado pedia pra Pardal não fazer aquilo.
Pardal com o fuzil apontado pra Banzé contou que o Senador Getulio Peçanha havia telefonado e pedido para que ele tomasse providências em relação ao garoto e iria tomar.
Engatilhou o fuzil e quando Banzé chorando pediu piedade Pardal falou “vocês está demitido”.
O menino, Curió, eu, todos olhamos para Pardal com aquele olhar de quem não entendeu nada. Pardal reforçou que Banzé estava demitido essa era a providência que tomaria. Mandou que o menino largasse o crime e arrumasse um emprego no asfalto para que pudesse crescer na vida e dar uma vida digna pra Aline.
Banzé agradeceu e Pardal mandou que ele não agradecesse e descesse naquele momento mesmo para tentar arrumar um emprego.
O menino se mandou e perguntei pra Pardal “como assim?”. O bandido virou pra mim e falou que quem cuidava de seus negócios e sua rapaziada era ele e não iria aceitar ordens do Senador. Ele foi menino pobre como Banzé cheio de sonhos e não iria aceitar que um sujeito se achasse melhor só porque tinha grana.
Vou enganar vocês não, nessa aí Pardal me surpreendeu.
E Banzé desceu e conseguiu emprego como atendente de lanchonete e mesmo com a família de Aline contra os dois continuaram o namoro cada vez mais apaixonados.
Banzé ralou muito nesse novo emprego, mas com todo orgulho recebeu seu primeiro salário e chamou Aline para o cinema. A mãe do rapaz também sentia muito orgulho de ver o filho se encaminhando na vida. Banzé era querido na lanchonete por todos e o dono da lanchonete incentivou para que ele estudasse.
Assim Banzé trabalhava de dia e fazia supletivo à noite pra alegria de Aline e das pessoas que gostavam dele.
Um dia Aline foi à lanchonete dar um alô pra Banzé e combinaram de pegar um cinema mais tarde. Deu um beijo se despedindo do namorado, falou que tinha uma surpresa pra noite e saiu esquecendo o celular no balcão.
Banzé se atentou ao detalhe e perguntou ao gerente se podia correr atrás dela para devolver, o homem autorizou e ele foi.
No mesmo momento perto dali eu falava no celular com Nicole combinando um jantar mais tarde quando um moleque negro passou por mim pegou meu celular e saiu correndo. Gritei “pega ladrão” e dois guardas municipais perguntaram o que ocorria. Contei e eles correram atrás do menino e eu atrás deles.
De um lado o pivete correndo com meu celular com os guardas correndo atrás e eu acompanhando, do outro Banzé correndo com celular na mão gritando por Aline pedindo para que ela esperasse. Preciso nem dizer que deu cagada né?
Os guardas viram Banzé correndo com o celular de Aline na mão e pensaram que era meu celular. Gritaram “para trombadinha!!” Banzé viu os guardas correndo em sua direção e mesmo inocente se assustou e correu deles.
Banzé corria dos guardas e eu atrás gritava em vão que não era esse o ladrão. Aline notou a confusão gritou pra Banzé e correu atrás dele.
Nisso o menino apavorado atravessou a rua correndo e não notou um carro vindo. O carro lhe atropelou.
A pancada foi forte e Banzé caiu no chão. O motorista desceu desesperado gritando que não teve culpa porque o menino surgiu do nada. Os guardas chegaram em Banzé e antes que tocassem nele me meti na frente dizendo que não tinha sido ele e os guardas perseguiram o garoto errado só porque ele era negro.
Aline chegou desesperada gritando por Banzé e se abaixou pegando sua cabeça no colo. Banzé com sangue saindo pela boca olhou pro seu amor, falou “te amo” e pediu um beijo.
Aline chorando beijou a boca de seu amado e quando parou notou que ele havia morrido.
Ficou lá chorando com a cabeça de Banzé morto em seu colo e comigo, o motorista e os guardas em pé olhando a cena. Uma multidão se formou em volta pra acompanhar a tragédia.
Nem deu tempo de Aline falar que estava grávida dele.
Comentários
Postar um comentário