Trocando em miúdos

Falar o que de 2020? O ano mais esquisito da história da humanidade, mais difícil, mais triste. Acabei de ler minha última coluna de 2019 e evidente que não passou pela minha cabeça que teríamos um ano como esse, não passou na de ninguém. Mas tivemos, infelizmente. Quase 200 mil mortes no país, famílias despedaçadas, pessoas perdendo emprego, nos dividimos entre isolamento e irresponsabilidade  alguns passaram o ano sozinhos sem poder abraçar quem amava, outros tocaram o foda-se, um patrulhou o outro, nunca nos dividimos tanto quanto em 2020, nunca odiamos tanto como em 2020. E meu ano? Como foi? Evidente que foi bem abaixo que os últimos, primeiro que não da pra ser feliz em um ano tão triste, com tanto sofrimento no mundo e também porque não pude realizar nada que queria, nenhum dos meus projetos. Mas acredite, não foi o pior ano da minha vida, nao se compara a 1995 e 2005, por exemplo. Um ano dividido em dois. Até março um ano normal, ano em que fui ao teatro, shows, praia, blocos,

E tô ficando velho. Sim, assumo, estou ficando velho porque eu sou do tempo em que alguém ficava famoso devido ao trabalho que fazia. Hoje em dia a situação é diferente, a pessoa fica famosa e nem sabemos porque. Pior, hoje em dia temos os famosos que nem sabemos que são famosos. Geralmente esse povo sai das profundezas das redes sociais, geralmente do YouTube e do Instagram. Pessoas sem talento nenhum que como um sopro da sorte ganham milhões de seguidores e uma fortuna. Aí nasce o famigerado influenciador. Palavra mala, chata que se junta a lacrar, jantar e cancelar como as palavras mais idiotas da língua portuguesa atual. Não sabemos como se deu essa importância para influenciarem alguém já que a maioria não tem talento nenhum, mas influenciam. E esses influenciadores são os maiores influenciadores de maus exemplos do país atualmente junto com o presidente da República, outro caso de uma pessoa sem talento que chegou onde não merecia. Esses influenciadores em um momento de pandemia

No último Sobretudo e mais alguma coisa de 2020 Marta Caminha, Alexandre Valle e Armando Figueiredo debateram com o editor chefe da Gazeta do Rio Leonardo Oliveira sobre o ano de 2020. Desejamos a todos um feliz 2021.

  ..e vem morrendo mais a cada dia. Morre porque não aceita mais que mandem na sua boca. Foram séculos dizendo "Sim senhor", de humilhações, escravidão, de elevador de serviço e aceitar ofensas. Isso acabou. Nenhum negro se cala mais, nenhum negro aceita mais que um branco diga o que ele tem ou não que fazer. O negro atual tem orgulho da sua raça e sabe sua importância. Alguns dos maiores atletas da atualidade são negros, algumas das mulheres mais empoderadas negras, os negros brilham porque nesse mundo racista em que vivemos ele sabe que tem que fazer mais que o branco para aparecer e ele faz. Continua sendo discriminado, continua sofrendo preconceito, tomando tiros, morrendo e em situação de desigualdade, mas ele não se cala mais perante essas coisas. Ele luta e nessa luta começa a reverter essa história. Falando, fazendo barulho, fazendo, botando fogo nos racistas. Metendo gols nos racistas. Cala a boca já morreu. E o racismo também morrerá.

Nesse fim de semana foi realizada a segunda mostra Pacig de curtas. Quatorze filmes, sete por dia, foram exibidos entre filmes inéditos, de convidados e antigos. Uma Gran de confraternização em torno da cultura. Uma anestesia para um ano tão dolorido.  Abaixo as duas noites de mostra. Primeira noite Segunda noite. A dramaturgia da SDC Produções volta ano que vem. Feliz 2021 

  Fui a seis shows do Roupa Nova, sempre gostei muito da banda, aliás, como pode alguém não gostar? Na trilha sonora de nossas vidas todo mundo tem alguma música do Roupa Nova. Já tinha ido a dois quando conheci a Luciana, com ela fui a quatro. Lu é fanática pela banda, faz parte de fã clube, fui com ela a duas festas desse fã clube.  Com tudo isso foi foda demais receber a notícia da morte do Paulinho no meio do Sobretudo e mais alguma coisa ao vivo de segunda, continuar o programa levando até o fim triste pela notícia e sabendo que a Lu estava sofrendo, mas o show não pode parar. O show não pode, mas esse sofrimento diário de mortes tem que parar. Mais quantas vidas de anônimos e famosos teremos que perder? Quantos mais familiares, amigos, fãs terão que chorar? Está na hora de tomarmos vergonha na cara, governantes que não tomam atitudes, povo que vai pra balada, festas, falta vergonha na cara desse país. Essa doença é séria. Não é momento de pensar em festas. Que esse pesadelo acabe

Na noite de sábado fui com a Luciana na Praia da Bica. Fomos tomando todos dos cuidados, com máscaras, sem nos aglomerar, sentamos em um quiosque sem ficarmos perto de  ninguém. Cuidados que viemos tomando nos últimos tempos, não lembro a última vez que saí de casa sem máscara. Sei que o ideal seria estar desde março em casa, mas o mundo é real, não ideal, mas como disse estamos tomando todos os cuidados e dentro dessa preocupação essa saída me espantou. A praia está cheia, quase na totalidade de jovens e de todas aquelas pessoas só vi três pessoas com máscaras, Luciana, eu e um rapaz que passou enquanto estávamos no quiosque. Mais ninguém, as pessoas estavam na rua como se não existisse uma pandemia. Situação que vejo sempre nas ruas, que vejo sempre nas redes sociais onde tem gente em quintaneja todas as semanas e com máscara com furinhos. As pessoas estão na rua, estão se aglomerando mesmo com a segunda onda, mesmo com UTIS cheias, mesmo com tanta gente morrendo, inclusive com vário

Nesse último fim de semana o canal SDC Produções no YouTube lançou a nona e derradeira novela do ano de 2020 chamada Confissões de uma velha senhora. A novela conta a vida de Zonaide Spencer, uma travesti que olhando fotos antigas revisita sua vida contando amores, risos, dramas e dores que fazem a vida de todas as pessoas. Uma história alegre e comovente para fazer emocionar. Com vocês o primeiro episódio. Os capítulos restantes podem ser encontrados no canal. Canal SDC Produções no YouTube.

Pobre Flamengo que ficou rico, poderoso e soberbo. Pobre Flamengo que soberbo se achou invencível, acima de todos. Pobre Flamengo que se achando acima de todos se juntou ao errado e forçou a volta do futebol em meio a uma pandemia. Pobre Flamengo que forçou a volta do futebol em meio a uma pandemia e não se preparou para tal. Pobre Flamengo que não se preparou para tal e assim viu ruir seu castelo de areia, o poder e se achar invencível. Pobre Flamengo que não é mais invencível graças aos erros de seus dirigentes, se tornou uma equipe comum, perdeu mais do que imaginava e vê  o fim de uma dinastia certa. Pobre Flamengo que vê o fim de uma dinastia certa, acumula derrotas e tem sua maior vitória recente ganhar na justiça das famílias dos meninos que morreram queimados em suas dependências. Pobre Flamengo que venceu na justiça e perde a cada dia na moral, na decência, no orgulho da sua torcida. Pobre Flamengo que é o orgulho de sua torcida, mas tem dirigentes que lhe envergonham. Pobre F

  ..Na casa do Carvalho!! Fora Crivella! Laroyê!!

  Essa semana tivemos a previsível e ao mesmo tempo impactante morte de Diego Armando Maradona. Não foi o maior jogador do mundo, mas com certeza foi o maior personagem da história do futebol. O canal SDC Produções não poderia ignorar Maradona e tudo o que ele representou, por isso fez duas homenagens a ele. Em forma de comentário e no que ele amava, futebol. Gracias Diego.

Quem nasceu entre os anos 60 e 80 ouviu muitas vezes esse bordão e conhece o dono dele. "Não foi de lero lero, nem vem cá que eu também quero", "esse até minha avó fazia", outros bordões famosos, engraçados de um tempo que futebol nem era tão engraçado assim. Foi um dos inventores da graça no futebol. Fez graça, chorou, comeu no ar e se embananou, era humano e acho que isso fez dele tão especial. A voz do futebol, a voz do carnaval. Alguns dos momentos mais especiais de nosso carnaval tiveram narrações dele e de Paulo Stein na Manchete. Os anos de ouro, os anos 80 e princípio dos 90 foram contados por ele. Foi o portador da emoção das maiores paixões do brasileiro, não tinha como não marcar nossas vidas. Fernando Vannucci se foi. Vá tranquilo que o paraíso é logo ali e você fez bonito por aqui. Talvez não tenha tido o final profissional que merecesse, mas a trajetória diz por si só. Não teve lero lero e se inscreveu na história da TV como até sua avó aplaudiria. Vá

  O senhor do engenho enlouqueceu!! Nessa Black Racist Friday o que era barato ficou ainda mais barato, carne negra na promoção. Nessa sexta compre carne de crioulo, carne de mulato, carne de negão, carne de tiziu ou carne de cabelo pixaim, aquela carne que a gente gosta mal passada, sangrando e ganhe 50% de desconto, deguste de nossa amostra grátis nas senzalas de nosso mercado utilizando chibatas esterilizadas seguindo todo protocolo sanitário. Além de tudo isso com 100 reais em compras ganhe inteiramente grátis um capuz da Klu Klux Klan. E nem precisa sair de casa, se está em quarentena nosso navio negreiro leva o produto até você. Frete grátis pra todo o Brasil livre de preconceito e racismo. Aproveite que essa promoção é só enquanto durar o estoque que diminui a cada 23 minutos no Brasil. Uma porrada na concorrência, uma asfixia nos preços. Carrefour, pensando o melhor para você. Desde que seja branco.

O papo agora é atacar o eleitor carioca e enaltecer o paulistano. Papo curioso se pensarmos que o estado de São Paulo só elege governadores do PSDB desde 1994, já deu como deputados mais votados Clodovil e Tiririca e deu votos a beça para prefeito ao "Mamãe Falei", mas o papo aqui nesse momento é o eleitor carioca. Tá rolando um exagero com relação ao ódio ao eleitor carioca.. Evidente que o Crivella teria a votação que teve, o prefeito conta com um grande apoio evangélico e esse tipo de votos faz a diferença em nossa cidade. Mas caiu muito em relação a 2016, tem alto indice de rejeição e tomando de 71 a 29 na primeira pesquisa divulgada deve tomar uma surra no segundo turno. Evidente que o Paes sobraria, ele é a comparação com o Crivella, foi o prefeito anterior e sua aprovação só aumenta a medida que a de Crivella cai. Marcelo Crivella hoje é o maior cabo eleitoral de Eduardo Paes, politico a quem pairam investigações, suspeitas, mas tem um enorme carisma e um jeito todo ca

  Nesse vídeo que também está no meu canal do YouTube e no site Gazeta do Rio falo da importância do voto, a diferença que ele faz e a necessidade se exercer nosso direito mesmo em tempo de pandemia. E nessa segunda 21 horas tem Sobretudo e mais alguma coisa ao vivo no canal SDC Produções no YouTube sobre o primeiro turno das eleições municipais. Bom voto.

Continuando a lançar áudio novelas no canal SDC Produções no YouTube lançamos a nossa ser uma com o nome Cabra Cega. A novela conta a história de Majestade e Aloisio, dois homens que não se conhecem, nunca se viram e suas vidas se cruzam em um momento insólito. Um assalto a banco. A história vem de uma peça de teatro escrita em 2014 e lançada na Bahia em 2018. Com vocês o ultimo episódio, quem quiser conferir os dois primeiros é só ir ao canal.  SDC Produções.

 

  O louro e a loura foram notícias no fim de semana. O louro foi embora, a loura parece que está voltando. O louro e a loura são personagens feitos para crianças e que encantaram os adultos. A pessoa por trás do personagem do louro pouco falou, a por trás da loura resolveu falar. O louro foi até o fim da vida com sua mentora e parceira, a loura se separou da sua faz quase duas décadas e lhe acusa de autoritarismo. O louro era José, a loura era do Pelé. E os dois levantaram vôo, a loura com uma nave. O adulto Tom fez do louro um personagem infantil, a loura vem dando lugar a adulta Maria da Graça. E tem sim que falar do passado, das paquitas louras e do filme, mas falar sem enrolar porque falar por falar até papagaio fala. Ou melhor falava. O louro já é saudade enquanto matamos as saudades da loura. O louro e a loura foram acusados de infantilizar as pessoas. Mas apenas resgataram as crianças que tem os em nós. O louro e a loura estão na história da TV. O louro e a loura são história da

  Neneca é bem mais que um apelido em um futebol que não permite mais apelidos, é um símbolo. Símbolo de todos os meninos pobres que sonham em ser alguém, do menino que trata a bola de futebol como namorada, melhor amigo, o prato de comida que vai lhe tirar da fome, da pobreza. Símbolo da obstinação, da perseverança, de não desistir jamais. Do acordar cedo para estudar e treinar, ficar até depois do treino se aperfeiçoando, de mesmo sendo quarto goleiro da equipe acreditar que sua hora vai chegar. E vai chegar, num surto de Covid chega, chega e agarra a chance sem dar rebote. E assim o garoto que aparece em uma foto histórica embevecido vendo um goleiro ido se transforma em um goleiro ídolo, referência pata meninos pobres Com o ele. Rapidamente vira goleiro do melhor time do Brasil, ídolo do clube maus popular do Brasil. Inspiração e orgulhos esperança e certeza. Um novo conto de fadas da fábula que só o futebol pode causar. Hugo Souza, o Neneca, é a Cinderela do momento. O Nenequismo

  Robinho envoca Deus, a familia, Bolsinaro, chama a Globo de lixo como todo seguidor da ultra direita. Marcius Melhem é moderno, antenado, faz críticas sociais, é contra o governo atual como qualquer seguidor da esquerda. Robinho é de direita, Melhem de esquerda. Os dois tem agora nas testas tatuada a expressão "abusador de mulheres". Porque não adianta ser de direita ou de esquerda simplesmente. Fdps não são divididos por ideologias. Fdps são simplesmente fdps.

  Edson tem muitos defeitos. Defeitos como todo ser humano tem, até porque Edson é um ser humano como qualquer outro. Aliás, não vamos passar pano aqui, Edson tem defeitos gravíssimos como renegar filho e nisso ele terá que se entender com Deus mais tarde. Mas essa crônica não é sobre Edson, é sobre Pelé. O maior brasileiro da história, o homem que mais jogou futebol nesse planeta, o atleta do século XX cultuado e admirado por presidentes, líderes mundiais, artistas, personalidades, a marca que se tornou uma das mais famosas do mundo. Três copas do mundo vencidas, mais de 1200 gols, o jogador completo, a referência mundial, a entidade que fez 80 anos. Pelé é eterno, Pelé é mítico, Pelé é rei. Edson não. Pelé é Edson, dois seres diferentes como ele mesmo sempre alardeou. Todo meu respeito ao primeiro. Ao rei.